terça-feira, agosto 23

EU SOU A GARGANTA DE UM HOMEM QUE FALA



Engraçado como por vezes deixamos coisas insignificantes interferirem na nossa vida, e deixamos tanta coisa importante por dizer.



Não posso pintar o céu de outra cor, nem tornar o mundo bom para os outros. Por mais que eles o desejem, não posso nem devo ser aquilo que eles imaginam de mim.

Também sou eu que tomo as minhas decisões, penso pela minha cabeça, faço os meus juízos de valor.

Mas para mim o valor da amizade, dos afectos, é o mais importante na vida.

E engraçado que muitas vezes naqueles que depositamos mais esperanças, são aqueles que nos falham nas horas em que mais necessitamos, mas também aparecem aqueles que nos amparam quando menos esperamos.



Muitas vezes deixamo-nos embalar pelo nosso desejo de ver nas pessoas a perfeição, que nelas não existe, só nos nossos olhos, na nossa cabeça. E depois magoamo-nos quando essas pessoas nos decepcionam.

Para mim a rejeição sempre foi aquilo que mais me magoou, já a senti muitas vezes, a começar pela minha própria família. È como se me estivessem a fazer um buraco no peito, e que dói, muito.

Depois tenho este meu defeito de querer as coisas entendidas, não gosto de palavras não ditas, de gestos escondidos, de pessoas que falam por metáforas ou entrelinhas.



Não quero deixar de acreditar no amor, seja ele de que forma se me apresente, mas existem pessoas que passaram na minha vida, que me fizeram vacilar, que num momento de raiva, desespero ou dor, me fizeram pensar que estaria melhor se desistisse do amor, que ele só me traria amargura e desalento, a dor de que tanto tento fugir.



Gosto de gente franca, honesta, que gosta de rir das coisas e de si próprio. Isso atrai-me no outro.

Quando isso falha, temos o caldo entornado.

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