Existem coisas que são difíceis de explicar com palavras.
Cuidado com o homem que não devolve a bofetada. Ele não a perdoou, nem permitiu que você se perdoasse.
O homem que não é indulgente com os outros, ainda não se conhece a si próprio. Aquele que não consegue perdoar os outros destrói a ponte que o faz chegar a eles. Aos outros perdoa sempre, a ti nunca.
O fraco jamais perdoa, o perdão é reservado aos fortes. Ganhamos frequentemente quando perdoamos os outros. É perdoando que somos perdoados, e é melhor perdoar do que vingarmos-nos, pois depois da vingança surge o arrependimento.
Compreenderas dificuldades dos outros é também perdoar.
O que é que mais assusta na solidão?
Para mim é o silêncio.
Não poder comunicar as minhas alegrias, os meus medos, as minhas tristezas, a beleza do que vejo, do que sinto.
A história de uma pessoa é feita de lágrimas, mas também de risos, e são estes que valem a pena guardar.
Muitas vezes rodeamos-nos de coisas e pessoas de que não precisamos, só porque tememos a solidão.
Que sei eu passados estes anos?
De fome sei alguma coisa, também de dor, tristeza, humilhação, sofrimento. Mas também sei de alegrias, risos. Partilhados, que a felicidade na solidão não existe. E como os meus amigos, eu nunca vi rir ninguém. Porque o riso deles é mais belo para mim, porque me enche o coração de alegria. São eles que transportam comigo o nosso pequeno casulo de interesses.
O mundo continuará, sem mim e sem os que amo. No entanto não quero que não tenhamos dito um ao outro aquilo que importa.
Sei que não vos posso dar o que gostaria, e muito menos o que vos é devido, sei que as minhas palavras e ideias não são as vossas.
Mas quero partilhar com vocês todos os bons e maus momentos, as vossa dores e as vossas alegrias. E mais do que tudo quero que sejam livres comigo, que me procurem quando precisarem, que me deixem ser o vosso colo. Que me deixem amar, a vocês, criaturas belas que amo.
O mundo é tão mais bonito com vocês.
O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer.
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