Demasiadas vezes esquecemos que os homens são feitos de
carne e osso, e sofrem…
Mas para meu (talvez vosso) desconforto, tal acontece.
Isto tudo acontece numa cultura de mártires, em que o
sofrimento é apreciado como forma de salvação, uma espécie de penitência e heroísmo.
Mas eles gritam e nós não ouvimos?
E continuam a gritar, meus amigos. E não pensem que não
chegará a vossa vez.
Nunca me senti maior parente o sofrimento dos outros, sempre
me senti maior fazendo os outros felizes, O meu poder está na liberdade do meu
pensamento, e no bem que possa fazer ao outro.
Sou atento, especialmente aos que amo, se por vezes não
intervenho mais é porque respeito o espaço de liberdade do meu amigo. Se me
conhecem bem sabem que estou disponível para eles.
Choca-me as pessoas que esquecem aqueles que lhes foram úteis.
Essas criaturas são ignóbeis, reles. Tenho-os tido na minha vida, deixei-os ir,
alguns com dor (minha claro), mas não merecem a minha atenção, muito menos a
minha amizade. Até a bondade tem limites.
Sempre optei por estimar quem merece a minha estima, nunca
dei afectos por dever, nem aos meus pais (que também nunca mos deram), nem ao
meu irmão (que não os merecia). Não me move o dinheiro, nem o poder, não faço
as coisas por obrigação, e os afectos, coisa tão íntima e pessoal, muito menos.
Aqueles que me fizeram sofrer apaguei-os da minha vida, foi
o melhor que fiz. Não foi por bondade, foi para sobreviver, para manter a minha
integridade.
Aprendi a não ter pena de mim (o que aconteceu demasiado tempo).
As pessoas maravilhosas que me estimas e mimam são a prova de que afinal sou um
tipo decente.
Nunca fui adepto da escuridão, apresento-me como sou, de
maneira clara e franca, de cabeça levantada, não me calo, tenho ideias claras,
falo do que penso saber, e pergunto o que não sei nem entendo, tento ser aquilo
que digo.
Nem conseguiria ser de outra forma, não quero ser uma
fraude, não quero…
Não sou obediente, nem ignorante, não gosto da dor, nem física,
nem mental, tenho medo da morte, não por ser um fim, mas por me impedir de ser
maior, de ser mais, de fazer mais.
Não me vejo como uma pessoa de carácter forte, mas não tenho
medo de presságios, nem cedo ás desgraças, não acredito no destino mas na
vontade.
Por isso sou atento aos outros, tento atrair para mim
aqueles que me parecem de qualidade, tento mantê-los perto, porque sei que são
uma mais valia na minha vida, um tesouro que quero possuir, de que não posso,
nem quero, prescindir.
No homem interessa-me o coração e a cabeça, os sentimentos e
a inteligência.
Já disse mais de mil vezes que para me conquistar baste serem
bondosos e generosos (e um sorriso conquista-me).
Mantenho-me firme nesta convicção.
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