sábado, setembro 22


Ingenuidade das simples criaturas que nós somos.
Muitas vezes olho em volta e só vejo o mesmo desânimo, a mesma apatia, a mesma tristeza.
Também a tenho, mas bolas, não deixo que ela me domine.
Tristes criaturas que se limitam a ter mentalidade de criados, e que muitas vezes o são. Servem os ricos e poderosos como se tivessem nascido com a sina de fazê-lo.
Esta mentalidade provinciana de muitos que se querem fazer passar por cosmopolitas, faz-me rir.

Eu devia trazer no peito um cartaz “ RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO”, se calhar está-me mesmo gravado no peito.
Ainda ontem alguém me disse que tenho jeito para as palavras, puro engano dele. Se as minhas palavras, ditas ou escritas, fazem sentido é porque são ditas com sinceridade, do coração, são autênticas, porque são sentidas.
Também um amigo me disse ontem, “fostes o único que reparastes, que estavas atento”. Como posso não estar atento ás pessoas que amo?
Sim porque amo os meus amigos, com aquele amor que não tem factura, nem recibo, simples, honesto e incorruptível.
Também me doeu saber os defeitos de carácter de outro por quem tinha estima. Aquela confirmação de que há ali uma falha de carácter, doeu-me.

Não sou de atirar pedras aos outros, mas continuo a não compreender e muito menos aceitar a maldade do homem.
Respeito a opinião diferente da minha, sempre ganhei no diálogo, e sempre perdi no confronto. Mesmo quando os ganhei. O confronto nunca me trouxe nada de bom, o diálogo sempre. Nem sempre vencer me traz alegria.
As pessoas vão infligindo mágoa e dor aos outros, e algumas com prazer.
A paz é possível, tenha o homem sabedoria para isso.

Pois é, de vez em quando vem-me estas ingenuidades…

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