Somos um país de doutores. Basta ter um canudo, um Dr., Arq.
ou Eng. antes do nome que se é logo tratado com deferência. Basta descobrir-se
que fulano tem o diploma (ou finge ter), que logo o tratam de maneira
diferente. Até nos cheques bancários…
Cambada de complexados, todos sabemos que a fragilidade
económica tolera muitos insultos, que são devidos á dependência dos fracos e
pobres.
As doutrinas penais e religiosas fazem e sustentam o
respeitinho e a superioridade de uns sobre outros.
Fala-se muito sobre os pobres, eles são infelizmente
demasiados, mas o que me irrita são aqueles doutorados em pobreza, que se
banqueteiam em jantares de luxo, como soubessem o que é ser pobre, padres incluídos.
Nunca vi tanta pobreza em Portugal desde o Estado Novo, e
nem tanta vontade de ajudar os “pobrezinhos”. Até já falam em recriar a
Mocidade Portuguesa…
Se há uma coisa que me enoja é a moralidade, a falsa
moralidade, apregoada por muitos, vai dos mais ricos e poderosos, aos mais pobres
e fracos.
Vai desde o dinheiro ao sexo, apontar o dedo ás “ordinarices”
dos outros, sendo as deles normais e justificáveis, e que vão desde a pedofilia
ao incesto.
E a maioria desta gente acha que ser homossexual é uma depravação
moral e sexual, e ficam chocados por verem 2 seres do mesmo sexo de mão dadas (vantagem
para as mulheres), e já nem se fala dum beijo.
A Igreja tem padres homossexuais, pedófilos, o adultério
heterossexual é praticado a torto e a direito, a prostituição está cheia de
clientes que são esposos fidelíssimos, homens casados e com filhos encontram-se
nas casas de banho publicas para sexo rápido e anónimo, e a ciberpornografia
cresce a olhos vistos, seja hetero, gay, bi, dominação, sadomaso, pissing,
zoofilia, pedofilia, violação e o diabo a quatro.
No entanto os gays é que são o diabo, os perversos, os
porcos depravados, os antinaturais.
Os ricos e poderosos, esses podem ser e fazer tudo, pois o
dinheiro tudo compra e absolve. E armam-se em puritanos, escrupulosos cumpridores
da moral e dos bons costumes, obedientes á santa madre Igreja, e vão todos á
missa
Tudo discreto.
Já o era no Estado Novo…
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