sábado, setembro 1


Demasiadas vezes esquecemos que os homens são feitos de carne e osso, e sofrem…
Mas para meu (talvez vosso) desconforto, tal acontece.

Isto tudo acontece numa cultura de mártires, em que o sofrimento é apreciado como forma de salvação, uma espécie de penitência e heroísmo. Mas eles gritam e nós não ouvimos?
E continuam a gritar, meus amigos. E não pensem que não chegará a vossa vez.
Nunca me senti maior parente o sofrimento dos outros, sempre me senti maior fazendo os outros felizes, O meu poder está na liberdade do meu pensamento, e no bem que possa fazer ao outro.
Sou atento, especialmente aos que amo, se por vezes não intervenho mais é porque respeito o espaço de liberdade do meu amigo. Se me conhecem bem sabem que estou disponível para eles.

Choca-me as pessoas que esquecem aqueles que lhes foram úteis. Essas criaturas são ignóbeis, reles. Tenho-os tido na minha vida, deixei-os ir, alguns com dor (minha claro), mas não merecem a minha atenção, muito menos a minha amizade. Até a bondade tem limites.
Sempre optei por estimar quem merece a minha estima, nunca dei afectos por dever, nem aos meus pais (que também nunca mos deram), nem ao meu irmão (que não os merecia). Não me move o dinheiro, nem o poder, não faço as coisas por obrigação, e os afectos, coisa tão íntima e pessoal, muito menos.

Aqueles que me fizeram sofrer apaguei-os da minha vida, foi o melhor que fiz. Não foi por bondade, foi para sobreviver, para manter a minha integridade.
Aprendi a não ter pena de mim (o que aconteceu demasiado tempo). As pessoas maravilhosas que me estimas e mimam são a prova de que afinal sou um tipo decente.
Nunca fui adepto da escuridão, apresento-me como sou, de maneira clara e franca, de cabeça levantada, não me calo, tenho ideias claras, falo do que penso saber, e pergunto o que não sei nem entendo, tento ser aquilo que digo.
Nem conseguiria ser de outra forma, não quero ser uma fraude, não quero…
Não sou obediente, nem ignorante, não gosto da dor, nem física, nem mental, tenho medo da morte, não por ser um fim, mas por me impedir de ser maior, de ser mais, de fazer mais.

Não me vejo como uma pessoa de carácter forte, mas não tenho medo de presságios, nem cedo ás desgraças, não acredito no destino mas na vontade.
Por isso sou atento aos outros, tento atrair para mim aqueles que me parecem de qualidade, tento mantê-los perto, porque sei que são uma mais valia na minha vida, um tesouro que quero possuir, de que não posso, nem quero, prescindir.
No homem interessa-me o coração e a cabeça, os sentimentos e a inteligência.
Já disse mais de mil vezes que para me conquistar baste serem bondosos e generosos (e um sorriso conquista-me).
Mantenho-me firme nesta convicção.

Sem comentários: