sexta-feira, fevereiro 11

Todos correm iguais em monotonia e desesperança, o país enlutado, cheios de mutilados. As novíssimas camadas universitárias, desmotivadas. “Por todo o país só se vêem paralíticos, seres entorpecidos”… Falar, é denunciar-se; ouvir, é comprometer-se.

Portugal fina-se no meio da indiferença cansada da nação. Só a pura impotência ou a pura cobardia o deixaram imperar tantos anos esta situação e estas personagens, expressão portuguesa do andaço na devoção paroquial dum campónio, a crueldade plebeia, a astúcia e a rusticidade.

O novo senhor veio como um continuador, sem reconhecer idoneidade cívica ao povo, nem curar em despertá-lo da modorra letárgica provocada pela longa autocracia. O momento português não requer apenas um simulacro de abertura política e o novo governo obstinava-se na anacrónica manutenção dum status quo que não prestigia a nossa história.

Portugal perdeu o norte da nossa capacidade civilizadora.
“Assim eu acreditasse nos militares”. 

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