quarta-feira, setembro 26


No meu modesto entendimento, não há nada melhor do que recuar e observar.
Acho que tenho um filtro que me faz ver o que me convêm, e aquilo que devo rejeitar.
Faço isto não por batota, mas por defesa pessoal. Se há uma coisa interdita no meu coração, é a raiva, a maldade, o rancor. São coisas repugnantes para mim.
Não tenho ódios de estimação. Geralmente tenho pena das pessoas que me odeiam, e que me detestam, por eu ser quem sou e como sou. Não é insolência o facto de pensar assim, não me iludo, há gente mais bonita do que eu (a maioria), mais inteligente e mais bondosa.
Mas tantas vezes me sinto sozinho, e a solidão dói, dói muito, a mim faz-me chorar.

Vivi a minha infância e adolescência na dor e solidão, isso fez de mim um ser atento aos outros, frágil mas ao mesmo tempo com uma força que vem de quem sabe olhar a vida de frente, e que luta para se salvar.
Passei de uma noite chuvosa de trovoada, para um céu limpo e solarengo. Foi uma viagem difícil, mas fi-la pelo meu pé, e encontrei gente que me quis acompanhar.
Os meus amigos.

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