sábado, outubro 13


Cedo me interessei por politica, embora nunca deseja-se ser político. Nunca me filiei em nenhum partido, não confio nos políticos em geral, e nunca me compartimentei em nenhuma ideologia.
Revejo-me mais na esquerda, mas não faço credos em cruz quando oiço falar de direita.
Graças á minha pequena inteligência, nunca me viram qualidades para fazer carreira na politica, nunca fui talhado para a mentira, falhei esse up-grade.

Já disse que não gosto que me imponham nada, adocem-me a boca que eu até me prostituo, mas a pau, nem morto. Ninguém me vence se eu não deixar.
As melhores lições da minha vida, recebidas tanto dos meus amigos, como dos que não eram, como até dos inimigos. Porque aprendi a saber o que me faz feliz.
As inimizades saldo-as rapidamente, quanto ás amizades nunca as saldo, porque não tem preço.
Quero que saibam que aos meus amigos actuais, como aos que se foram, que tenho uma divina eterna, que nunca poderei pagar, porque a felicidade que me deram não tem preço, e nem se paga. Eu saldo as minhas dívidas de gratidão sendo o melhor que sei e posso, e sei ser o melhor. De mim terão sempre o que de melhor eu sou, façam por o merecer, que não sou só eu a ter o trabalho.
Aquilo que eu amo transforma-me num indivíduo melhor, separa-me do mal mesmo com sofrimento, ganho. Os meus amigos atenuam-me a solidão, aquela que me persegue, cada vez mais, por ver que os meus valores de humanidade cada vez mais se perdem. Por isso gosto de gente simples, aberta.

Amar não é difícil, escolher o que amar é que é complicado. Mas eu sei o que quero.
Já passei mais do que uma vez pela morte, não sei se ela não me quis, ou se fui eu que não a quis.
Amo a vida, amo viver, porque me maravilham os outros. Sempre procurei a beleza, e vejo-as nas pessoas bondosas que ocupam o meu coração.
Sei que não há soluções para evitar o sofrimento. Mas há escolhas entre o sofrimento, a dor e a felicidade. Essa encontro-a nos amigos.
Por isso nunca renunciei ao sorriso, ao meu e ao dos outros. A minha sorte é que encontrei e só amei os excepcionais, a dignidade, a nobreza, a coragem. Na Beatriz, na Natália, na Amália, no Atila, no Manel, no Hugo, no Gonçalo, no Jorge, no Nuno, no João, no Ricardo, no David, em tantos que faziam deste texto uma lista longa.
A vida trouxe-me amantes, amigos. Com eles aprendi muito, quase tudo, neles confio, neles posso tocar sem me ferir, neles acalmo a minha dor.
Por isso quando perco um é como se o mar se revoltasse e me engolisse, revolvendo-me e sacudindo-me entre a areia, e depois me pousasse exausto e confuso na costa. Nessa altura preciso de tempo para me orientar, levantar e continuar o meu caminho.

Sei que a morte é inevitável, mas gostaria de morrer antes dos meus amigos, ou se calhar depois, para lhes evitar o sofrimento. A morte leva-nos, mas enquanto eu viver, os meus amigos viverão, porque enquanto tiver coração eles estarão cá, e eu não deixo de os amar, nem de me lembrar deles. 

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