quinta-feira, janeiro 30

Toda a vida dependi da bondade de estranhos, tal como no filme de Almodôvar.
Da minha família de sangue não recebi nada, só não me tiraram a dignidade porque não deixei, até a auto-estima me tiraram. Mas eu recuperei, esmurraram-me mas não me partiram.
Aprendi a viver sem rancor, mas não sem mágoa, não sou forte o suficiente.

Porque as pessoas gostam de mim, e me aturam, continua a ser um mistério para mim.
Ás vezes nem eu gosto de mim.
A verdade é que o amor dói, e a falta dele também. Não há fuga possível.
Mas o amor é eterno enquanto dura (Vinicius disse esta linda frase).
Ser feliz para sempre é ficção científica, mas sofrer uma vida para ganhar o céu é demente.
Sempre amei por um todo, amar as partes que me convêm não faz o meu género. Quando amo alguém é pelo todo, seja amigo ou amante. Como não sou de aço por vezes saio magoado da equação, mas como aprendi a andar sozinho há muito tempo, levanto-me sempre, lambo as feridas, e com mais ou menos nódoas negras e escoriações, lá sigo a minha vida.

Bem no fundo sou um vencedor e um homem rico. Vencedor porque não me tornei um individuo amargo e mau, rico porque tenho os bons valores no meu coração, e amigos que gostam de mim, mesmo com os meus defeitos.
Ah pois! A vida não tem preservativo, e foder a vida é sempre um risco.
Numa relação há três momentos essências: a descoberta do outro, os momentos das conversas e por fim o momento em que decidimos que é para a vida. E digo-vos a fidelidade e a honestidade são difíceis de encontram e manter.

Uma pessoa dá trabalho, manter essas pessoas como amiga dá muito mais, e imaginem isto repetido por várias. 

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