quarta-feira, agosto 31


Lisboa é uma cidade encantadora.
E eu tive a sorte de ter nascido nela.

Nasci na Maternidade Alfredo da Costa, no dia 7 de Março de 1968, dia em que começou a emitir a RTP 2, fazia a televisão portuguesa 11 anos de emissões regulares.
Foi a minha primeira “casa”.

Depois sei que estive uns dias no bairro da Graça, e com 20 dias mudei-me para a Travessa do Forno Aos Anjos, 38 2º E, ali bem no Intendente, bairro dos Anjos. Nessa altura não era um centro de prostituição, pelo menos assim descarado como é hoje.
Assim o Bairro dos Anjos foi o meu primeiro bairro.
Embora a minha mãe não me deixasse brincar na rua com os outros miúdos, fui começando com a ida para a escola primária, a conhecer o meu bairro.
A minha escola primária foi a Escola nº 26, na antiga Praça do Ultramar, hoje Praça das Novas Nações. A minha escola era daquelas antigas, meninos para um lado, meninas para o outro.
Onde fui baptizado foi na Igreja dos Anjos, uma bela igreja situada no principio da Avenida Almirante de Reis, e onde fiz a minha catequese, como bom filho de uma família ultra católica, e a primeira comunhão. É um belo templo barroco que aconselho a visitar, e também pela sua história, pois este não é o seu lugar original. Foi para o local actual vinda do meio da avenida, aquando da sua construção, e foi transladada peça por peça.

Os meus jardins-de-infância foram o da Igreja dos Anjos, com as suas duas árvores enormes, onde trepei feito macaco (que por acaso é o meu signo chinês), e o Campo Santana, ou Campo Mártires da Pátria.
Este é um grande jardim, já um bocado diferente, mas que ainda mantém a sua traça, cortada pela ligação entre a Rua Luciano Cordeiro e o Paço da Rainha, e com a sua estátua do médico Sousa Martins na ponta.
Sempre adorei este jardim pela quantidade de animais que nele reside, desde patos, pombos a galinhas e perdizes. Como adoro animais, era sempre uma alegria, das poucas a que tinha acesso, pois tinha sempre que ser um menino bem comportado.
Mais á frente o Torel, miradouro sobre o Bairro Alto, do outro lado da avenida, ainda hoje um dos meus lugares de eleição para repousar. Tal e qual cascata a escorrer pela encosta.

Quando foi para a Escola Nuno Gonçalves, na Avenida General Roçadas, alarguei os horizontes, e passei a ir para a escola sozinho.
Descobri então o Miradouro do Monte Agudo, bem na Penha de França, local de muitos namorados, pelo seu recato e por ainda ser muito desconhecido mesmo dos Alfacinhas, o bairro da Graça com os seu miradouros da Graça (com igreja imponente e a precisar de restauro), e o da Senhora do Monte, com a sua pequena capela de devoção das grávidas, e segundo reza a lenda local de acampamento das tropas de D. Afonso Henriques, antes da tomada do castelo de Lisboa aos mouros, e local de massacre do primeiro bispo de Lisboa, Hastings com mais outros padres, e onde está o seu cadeiral, na capela, onde se diz uma rainha se foi sentar por causa de uma gravidez complicada, visto, dizem, ter poderes milagreiros.
A Capela deve ser visitada, pelo menos pelo lindo presépio em cortiça, segundo dizem de Machado de Castro (?).

Depois com a idade, foi descobrindo o resto da cidade.
O Castelo e Alfama continuam a ser locais de eleição. O Castelo só visito o seu bairro (a entrada no reduto é proibitiva), onde adoro ir a um café local, antiga mercearia com as antigas arcas de vender as leguminosas, beber um cacau quente no Inverno. E Alfama para me perder nas ruas e viver a vida do bairro, tão castiço e ao mesmo tempo intimidador.

A Baixa é outro mundo, local onde íamos sempre ao dia 8 de Dezembro ver a inauguração das montras e iluminações de Natal, dos Armazéns do Chiado e do Grandella, ver os bonecos que se mexiam sozinhos, as pistas dos comboios, as montras cheias de brinquedos, que nós só tínhamos no Natal por serem caros. Tudo ardeu no incêndio de dia 25 de Agosto de 1988…
E parte da minha infância desapareceu.
Mas o Chiado continua com a garra que sempre lhe conheci. É um dos meus sítios preferidos, local de boémia, de ver passar os outros, de ver e ser visto.
Estar sentado numa esplanada e ver passar o mundo, um dos prazeres que tenho. Já disse que sou um espectador atento.

O Bairro Alto foi dos locais que mais se transformou.
Mas sempre foi local boémio. Passou de local de prostituição, casas de fados e tabernas, frequentado por prostitutas e seus clientes, para local da noite lisboeta, pouso de jovens, estrangeiros, gays, lojas de marcas, bares, restaurantes e casas de fado (elas resistem).
O Miradouro de São Pedro de Alcântara, continua a ser a sua varanda para Oriente, e a Bica, com o seu miradouro de Santa Catarina, a varanda para o Tejo.

Esse Tejo, rio que faz parte do ADN da cidade, belo e refrescante, local onde vivem os Tágides, os habitantes do Tejo, segundo Camões, que lá está na sua estátua, na sua praça, virado para o Chiado.

Outros locais fui descobrindo na minha cidade, que não falo detalhadamente para não ser exaustivo.
Mas não posso deixar de mencionar, a Estrela, com a sua Basílica e jardim, Campo de Ourique, Campolide com o seu aqueduto e onde vivi, o Jardim Zoológico (que saudades tenho de lá ir), a Igreja da Madre de Deus, Belém com os seus belos monumentos e os deliciosos pasteis (deu-me agora uma fome), São Bento com as suas lojas de antiguidades, as Avenidas Novas com a sua Arte Nova e o seu Português Suave, o Parque Eduardo VII e a sua Avenida da Liberdade, O Paço da Rainha, a Lapa e a sua “parente pobre” a Madragoa, São Vicente e a sua Feira da Ladra, Lumiar e os seus palacetes.

Mas o sítio onde gostava de morar, esse é a Praça das Amoreiras.
Esse é o meu lugar de sonho em Lisboa.

E o meu local preferido é o Príncipe Real, belo jardim e porta de entrada para os meus locais de diversão, onde encontro a “minha família”, e onde sou feliz, nem que seja por umas noites.


terça-feira, agosto 23

EU SOU A GARGANTA DE UM HOMEM QUE FALA



Engraçado como por vezes deixamos coisas insignificantes interferirem na nossa vida, e deixamos tanta coisa importante por dizer.



Não posso pintar o céu de outra cor, nem tornar o mundo bom para os outros. Por mais que eles o desejem, não posso nem devo ser aquilo que eles imaginam de mim.

Também sou eu que tomo as minhas decisões, penso pela minha cabeça, faço os meus juízos de valor.

Mas para mim o valor da amizade, dos afectos, é o mais importante na vida.

E engraçado que muitas vezes naqueles que depositamos mais esperanças, são aqueles que nos falham nas horas em que mais necessitamos, mas também aparecem aqueles que nos amparam quando menos esperamos.



Muitas vezes deixamo-nos embalar pelo nosso desejo de ver nas pessoas a perfeição, que nelas não existe, só nos nossos olhos, na nossa cabeça. E depois magoamo-nos quando essas pessoas nos decepcionam.

Para mim a rejeição sempre foi aquilo que mais me magoou, já a senti muitas vezes, a começar pela minha própria família. È como se me estivessem a fazer um buraco no peito, e que dói, muito.

Depois tenho este meu defeito de querer as coisas entendidas, não gosto de palavras não ditas, de gestos escondidos, de pessoas que falam por metáforas ou entrelinhas.



Não quero deixar de acreditar no amor, seja ele de que forma se me apresente, mas existem pessoas que passaram na minha vida, que me fizeram vacilar, que num momento de raiva, desespero ou dor, me fizeram pensar que estaria melhor se desistisse do amor, que ele só me traria amargura e desalento, a dor de que tanto tento fugir.



Gosto de gente franca, honesta, que gosta de rir das coisas e de si próprio. Isso atrai-me no outro.

Quando isso falha, temos o caldo entornado.

sexta-feira, agosto 19



AS COISAS BOAS DA VIDA:



Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas ( boas ou más) nunca mudam



Andar de mão dada com quem gostamos.



Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos.



Passar tempo com amigos íntimos.



Trocar um olhar com um belo desconhecido.



Embrulhar presentes sob a árvore de Natal comendo chocolates e
bebendo a bebida favorita.



Fazer-se à estrada com os amigos.



Chocolate quente.



Belos sonhos.



Haver alguém a mexer-te no cabelo.



Brincar com um cachorrinho.



Fazer novos amigos e passar o tempo com os velhos.



O beijo.



Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.



Alguém que te diz que és importante para ele.



Rir-se de si mesmo.



Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.



A Natureza.



Uma boa conversa.



Encontrar a coisa que se quer em saldo a metade do preço.



Ficar na cama agarrado a alguém a ouvir a chuva cair lá fora.



Conduzir numa estrada linda.



Um olhar especial.



Uma loja sem filas nas caixas.



Um chuveiro quente.



Apaixonar-se.



Fazer sexo.

Adoro viajar de comboio.

Já fiz viagens de comboio muito agradáveis, e que para mim são uma alternativa cómoda e confortável de viajar.

Hoje utilizo todos os dias o comboio para vir trabalhar para Lisboa, o da Fertagus, desde o Pragal.
Mas sempre gostei de utilizar o comboio. Tenho viagens que me ficaram na memória.

Ir ao Porto de comboio é atravessar meio país. Já o fiz para o Porto, Aveiro e Coimbra. Ir e vir no mesmo dia. Confortável. São 3 cidades que adoro.
O Porto por ser o Porto, desde a Ribeira até á Boavista, todo o centro da cidade é um festim para os meus olhos, bem como o falar das gentes, o bom comer, o saber receber de braços abertos, o palavrão na ponta da língua, a frontalidade.
E como não gostar da Torre dos Clérigos, do Palácio da Bolsa com o seu belo salão árabe, da Sé imponente como uma fortaleza, do Magestic, do mercado do Bolhão, da Ribeira com vista para o Douro, da Igreja de Santo Ildefonso com os seus belos azulejos, da de São Francisco com altar de ouro e os túmulos na cave, das ruas de pedra escura e gente de coração quente.
O Porto para mim é lindo e amei-o logo no primeiro instante que o vi, através da Ponte da Arrábida, e volto sempre como quem volta para os braços de um amante com quem se tem uma relação intensa e apaixonante.

Aveiro é mais ria, passei lá várias vezes férias, mas de vez em quando vou lá de comboio para matar saudades, não dos ovos moles, que não gosto, mas da cidade, linda e cheia de água, do seu belo museu, da sua sé catedral, das belas igrejas, da boa comida, do parque frondoso, e do cheiro a sal. E das suas gentes.

Coimbra é cidade que descobri pelo comboio. Passava lá todos os anos em miúdo, para ir para a aldeia de meus pais, mas nunca a tinha visitado.
Um dia peguei em mim e fui de comboio. Já lá voltei mais vezes, de comboio. Uma vez pelo ramal da Lousã, infelizmente fechado. Estava em Serpins de férias e meti-me no comboio para ir dar um beijo á tricana Coimbra. E comer uns pasteis de Tentugal na Praça da Portagem.
Adoro a cidade, que melhorou a olhos vistos nos últimos anos. A Sé Velha deslumbra-me, bem como a Igreja de Santa Cruz, os Mosteiros de Santa Clara (a Velha e a Nova), o rio, a baixa com as suas ruas estreitas e cheias de comércio, e a comida, a comida meu Deus, aquela Chafana que delicia.
Voltei lá este fim-de-semana, e o prazer renovou-se, e a vontade de lá voltar também, se Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, para mim tem na chegada, como se os meus olhos se encantassem com a beleza dessa bela cidade.

Também já fiz a Linha do Oeste, quando tinha Intercidades, Figueira da Foz, Leiria e Caldas da Rainha, já foram visitadas por comboio.
Adoro a Figueira pelo seu ar cosmopolita, o sol, e o belo peixe. O museu é dos melhores da Europa e já galardoado com prémios internacionais.
Leiria é cidade por quem se apaixona com doçura, o castelo está imponente numa das colinas, misto de fortaleza e moradia principesca. Percorrer as ruas da parte velha é encontrar pequenos tesouros em cantos imprevistos. E visitar o outro lado do morro, no santuário é ter a visão contrária á da do castelo.
Caldas da Rainha é cidade agradável, com o seu parque com museus, a Igreja do Pópulo, única em Portugal , a loiça e a gastronomia, desde os doces á fruta. E o mercado, e os belos prédios do Korrodi.

Outra bela viagem é pelas Linhas da Beira Alta (que só fiz uma vez) e pela da Beira Baixa.
A da Beira Alta liga á cidade da Guarda (infelizmente Viseu perdeu o comboio, há muito tempo), cidade mais alta de Portugal, que dizem der feia, mas que eu acho das mais autênticas de Portugal, não fosse eu gostar de serras.
Adoro aquela Sé Catedral, vagarosamente construída, mas bela e robusta, misto de arte e fortaleza, que a fronteira com Castela ficava perto. As ruas do centro são um convite ao deslumbramento, o museu é singelo mas agradável, as muralhas estão espalhadas pela cidade, a Igreja da Misericórdia é linda. É mesmo uma cidade para percorrer a pé e com calma, atento, para não perder os pormenores, que estão a cada esquina, em cada casa, em cada janela. Ali está a alma de vários povos, desde romanos, a árabes e judeus. Uma lição de história.
E a comida? E a gente? Que hospitaleiros…

Com a Linha da Beira Baixa, já fui a Castelo Branco e a Abrantes.
Castelo Branco, uma das cidades com melhor qualidade de vida em Portugal, é um encher o pulmão de energia e beleza, desde aquele magnifico Jardim do Paço Episcopal, á Sè, singela e muito bela, ás ruas medievais, ao castelo, donde se vê a perder de vista.
Vê-se que aqui tinha que nascer uma cidade. E a comida, Beirã, de boa qualidade e bem servida. E os enchidos e queijos são de chorar de alegria, as papilas gustativas batem palmas a agradecer-nos de tão bons sabores.
Abrantes é cidade entre o Alentejo, a Beira Baixa e o Ribatejo, tendo um pouco de cada, o que lhe dá um ar misto que agrada. Cores garridas e igrejas imponentes, sob o castelo. E bons doces. E o rio Tejo que lhe dá uma graça especial.

O comboio também  já me serviu para ir ao Alentejo. Évora e Beja muitas vezes, alias fiz nas duas localidades o meu serviço militar…
De Évora tudo o que se possa dizer não chega, toda a cidade é um festim para quem admira as belezas construídas pelo homem, para contrabalançar as desgraças que faz. Desde a Sé, Igreja da Misericórdia, Praça do Giraldo, Aqueduto, Templo Romano…, é uma cidade que não se consegue ver num dia, quantos mais numas horas. É para voltar, sempre, e sempre se descobre algo novo. E a comida é de fazer chupar os dedinhos…
Beja é mais calma, mas igualmente bela. A torre imponente marca a sua presença, como que a espiar-nos e a proteger-nos. E aquele museu é de visita obrigatória. Aliás a cidade é de fácil visita e deve ser vista á velocidade alentejana, devagar e com calma, pois vale a pena. E não se pense que a gastronomia é pobre. Pobre é de quem não a prova.

Também já vim do Algarve de comboio, de Loulé (estava na Quarteira), mas a viagem que mais me agradou foi a de entre a Fuzeta e Faro, passando por Olhão.
Olhão é cidade singela, mas bem agradável, muito cubista e árabe. Visita-se bem e com calma numa manhã. Boa para quem gosta de misturar praia e turismo cultural.
Faro descobri pelo comboio, cidade que julgava banal, transformou-se a meus olhos numa cidade agradável de visitar. A sé é linda, bem como toda a zona “intra-muros” e a Igreja do Carmo com a sua capela dos ossos é um tesouro raro e desconhecido para muitos portugueses, que só conhecem a de Évora. Não sendo a cidade mais característica do Algarve é de visitar.

O comboio também me serviu para ir de Valença a Vigo, cidade feia que só valeu pela viagem de comboio.

Das viagens mais bonitas que fiz, e se tivesse que escolher uma, e só daquelas que fiz, escolhia o percurso entre o Entroncamento e Castelo Branco, pela paisagem. Ver o rio Tejo através do comboio é de uma beleza inacreditável, e de repente o castelo de Almourol, as Portas de Ródão, Abrantes no cimo da colina, Constância entre o Tejo e o Zêzere, Belver e o seu castelo.
Um festim para os olhos.

Gostava de fazer outra vez essa viagem com os meus amigos.

quarta-feira, agosto 17


O que é que foi que não fiz bem? Que coisas me foram prometidas e negadas? Ou dadas e perdidas?

Achei que sou e no mundo em que vivo.
Por vezes deixo-me olhar para o céu, mas no fim não sei o que cá faço, mas espero que seja importante, mas o mais importante é eu ser.

Não tenho emenda. Começo a pensar e uma coisa puxa a outra, e começo a escrever que nem um doido.
As palavras podem ser boa e más, podem ofender, podem pedir desculpa, pode, servir de conforto, insinuar, afirmarem-se, contra dizerem-se. Separam o trigo do joio, mas só o trigo dá pão.
E há o silêncio…

Eu sei que por vezes é preciso ser-se de pedra, mas o silêncio incomoda-me. As palavras que não são ditas provocam-me desconforto. Nunca fui de deixar de dizer o que penso e o que sinto, para isso já me chega a vida profissional…
Não sou arrogante, por isso a minha frontalidade é genuína e pura. Não sou frontal para provocar ou magoar os outros, embora sei que o possa fazer, e é uma qualidade que me atraia nos outros. Por isso quando não a usam comigo, fico desorientado, magoado e triste. Perco a confiança nessa pessoa. Não compreendo os discursos distantes dos actos.
Isso é a morte do idealismo.

E eu quero continuar a acreditar que existem pessoas autênticas como eu, que não tem medo de mostrar os seus sentimentos aos outros, principalmente aos amigos, sem que isso os perturbe.
Já disse que não sou amigo de nem 8 nem 80. Sou amigo a 100%. Só assim concebo a amizade.
E tudo o que fortaleça os laços da amizade, são para mim experiencias únicas na minha vida, que só me enriquecem como ser humano. Aquilo que vivencio e aprendo com os meus amigos, são dádivas que recebo e retribuo com carinho, pois mais nada posso dar a não ser o meu total afecto para com as pessoas que me dão afectos, sem pedir nada em troca, apenas que goste delas, como eu gosto.

Por isso este fim-de-semana em casa de amigos foi especial, porque fortaleceu esses laços. Fiquei a conhecer um pouco mais deles, me fez compreender melhor o que eles são, e aquilo que representam para mim.
Sinto-me bem com pessoas em que as ideias e o dialogo é fortuito e frutuoso, em que se pode falar de parvoeiras ou de coisas sérias e/ou interessantes. Partilhar isso com amigos é o melhor que se pode ter. São momentos que, se a memória não nos atraiçoar, ninguém já não nos vai tirar.

E no fim, o amor é tudo aquilo que realmente importa, é o que vale a pena.

Chocolate não engorda, quem engorda é você.
O cérebro é um órgão maravilhoso. Começa a trabalhar logo que acordamos e só pára quando chegamos ao serviço.

Cerveja sem álcool é igual travesti: A aparência é igual, mas o conteúdo é bem diferente!
Quando a sua mulher fica grávida, todos alisam a barriga dela e dizem "Parabéns". Mas ninguém apalpa os seus tomates e diz "Bom trabalho"!
Se beber fosse pecado, Jesus teria transformado água em Fanta 
O amor não torna as pessoas mais bonitas. O nome disso é maquiagem.

O amor não faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome disso é gravidez.

O amor não é aquilo que te pega de surpresa e te deixa totalmente sem ar. O nome disso é asma.

Gostaria de saber o que esse Jeová fez de errado pra ter tantas testemunhas assim.  

Antes eu não era perfeito... Faltava-me a modéstia
Os ursos polares adoram o frio. Os bipolares às vezes adoram, às vezes não.

Troque seu coração por um fígado, assim você se apaixona menos e bebe mais.

Ex-namorado é que nem vestido: você vê em foto antiga e não acredita que teve coragem de um dia sair com aquilo!
O amor é como a gasolina da vida. Custa caro, acaba rápido e pode ser substituída pelo álcool.
Mãe, porque é que você bateu naquela mulher que a gente viu chorando no túmulo do pai?
Liquidação de Muletas - Venha correndo! 

sexta-feira, agosto 12

Ninguém conhece as suas próprias capacidades enquanto não as colocar à prova
"O medo nunca levou ninguém ao topo."
Não prometas mais do que podes oferecer.
É melhor ser ignorante de alguma coisa do que aprendê-la mal
Não há nada que se possa fazer com pressa e prudência em simultâneo
Em qualquer iniciativa que tomes, pensa bem onde queres chegar
"Ama os teus pais, se são justos e honestos: caso contrário, suporta-os."
Quando o mar está calmo, qualquer um pode ser timoneiro
Enquanto se pensa, muitas vezes a ocasião se perde
À pobreza faltam muitas coisas, à avidez falta tudo

"Dificilmente a divindade concede amor e sabedoria."
Ninguém sabe aquilo que é capaz de fazer antes de ter tentado
Muitos recebem conselhos, mas só os sensatos beneficiam deles
"Há quem atribua ao seu valor aquilo que deve à sorte."
Aquele que sabe vencer-se na vitória é duas vezes vencedor

quarta-feira, agosto 10


Na vida de cada um de nós há sempre uma casa.
A casa da minha vida foi a de meus avós paternos, na aldeia de Ponte de Fajão.

É uma casa de 3 andares, o de baixo loja (que quer dizer arrecadação, primeiro andar com uma sala, segundo andar com uma sala grande, 2 quartos, cozinha e casa de banho (feita já em morte dos meus avós), e um sótão.

A casa fica no centro da aldeia, a seguir ao Terreiro, o largo comunitário, onde se realizavam todos os grandes acontecimentos, desde festas a reuniões.
Na aldeia as ruas são estreitas, e é por uma rua estreita que se chega á casa, que tem uns degraus para se chegar á porta e por onde passa por baixo uma levada, que leva água aos quintais dentro da aldeia.
As paredes são brancas, caídas, irregulares no primeiro piso, pois tem grandes pedras na base, tem um candeeiro na parede para iluminar a rua e faz uma esquina côncava, e tem um passadiço que passa ao lado do primeiro andar e por baixo da cozinha, que fica no segundo andar .
No Verão, nos dias muito quentes as paredes brancas ficam cheias de insectos por causa da lâmpada.

Entra-se para a casa por uma porta castanha que dá acesso ao primeiro andar, misto de sala e quarto, para quando há muitas visitas.  Tem uma cristaleira antiga com loiça que vem dos meus bisavós das fábricas de Sacavém e Coimbra, e gavetas cheias de fotos antigas e roupas de cama, algumas com anos.
Sobe-se ao primeiro andar por um escada íngreme de madeira que na sua terça parte, faz uma viragem  á esquerda. Todas as paredes interiores são de madeira de castanho escuro.
Em cima a escada vai dar a uma grande sala, comum de onde partem as outras divisões, actualmente só com uma janela, pois foi aberta uma casa de banho por cima da rua traseira.
Daqui vai-se para os quartos, um virado para a rua do Terreiro, que era o meu quarto e do meu irmão, e onde em miúdos colávamos os posters da Bravo, a revista dos teanagers, dos grupos dos anos 80, e que tinha uma arca onde guardávamos a roupa, e com janela para o largo.
O outro com um grande guarda vestidos era dos meus pais, antes dos meus avós, como o nosso era o dos meus pais, pois nós dormíamos no primeiro andar. Esse tem janela para o quintal nas traseiras da casa que é separado por uma pequena rua e onde por cima foi construída a casa de banho.
A sala de jantar tem um enorme salgadeira antiga, hoje arca de arrumação. A janela que ficou dá para o vale onde fica o rio e vê-se toda a paisagem, um verdadeiro miradouro com altas fragas com pano de fundo.
Daqui parte as escadas em madeira, que são retrateis, para o sótão, e havia antes um alçapão para uma arrecadação, que desapareceu para dar lugar ao wc, que devia partir do primeiro andar, mas cuja ideia, infelizmente, foi abandonada. Hoje abre-se o alçapão e vê-se as pessoas a passar por debaixo da casa.

No fim a cozinha, de chão misto de madeira e tijolo na parte do fogão, que é a lenha (ou era), com uma chaminé grande e com janela para a rua. Tinham um banco corrido com uma mesa que subia e ficava encostada é parede, e onde os miúdos comiam.
Era ai que se faziam os grandes cozinhados para a família numerosa dos meus avós, foi por isso que fiquei a detestar o arroz doce, aquela panela enorme de arroz a cozer que a minha tia Irene fazia, empestava a casa toda, e deixava um cheiro enjoativo.

Foi ali que eu vivia as minhas férias de Verão, era a minha casa que eu adorava.
Nunca mais lá voltei…

terça-feira, agosto 9


Somos uns seres complexos em que o presente se mistura com um passado.
Mas no fim são tão poucas as palavras realmente importantes.
Por vezes não é bom olhar para o passado. O passado tem esqueletos.

Tantas vezes me banhei naquele rio.
O meu rio é o Ceira.
O rio Ceira nasce na Serra do Açor a 1 118 metros de altitude, e percorre 100 km até ao rio Mondego perto de Coimbra.
Foi lá que aprendi a nadar, com uma daquelas câmaras de ar dos pneus dos tractores, que tinha um pipo para dentro, e que nos arranhava todos.
Na aldeia dos meus pais, a Ponte de Fajão, o Rio Ceira passa limpo, a água é límpida e cristalina, cheia de pequenos peixes que, se estiverem parado, vem comer os pequenos seres poisados nos teus pés, que tu levantastes do fundo do leito do rio com os teus pés.
Foi lá também que nadei pela primeira vez nu, livre que nem um passarinho e fiz nudismo.
O local onde íamos tomar banho chama-se Gola Grande (nunca consegui que me dissessem porque se chamava assim). Mas tinha dois belos e pequenos lagos, de água fria, e grandes rochas planas onde apanhávamos sol, e brincávamos com os meus primos.
Um lago era de fácil acesso largo e baixo, o outro comprido e fundo, onde só se tinha acesso mergulhando do alto de uns penedos.
Ao lado de quem entrava havia um moinho de água.

O rio atravessa a aldeia dividindo-a, e tem duas pontes na aldeia.
Acordava sempre ao som do rio a correr quando era Inverno, pois o caudal aumenta nessa altura, fazendo desaparecer a praia natural, o que levava a todos os anos o caudal a mudar de aspecto e até pequenos desvios de curso.

Para sul havia outra praia natural, estas de seixos, onde imã os rapazes fazer nudismo, para meu contentamento claro LOL.
Mais a sul havia uma ponte muito antiga, estreita, sem protecções, na aldeia de Cartomil e o rio continua serra abaixo passando por Góis, que é considerada a princesa do Ceira e Serpins, onde começava o antigo ramal da Lousã.

Havia uma estrada que acompanhava o rio por vários quilómetros entre Fajão e Gois, de uma beleza invulgar e quase selvagem, pontilhada por pequenas aldeias e ou casas abandonadas, sinal de uma desertificação que grassa no interior pobre do país.
O que é bom para um rio, o Ceira depois de Gois fica poluído.

Mas no meu rio fui muito feliz, e ele será sempre o meu rio, com quem eu sonhava, para o qual tinha desejo de voltar todos os Verões, para as suas águas frias, mas limpas, que davam para beber.
Mesmo no Inverno, sempre que ia á aldeia, ia ver o meu rio, e ficava a ver os peixes, maiores nessa altura, a nadar e a saltar no rio, os “alfaiates” a boiar, os pássaros a beber nele.
E lembro-me das minhas tias e primas a lavar a roupa e os tachos no rio. E a deixarem a roupa a corar nas margens.
Margens essas que tinham pequenas lameiras onde se cultivavam produtos hortícolas, com levadas nos limites para irriga-las, por quilómetros, que eu percorria, sozinho a contemplar a natureza, impávida a mim. De vez em quando um sapo, uma rã, uma cobra, um lagarto vinham espreitar-me, ver quem passava, como se a cumprimentarem-me ou a dizerem-me - que vens aqui fazer?  Que queres daqui? Tu não és de cá…”
 E os rebanhos de cabras, com os seus chocalhos seguiam pelas suas margens, pela hora de almoço, (a nossa, que a do campo não se compadece da dos citadinos), e que anunciavam o fim do dia quando regressavam, para serem ordenhados antes de voltarem aos currais.

Tenho saudades do meu rio, que sei que lá está, com a sua praia natural, substituída por uma artificial mais a sul, junto da Ponte Nova.
Mas as minhas praias serão sempre  a Gola Grande, a do Américo e a Foz do Choroso, mais a norte, com uma pequena ou várias cascatas (dependendo do Inverno anterior)

O meu rio é o mais lindo, para mim é o meu rio, e ele é o Ceira.

“Não foi incrivelmente fantástico?” 

O que o Leão espera de seu parceiro:
Busca alguém com quem compartilhar as suas ideias criativas, que goste de crianças e queira ter filhos. Geralmente deseja mais uma plateia para aplaudi-lo ou um companheiro de brincadeiras, do que um verdadeiro amor. 
“Antigamente EU era vaidoso, mas agora curei-me e estou PERFEITO!”

 “Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho.” 

O que o Caranguejo espera de seu parceiro:
Procura alguém de que possa cuidar, nutrir, paparicar como um bebé. Também busca a segurança que o relacionamento pode dar e alguém que consiga tolerar seu humor instável, uma hora alegre, outra hora depressivo. 

 “Não me siga, posso mudar de rumo a qualquer momento.” 

Se nem ele sabe, como é que eu vou saber?

“Você viu o controle remoto?” 

Para o Gémeos o que conta é o companheirismo, é ter alguém com quem conversar, trocar ideias, e principalmente para ouvi-lo. Gostaria de encontrar o seu gémeo ou sósia intelectual. Quer sentir-se livre para ir e vir quando bem entender.

“Odeio fofocas... Mas... já te contei a última?” 

“Não tenho tudo o que amo... Mas é uma questão de tempo e paciência...” 

O que o Touro diz depois do sexo: “Estou com fome - quero pizza”