quinta-feira, maio 31
sábado, maio 19
Não, a vida não me desapontou!
Bem pelo contrário, todos os anos a acho melhor, mais desejável, mais misteriosa...
Desde o dia em que vejo a mim a grande libertadora, a ideia de que a vida podia ser aquela que eu queria para mim, a procura do saber, e não dever nada a ninguém, a fuga á fatalidade.
Quem me despontou foram algumas pessoas, aquelas que não tem qualidade. Mas essas risquei-as da minha vida, passo-lhes ao largo, e defendo-me delas, não lhes alimentando o ódio e a inveja com que me “presenteiam”.
Deixa-as destilar o veneno, que pode ser que mordam a língua e morram envenenadas.
Agora só não toquem naqueles que amo, os meus amigos…
E quem, de resto, se poderá bem rir e bem viver se não for capaz de enfrentar a vida e vencer as suas guerras?
Há pessoas que me acham um ser com uma forte personalidade.
Se calhar tem razão. Eu acho que sou uma pessoa que tenho a cabeça arrumada, sei aquilo que quero, e para onde quero ir. Encaro os meus sentimentos e afectos com a maior naturalidade e demonstro-os sem pudor ou vergonha. Pois eles fortalecem-me, não me diminuem, nem me enfraquecem. Aposto neles pois são eles que me salvam de ser um homem vulgar.
E de gente vulgar já estou farto…
Pobre dessa gente que apenas tem para mostrar, e conquistar os incautos, um corpinho jeitoso.
Quantas vezes fui olhado com ar de nojo por aqueles que agora andam atrás de mim, só porque não tinha o corpo que eles achavam apetecível. Eu continuo o mesmo na minha cabeça, só em versão melhorada (sem photoshop) e com muito mais confiança. Se isso se nota, ainda bem, adoro vê-los a morder os lábios quando os ignoro.
Os meus amigos não tem de ser lindos, nem inteligentes, basta seres bondosos e generosos, humanos e afectuosos. Os meus amantes idem…
quarta-feira, maio 16
Tenho conhecido tanta criatura nesta vida sem grandeza de alma e sentimentos.
São intriguistas e mesquinhas, adoram fazer-se de vítimas, mas fazem de vitimas os outros, sendo incapazes de entender o que é justiça.
São seres pobres e secos de afectos, só se vem a eles ao espelho.
Para eles a vida limpa, plena, franca, encarada nos cornos, não faz sentido.
Entre o Deve e o Haver, eles acham que é tudo a haver para elas, egoístas como são.
Não são gente… são coisas amargas, sem ternura, sequiosos de atenção, sem saberem qual é o caminho certo, sem rumo na vida, querem eles lá saber do céu e do inferno. O inferno já eles o fazem nesta vida. E então os “devotos” são os piores. Armados em puritanos, lá estão eles de dedo em riste, a apontar lestamente os “defeitos” aos outros.
A que propósito merece esta gente a minha solidariedade?
quarta-feira, maio 9
Uma coisa sabei de mim, que quero antes o bem que o mal, porque muito mais o sinto como meu, que o mal que me recorda o meu passado, e a morte, que até me matar, me mata.
Não sei se serei capaz de voar tão alto, porque para voar alto, são necessárias asas que não tenho. Mas vós que também sois homens como eu, desculpai-me a conta em que vos tenho. E o que de mim vos sei dar, é simplesmente o melhor que tenho, que sou, que é a honestidade do meu carácter, a bondade do meu coração, a inteligência emocional dos meus afectos.
domingo, abril 29
Dos meus avós pouco tive, e poucas boas lembranças me deixaram.
Do meu avô paterno tenho a imagem do meu irmão chapado, homem baixo de estatura (física e mental) robusta. Carácter de homem bruto, que adorava sempre o neto mais recente, que assim que nascesse outro, era substituído na sua afeição. Como teve 17 netos, poucas lembranças terão eles do afecto do avô. Depois deviam ser tratados "com um pau nas costas"...
Teve a feliz ideia (infeliz para ele, mas merecida), de fazer a partilha da herança em vida. depois de servidos os herdeiros, com raras excepções, andaram a empurrá-lo entre eles. Típico de gente que só vive para o dinheiro e a influência.
Acabou por morrer na Azambuja, em casa da filha mais velha, e onde está enterrado.
Da minha avó paterna a pouca recordação que tenho é uma imagem de uma mulher grande, pelo menos para mim, miúdo, era, rude e sem afectos para dar. Morreu de Diabetes.
O meu avô materno não o conheci`.
A minha mãe foi fruto de um caso fora do matrimonio de minha avó, não sei se casada na altura ou não, se o meu avô o era com outra ou não, pois tudo era tabu na família, em relação a isso. Sei que ela viveu sempre com a mágoa acerca disso, e descarregou no marido e filhos essa frustração. Embora sempre me apresentasse a minha avó como um exemplo de virtude, embora estivesse elas as duas longe disso.
Os mal tratos ficaram para nós...
Viveu para lá dos 90. Mulher magra, seca de corpo, sentimentos e inteligência. Autoritária e bisbilhoteira, queria controlar a vida de todos e fazer tudo á sua vontade, caprichosa.
Sobreviveu á morte de dois filhos, o mais velho e o mais novo.
Aquele a quem eu chamei de avô, embora sem ser do meu sangue, foi o avô Silva, ultimo marido de minha avó, e pai de 3 dos meus tios.
Sofria de Parkinson, mas era um homem calmo e agradável, foi o único avô que me deixou boas memórias.
Lembro-me sempre dele em duas ocasiões marcantes: Num grande incêndio ocorrido na Serra da Luz, há muitos anos, num bairro de barracas, estava ele no cimo das escadas da casa dos meus tios, a apontar e a tentar falar assustado. Vimos então ao longe o incêndio e as explosões (mais tarde soubemos que eram as bilhas de gás nas barracas), e chamámos os nossos pais. O incêndio alastrou-se até á Calçada da Carriche.
Outro acontecimento foi o da sua morte, a família toda reunida em casa á espera do seu falecimento, num velório tanto de macabro como de comovente. Senti na altura que a pessoa que mais sentiu a sua morte foi um meu tio, marido da sua filha mais velha, que não sendo do seu sangue o considerava como um pai.
Sei que muitos tem histórias bonitas sobre os seu avós. Também gostaria de as ter. Mas foi o que me caiu em rifa, duas famílias disfuncionais em afectividade.
Mas mesmo assim acho que não me sai nada mal...
Do meu avô paterno tenho a imagem do meu irmão chapado, homem baixo de estatura (física e mental) robusta. Carácter de homem bruto, que adorava sempre o neto mais recente, que assim que nascesse outro, era substituído na sua afeição. Como teve 17 netos, poucas lembranças terão eles do afecto do avô. Depois deviam ser tratados "com um pau nas costas"...
Teve a feliz ideia (infeliz para ele, mas merecida), de fazer a partilha da herança em vida. depois de servidos os herdeiros, com raras excepções, andaram a empurrá-lo entre eles. Típico de gente que só vive para o dinheiro e a influência.
Acabou por morrer na Azambuja, em casa da filha mais velha, e onde está enterrado.
Da minha avó paterna a pouca recordação que tenho é uma imagem de uma mulher grande, pelo menos para mim, miúdo, era, rude e sem afectos para dar. Morreu de Diabetes.
O meu avô materno não o conheci`.
A minha mãe foi fruto de um caso fora do matrimonio de minha avó, não sei se casada na altura ou não, se o meu avô o era com outra ou não, pois tudo era tabu na família, em relação a isso. Sei que ela viveu sempre com a mágoa acerca disso, e descarregou no marido e filhos essa frustração. Embora sempre me apresentasse a minha avó como um exemplo de virtude, embora estivesse elas as duas longe disso.
Os mal tratos ficaram para nós...
Viveu para lá dos 90. Mulher magra, seca de corpo, sentimentos e inteligência. Autoritária e bisbilhoteira, queria controlar a vida de todos e fazer tudo á sua vontade, caprichosa.
Sobreviveu á morte de dois filhos, o mais velho e o mais novo.
Aquele a quem eu chamei de avô, embora sem ser do meu sangue, foi o avô Silva, ultimo marido de minha avó, e pai de 3 dos meus tios.
Sofria de Parkinson, mas era um homem calmo e agradável, foi o único avô que me deixou boas memórias.
Lembro-me sempre dele em duas ocasiões marcantes: Num grande incêndio ocorrido na Serra da Luz, há muitos anos, num bairro de barracas, estava ele no cimo das escadas da casa dos meus tios, a apontar e a tentar falar assustado. Vimos então ao longe o incêndio e as explosões (mais tarde soubemos que eram as bilhas de gás nas barracas), e chamámos os nossos pais. O incêndio alastrou-se até á Calçada da Carriche.
Outro acontecimento foi o da sua morte, a família toda reunida em casa á espera do seu falecimento, num velório tanto de macabro como de comovente. Senti na altura que a pessoa que mais sentiu a sua morte foi um meu tio, marido da sua filha mais velha, que não sendo do seu sangue o considerava como um pai.
Sei que muitos tem histórias bonitas sobre os seu avós. Também gostaria de as ter. Mas foi o que me caiu em rifa, duas famílias disfuncionais em afectividade.
Mas mesmo assim acho que não me sai nada mal...
segunda-feira, abril 23
Sempre vivi um pouco sozinho.
A minha condição de homossexual não permitiu grande aceitação entre a minha família, os meus colegas de escola ou de trabalho.
Aos 10 anos já me sentia diferente dos outros. Embora não gostasse de desportos violentos (o que eu mudei...), não queria brincar com bonecas.
A visão do meu professor de ginástica a tomar banho na escola deixava-me fascinado, e ai percebi que não era igual aos outros meninos.
Por isso isolei-me, no meu mundo, cada vez mais só meu, numa tentativa de me proteger. Preferia estar sozinho comigo mesmo, que estar a ser magoado pelos outros.
Acho que foi isso que me tornou atento ao mundo a meu redor. Quando não entendo uma pessoa, um acto, um comportamento, distancio-me e observo, tento entender.
Quem me conhece sabe que sou um ser social, adoro a companhia dos outros e a troca de ideias, mas cheguei aqui devido a um percurso muito solitário e de grandes batalhas comigo mesmo, que me fez vencer barreiras, até me sentir confortável comigo mesmo e com o contacto com os outros. Por isso assumo a minha orientação sexual em pleno, e faço questão que saibam desde cedo que sou gay. Sem medos, receios, constrangimentos.
Tenho orgulho na pessoa em que me tornei: honesto, bondoso, solidário, sincero, humilde. Não sou perfeito, ainda tenho muito para aprender, mas sou o melhor que sei ser.
Já perdi muitas esperanças acerca da humanidade, mas continuo a acreditar no amor, sob todas as formas, como forma de redenção e salvação do homem.
Eu faço a minha parte. Já sai da redoma.
domingo, abril 22
Como eu amo o Porto.
Sou Alfacinha, nascido e criado, mas desde que vi a cidade do Porto com os meus olhos, pela primeira vez, fiquei apaixonado por ela e pela sua gente frontal e hospitaleira.
Adoro deambular pelas ruas do centro, para na Ribeira e olhar o rio e Gaia, sentir a atmosfera, o charme da cidade património mundial. E como se come bem no Porto.
Depois de 10 anos de ausência voltei ao Porto em Setembro do ano passado. Foi como um miúdo maravilhado com um brinquedo desejado que regressei á Ribeira, á Sé, á Alfândega, aos Clérigos, á livraria Lello & Irmão, que comi uma francesinha, e um bacalhau acompanhado com um delicioso vinho verde de Marco de Canaveses, e uma bôla.
2 meses depois lá estava novamente com os Dark Horses para jogar a segunda mão da Nuria Cup.
Novamente estive no Café Lusitano, onde dancei mais uma vez até á exaustão, com os meus companheiros de rugby.
Rui Reininho disse uma vez que "Lisboa é uma mulher bonita e o Porto um gajo porreiro". Concordo plenamente.
São duas cidades bem distintas, com carácter próprio e ambas belas e interessantes. Embora adore a minha Lisboa natal, continuo a sentir-me em casa no Porto, e a sentir-me em família com a sua gente, que sempre me respeitou, mesmo sendo "mouro".
E o bom filho á cada torna...
Não sei o meu futuro, mas quero voltar a casa o mais breve possível, pois tenho sempre saudades de voltar ao Porto
Sou Alfacinha, nascido e criado, mas desde que vi a cidade do Porto com os meus olhos, pela primeira vez, fiquei apaixonado por ela e pela sua gente frontal e hospitaleira.
Adoro deambular pelas ruas do centro, para na Ribeira e olhar o rio e Gaia, sentir a atmosfera, o charme da cidade património mundial. E como se come bem no Porto.
Depois de 10 anos de ausência voltei ao Porto em Setembro do ano passado. Foi como um miúdo maravilhado com um brinquedo desejado que regressei á Ribeira, á Sé, á Alfândega, aos Clérigos, á livraria Lello & Irmão, que comi uma francesinha, e um bacalhau acompanhado com um delicioso vinho verde de Marco de Canaveses, e uma bôla.
2 meses depois lá estava novamente com os Dark Horses para jogar a segunda mão da Nuria Cup.
Novamente estive no Café Lusitano, onde dancei mais uma vez até á exaustão, com os meus companheiros de rugby.
Rui Reininho disse uma vez que "Lisboa é uma mulher bonita e o Porto um gajo porreiro". Concordo plenamente.
São duas cidades bem distintas, com carácter próprio e ambas belas e interessantes. Embora adore a minha Lisboa natal, continuo a sentir-me em casa no Porto, e a sentir-me em família com a sua gente, que sempre me respeitou, mesmo sendo "mouro".
E o bom filho á cada torna...
Não sei o meu futuro, mas quero voltar a casa o mais breve possível, pois tenho sempre saudades de voltar ao Porto
domingo, abril 15
Já não se sabe sorrir em Portugal.
Anda nos rostos e nos gestos o sofrimento da fome e do ultraje, com que este governo, e esta Europa, nos castiga.
Estamos numa curva descendente de humanismo, de humilhação e, humilhação, tirando-nos a dignidade dia-a-dia, até não restar nada de homem em nós.
Não podemos baixar os braços, ser silenciosos, ser coniventes.
É a nossa carne que vai para o canhão, é a carne dos vossos filhos, dos vossos netos. É o futuro deles que estão a hipotecar, para manter os grandes gordos.
A nossa vida, é nossa. Pertence-nos, não a eles. Temos de a reclamar como nossa.
Portugal está a ser transformado num enorme campo de concentração. Eles já começaram a bater-nos, eles estão a aproveitar-se da nossa bonomia e desunião.
Temos 9 séculos de história como povo, somos uma raça de resistentes.
Antes morrer como um homem do que como um escravo submetido.
Anda nos rostos e nos gestos o sofrimento da fome e do ultraje, com que este governo, e esta Europa, nos castiga.
Estamos numa curva descendente de humanismo, de humilhação e, humilhação, tirando-nos a dignidade dia-a-dia, até não restar nada de homem em nós.
Não podemos baixar os braços, ser silenciosos, ser coniventes.
É a nossa carne que vai para o canhão, é a carne dos vossos filhos, dos vossos netos. É o futuro deles que estão a hipotecar, para manter os grandes gordos.
A nossa vida, é nossa. Pertence-nos, não a eles. Temos de a reclamar como nossa.
Portugal está a ser transformado num enorme campo de concentração. Eles já começaram a bater-nos, eles estão a aproveitar-se da nossa bonomia e desunião.
Temos 9 séculos de história como povo, somos uma raça de resistentes.
Antes morrer como um homem do que como um escravo submetido.
sábado, abril 7
Eu combato a minha superficialidade, a minha mesquinhez, para tentar chegar aos outros sem esperanças utópicas, sem cargas de preconceitos ou de expectativas ou de arrogância, o mais desarmado possível, sem armas, sem armaduras, aproximo-me dos outros de peito aberto, de pé, em vez de estraçalhar tudo com a minha superioridade, aceito os outros de mente aberta, como iguais, de homem para homem, para não perceber tudo ao contrário.
Mais vale ter um cérebro do que um punho fechado. Não quero estar mal preparado para conseguir ver as acções e os objectivos secretos de cada um.
Não quero fechar-me e manter-me enclausurado como fazem muitos, num permanente medo de que os outros vejam as suas fraquezas e nos julguem menores. Quero estar sempre o mais próximo possível da realidade e das pessoas reais, não quero estragar as minhas relações com os outros com a minha ignorância.
O facto de eu não compreender todas as pessoas não tem nada a ver com a minha inteligência. O não as compreender tem a ver com a sua humanidade, no meu caso com a sua falta. É assim que eu vivo. Talvez o melhor fosse não ligar ao facto de me enganar ou não sobre as pessoas e deixar andar. Se conseguirem fazer isso digo-vos, vocês são mais inteligentes do que eu.
O erro não está em crer que existem boas pessoas, mas sim ignorar que elas existem, e não ir á procura delas, e pensar que não temos direito aos seus afectos, em nome da nossa própria natureza.
E é evidente que essa é que é a tragédia, as pessoas que não gozam desses afectos.
sexta-feira, abril 6
Encaro sempre as tarefas a que me dedico e que me são confiadas com dedicação.
Sou daquela raça que luta, e nada pretende para si próprio, apenas servir os outros, e sentir a alegria de o fazer.
Só quem conhece o meu passado sabe porque sou assim. Não esqueço o que passei, mas quero pensar no futuro, é nele que mais penso, e invisto.
Amo a liberdade, e é só por ela que me disponho a lutar, para um futuro melhor para mim e para aqueles que amo. E é por isso que estou disponho ao sacrifício.
Tenho medo, seria muito estúpido se não o tivesse, mas reajo a quem me afronta, a quem me tenta magoar, sou aguerrido sem ser heróico (nunca me senti bem em cima dum pedestal), sou eloquente nas palavras e não gosto de sombras sinistras.
Sou daquela raça que luta, e nada pretende para si próprio, apenas servir os outros, e sentir a alegria de o fazer.
Só quem conhece o meu passado sabe porque sou assim. Não esqueço o que passei, mas quero pensar no futuro, é nele que mais penso, e invisto.
Amo a liberdade, e é só por ela que me disponho a lutar, para um futuro melhor para mim e para aqueles que amo. E é por isso que estou disponho ao sacrifício.
Tenho medo, seria muito estúpido se não o tivesse, mas reajo a quem me afronta, a quem me tenta magoar, sou aguerrido sem ser heróico (nunca me senti bem em cima dum pedestal), sou eloquente nas palavras e não gosto de sombras sinistras.
domingo, abril 1
Este orgulho de ser português, feito de arrogância e de
bondade, bravura e sacrifício, bonomia e nobreza.
Não me sai da alma, este orgulho de ser português.
Mas há alguns portugueses de que não me orgulho nada.
Não puder ajudar a resolver os males do mundo, ajudar todas
as pessoas, não é desculpa para não agirmos em defesa dos outros.
Esta ideia de que somos todos prestáveis só aos poderosos, é
aberrante.
Primeiro temos de nos ajudar a nós próprios, muitas vezes
esperar que venha o salvador não ajuda, o síndrome do sebastianismo não leva a
nada, ninguém pode salvar ninguém se essa pessoa não estiver disposta a ser
salva, ou se espera que os outros façam tudo por ela.
Ajudar os outros não é levá-los ao colo, e dar-lhes a hipótese
de resolverem as coisas por eles, dar-lhes a hipótese de escolha, a
oportunidade de pensarem. Eu sei que pensar é muito violento para muita gente…
Devemos ajudar o semelhante a levar a carga, mas não carregarmos a carga por
ele.
E quem não quer ser aconselhado não precisa de ajuda.
Se és poupado ao sofrimento, deves ajudar a atenuar o
sofrimento dos outros, mas quem precisa de ajuda constante e recorre sempre a
ti (e muitas vezes só) quando precisa, não é digno da tua ajuda, e não é teu
amigo. Deixa-o. Só te vais consumir.
domingo, março 25
Na minha vida tenho sempre adoptado uma atitude de estar
sempre disponível para aceitar quem vem, com um espírito aberto e sempre
procurar nos outros o que de bom eles têm para me dar.
E tenho sempre, e digo SEMPRE, sido recompensado por isso.
Ontem, mais uma vez, aqueles que me amam fizeram-me sentir a
pessoa mais especial do mundo, não que me tivessem feito nada de especial (eu
acho que foi, pois só de seres especiais eu recebo atitudes a condizer), mas
porque tive alguém, também ele ser de excepção, a meu lado e que me disse isso
por varias vezes durante a noite.
E eu senti que realmente sou um gajo sortudo por ter assim
amigos de tanta qualidade, seres que engrandecem a minha vida, que fazem de mim
este ser, que não sendo perfeito, é o melhor que as suas forças o permitem, e
que tem a esperança e a fé de ser sempre maior, porque quer estar á altura dos
seus amigos, que são seres maiores.
Entristeceu-me não ter as pessoas na primeira brigada em que
ia coordenar, além da atitude menor de uma certa “diva” que alegou não estar em
“condições” para tal, embora tivesse em condições para ir ao centro… Deve ser
do fel que exala, e que se está a entranhar no seu organismo, deve causar um
mal-estar, concordo…
Não tenho tempo para gente inferior.
Tive a meu lado a pessoa certa, aquela que me fazia falta, e
que esteve altura da tarefa. Divertimo-nos a fazer aquilo que é suposto e
correcto fazer-mos, fomos cúmplices, tirámos prazer do que fizemos, e não
imaginaria noite melhor do que na companhia do João Carlos, sua energia e
simpatia foi uma mais valia, e a receita certa para o sucesso que foi a nossa
Brigada do Preservativo. Fomos só 2, mas estivemos á altura, fomos os
necessários.
Obrigado João, fostes quem eu precisava. Obrigado também
pelas palavras bondosas, pela cumplicidade, pela tua beleza como ser humano, e
principalmente por me transmitires o carinho com que os outros me tratam e me
vêem. Ouvido pelos outros sabe melhor. Aqueles que me tratam com carinho e
respeito, só tenho que agradecer, e prometer que vou continuar a fazer o meu
esforço para ser merecedor de tal. São vocês que me fazem ser uma pessoa
melhor.
quinta-feira, março 22
Embora ache que o recurso á greve se banalizou, e que muitos
possam achar que "não vale a pena", acho que o país, os portugueses,
aqueles que estão a pagar a crise provocado pelos donos do dinheiro, com a sua
fome, falharam neste que devia ter sido o dia em que o governo de direita
católica, deveria ter tremido.
Os Tugas acham que não vale a pena agitar as águas, metem o
rabinho entre as pernas, numa atitude entre o medo e a cobardia, e permitem e
dão sinal verde ao governo para lhes dificultar mais a vida, num crescendo de
pobreza que só vai ter fim quando os pobres não tiverem mais nada para comer,
senão os próprios ricos.
As agressões a jornalistas perpetradas pela polícia, e a
manifestantes, fez-nos voltar ao antigo regime, em que se punia e mantinha o
povinho na ordem pela força. Só nos falta proibir as manifestações e criar uma
nova PIDE, se não estará já criada e disfarçada com um nome pomposo de Brigada
Anti-Crime ou outro nome semelhante.
Infelizmente a polícia só serve para proteger os ricos e
poderosos, a justiça só defende e iliba os ricos e poderosos, e só o povo paga
a crise, só ele é ladrão, só ele deve ser explorado.
Num país onde há fome e não há justiça e igualdade, não há
liberdade. 38 Anos depois da Revolução dos Cravos, não esperava ver isto.
Sinto-me revoltado e descontente com este povo que já foi tão grande e se
tornou tão pequeno.
Realmente somos descendentes não dos que partiram nas
caravelas, mas dos que cá ficaram…
Os nossos grandes devem a esta hora estar a revolverem-se
nos túmulos e envergonhados por aquilo em que tornámos Portugal.
A qualidade dos governantes nunca foi tão medíocre, bem como
destes “empresários” que nem sequer tem estudos e qualidades para tal.
Prescinde-se dos empregados, mas nunca dos carros topos de gama, qual objecto
fálico em que se revêem, tal e qual criancinhas infantis com brinquedos de
adultos.
E enquanto houver lambe-botas á espera de uma oportunidade
de saltarem para a mó de cima, isto só vai piorar…
Deixem-se estar quietinhos que eles ainda vos hão-de defecar
em cima, e vocês ainda vão dar graças a Deus por serem assim tão “bem tratados”.
domingo, março 18
Eu sou água.
Até o meu signo é de água.
Sou água porque sou moldável, adaptando-me ás situações e ás pessoas, faço isso naturalmente e por instinto, porque penso sempre no que faria se estivesse no lugar do outro, ou o que gostaria que me fizessem.
Mas não sou manipulável, só me manipula quem é mais inteligente do que eu, e mesmo assim...
E a água só corre se tiver outra tanta a empurrá-la, ou seja sou motivado pelos outros, não faço, nem gosto de fazer as coisas sozinho (ok, há excepções, com esta de escrever), mas sinto-me como peixe na água na companhia dos outros.
E não pensem que o facto de algumas vezes parecer isolado que sou introvertido, desatento ou tímido (já para não falar dos que me acham convencido), que não "estou lá", enganam-se, é quando uso todos os meus sentidos para entender os outros e o mundo que me rodeia. Ai estou mais do que presente e observador. E é ai que olho e vejo os outros e as suas virtudes e defeitos, quando eles não dão por mim, e me pensam distraído ou alheado, eu vejo eles traírem-se nos pequenos gestos e nos olhares. Sejam eles de bondade ou de maldade.
E os olhos não mentem...
Até o meu signo é de água.
Sou água porque sou moldável, adaptando-me ás situações e ás pessoas, faço isso naturalmente e por instinto, porque penso sempre no que faria se estivesse no lugar do outro, ou o que gostaria que me fizessem.
Mas não sou manipulável, só me manipula quem é mais inteligente do que eu, e mesmo assim...
E a água só corre se tiver outra tanta a empurrá-la, ou seja sou motivado pelos outros, não faço, nem gosto de fazer as coisas sozinho (ok, há excepções, com esta de escrever), mas sinto-me como peixe na água na companhia dos outros.
E não pensem que o facto de algumas vezes parecer isolado que sou introvertido, desatento ou tímido (já para não falar dos que me acham convencido), que não "estou lá", enganam-se, é quando uso todos os meus sentidos para entender os outros e o mundo que me rodeia. Ai estou mais do que presente e observador. E é ai que olho e vejo os outros e as suas virtudes e defeitos, quando eles não dão por mim, e me pensam distraído ou alheado, eu vejo eles traírem-se nos pequenos gestos e nos olhares. Sejam eles de bondade ou de maldade.
E os olhos não mentem...
sábado, março 17
Se anda a igreja católica há séculos a pregar que a verdade é que nos vai salvar, porque razão estes políticos de direita católica mentem com quantos dentes tem?
E ainda se gabam disso...
Tenho sempre os braços abertos para receber os meus amigos.
Mas estes braços tem sempre uma tentação enorme em não se abrirem após os abraçar, para não os deixar fugir.
Ninguem se pode gabar de ser inocente.
É sempre útil saber como nos vêem os outros, especialmente se não são nossos amigos.
Não é que os nossos amigos não nos vejam como somos, se calhar são os que nos vêem melhor, mas vêem-nos com a bondade que só se encontra nas pessoas que se amam mutuamente.
A minha satisfação em estar vivo, luta todos os dias com a mesquinhez alheia. O desrespeito pelo outro, pela vida, faz-me perder o respeito por algumas criaturas que se vão mantendo por cá, sem qualquer objectivo válido nesta vida, a não ser olharem ao espelho e acharem-se o máximo da perfeição.
Porque temem tanto a verdade?
E ainda se gabam disso...
Tenho sempre os braços abertos para receber os meus amigos.
Mas estes braços tem sempre uma tentação enorme em não se abrirem após os abraçar, para não os deixar fugir.
Ninguem se pode gabar de ser inocente.
É sempre útil saber como nos vêem os outros, especialmente se não são nossos amigos.
Não é que os nossos amigos não nos vejam como somos, se calhar são os que nos vêem melhor, mas vêem-nos com a bondade que só se encontra nas pessoas que se amam mutuamente.
A minha satisfação em estar vivo, luta todos os dias com a mesquinhez alheia. O desrespeito pelo outro, pela vida, faz-me perder o respeito por algumas criaturas que se vão mantendo por cá, sem qualquer objectivo válido nesta vida, a não ser olharem ao espelho e acharem-se o máximo da perfeição.
Porque temem tanto a verdade?
quarta-feira, março 14
Eu tenho as costas largas.
Verdade, tenho mesmo fisicamente as costas largas.
Por isso podem bater-me á vontade, destilarem o vosso veneno, denegrirem-me a imagem, dar azo á vossa inveja e mesquinhez.
Tenho a admiração e carinho daqueles que são de qualidade. os meus amigos, muitos é certo, porque se eu tenho as costas largas, posso levar muitos ás cavalitas, mas igualmente bons.
E depois tenho pena de vós, que grandes ulceras vocês devem ter por produzir tanto fel pela boca, e pior pelos neurónios.
Se é que algum de vocês irá sobreviver á putrefacção que é esse vosso cérebro...
domingo, março 11
Creio que sei algumas coisas, mas o importante para mim não é isso, é o que ainda quero e preciso saber.
Choro
Choro por mim e pelos outros, pela humanidade.
Choro pelo sofrimento meu e pelo alheio.
Choro pela barbárie, como pela bondade.
Choro pela tristeza e saudade, como de alegria.
Choro pelas palavras, ou pelas imagens.
Choro de desespero ou de raiva.
Choro a morte e a vida.
Choro por tudo e por nada.
E no dia em que deixar de chorar, morri.
Choro
Choro por mim e pelos outros, pela humanidade.
Choro pelo sofrimento meu e pelo alheio.
Choro pela barbárie, como pela bondade.
Choro pela tristeza e saudade, como de alegria.
Choro pelas palavras, ou pelas imagens.
Choro de desespero ou de raiva.
Choro a morte e a vida.
Choro por tudo e por nada.
E no dia em que deixar de chorar, morri.
sábado, março 10
Se há uma coisa que me irrita são os homossexuais fanáticos.
Aliás todos os fanatismos me provocam urticaria.
E depois quem diz que eu por ser homossexual, tenho que querer que todos os sejam? Ou que tenho que ser efeminado, ou desejo de ser mulher?
Eu adoro mulheres, mas não me sinto nada feminino, nem nunca senti desejo de me vestir de uma, nem no Carnaval (são tão ridículo aquelas criaturas a que chama de matrafonas...).
E depois quem diz que tenho de ter "tiques" e "vozinha fina", e não gostar de desporto fisicos.
Independentemente de "levar ou dar", não tenho de andar a menear-me...
Sou gay, mas sou antes de mais um homem. Que eu saiba, e a avaliar pela ultima vez que vi (deixa ver.... sim estão cá), tenho um par de testículos no sitio.
E nem toda a braguilha me serve, não ando para ai aluado por um sexo masculino ou por um rabo com pêlos (estes pensamentos deixam desnorteado LOL).
Agora virem dizer-me que eu sou masculino porque quero que a "sociedade" (como se eu por ser diferente não fizesse para dela...), a dita sociedade heterossexual, e alguma sociedade "bichense" me aceite, vai de metro Satanás.
Eu sou homossexual assumido, já paguei muitas vezes o preço pela "afronta", a começar pela repulsa com que a minha família me viu depois de eu assumir aos 18 anos. Não devo nada a ninguém, a não ser o carinho e respeito aqueles que amo e admiro. Não tenho que me desculpar pela minha postura.
SOU HOMEM, SOU GAY, levo e dou onde e com quem eu quiser.
Não tenho de ser rotulado e não aturo pessoas padronizadas.
Sejam homens, que eu sou muito mais homem que muitos heteros, ou mulheres se quiserem ser, eu respeito, mas não me digam como me hei-de comportar.
Eu sinto-me bem na minha pele, se vocês não se sentem bem na vossa, tenho pena, lutem por se aceitarem a vocês próprios e tenham orgulho em vós, vão ver que os outros acabam por vos aceitar, se não o fizerem são eles os errados na equação...
domingo, março 4
Eu gosto é das pessoas que pensam. E pensar não é utilizar as ideias e frases dos outros, é saber usá-las e reconverte-las como nossas, e ter as nossas próprias palavras e opiniões.
Não é preciso concordar com tudo o que uma pessoa diga ou faça, é preciso é que se tenha opiniões, que elas se discutam, que se troquem, e se aprenda com essa troca.
E ter a noção de que não somos detentores da verdade e da sabedoria, e ter a humildade de mudar de opinião, se a do outro for válida e nos fizer mais sentido.
E felizmente ainda há gente que pensa, alguns tem a bondade se serem meus amigos.
Não é preciso concordar com tudo o que uma pessoa diga ou faça, é preciso é que se tenha opiniões, que elas se discutam, que se troquem, e se aprenda com essa troca.
E ter a noção de que não somos detentores da verdade e da sabedoria, e ter a humildade de mudar de opinião, se a do outro for válida e nos fizer mais sentido.
E felizmente ainda há gente que pensa, alguns tem a bondade se serem meus amigos.
sábado, março 3
A entrada em Lisboa pela ponte 25 de Abril, é uma das mais belas vistas do mundo, e aquela que me alegra mais os olhos.
Por mim acho que todos os turistas que visitam Lisboa pela primeira vez, deviam chegar sempre pela ponte, pois quem vê a cidade a partir de Almada, nunca mais esquece esta vista deslumbrante.
E eu que tenho o privilégio de atravessar todos os dias a ponte, e ver esta vista. Não fosse os incómodos de viver na "outra margem", seria o paraíso.
Por mim acho que todos os turistas que visitam Lisboa pela primeira vez, deviam chegar sempre pela ponte, pois quem vê a cidade a partir de Almada, nunca mais esquece esta vista deslumbrante.
E eu que tenho o privilégio de atravessar todos os dias a ponte, e ver esta vista. Não fosse os incómodos de viver na "outra margem", seria o paraíso.
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