Somos todos iguais, mas uns mais iguais do que os outros. E
para eles a vida é uma festa, permanente. É o hotel paraíso.
Como pode esta gente entender o sofrimento alheio? E ainda
julgam os que sofrem…
O amor é a soma de todas coisas belas e as imperfeições. Nunca
amei seres perfeitos, simplesmente porque eles não existem.
Quem ama muitos é considerado libertino, perverso, disfuncional,
depravado.
O amor é tão vital para mim que é o retrato da minha vida,
para mim no amor não há restrições nem constrangimentos, no amor tudo vale, até
o desgosto.
A moral vigente colocou um rótulo negativo nos que amam mais
do que um parceiro. Que não são fiéis, de confiança. São promíscuos.
Que culpa temos de amar…
Ai os falsos moralistas, sempre me meteram nojo!
Quando me lembro do meu Portugal de infância, vejo um país
castrado nas mentes racista e homófobo, machista e ditador, mudámos assim
tanto?
O desinteresse e a ignorância respondem por mim!
Eu sou de silêncios, palavras, as pessoas que amei e amo, os
livros que li, os lugares que visitei, as lágrimas que chorei, todas as violências
que sofri, todas as pessoas que conheci, e todos os sorrisos que dei e recebi.
Não consigo viver sem ter nada. Está-me tudo dentro da minha
cabeça, e ela tem muita coisa lá. Tive a coragem de nunca a perder, embora por
muitas vezes estou quase na fronteira.
Suicídio nunca, prefiro rir-me de quem me faz mal. Todo o
bem e o mal que me fazem está-me gravado, no coração e na cabeça.
Para a minha família fui um ímpio, e eles trataram de me
expulsar do seu seio.
Não gosto da morte, não gosto de funerais, nem de
despedidas, nem de perdas, nem de hospitais. Os hospitais são lugares onde a
vida se vai. E eu amo a vida.
E a vida é uma escolha!
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