Fiquei à espera de ti, esperei muito tempo, e tu esqueceste que eu existia.
Fiquei à espera de ti, mas o tempo foi passando, e eu fiquei à espera, desesperando.
Fiquei à espera de ti, e doeu-me o coração com a minha solidão.
Fiquei à espera de ti, e isso não te põs em cuidados.
Fiquei à espera de ti, queria te ver chegar, mas tu deixaste-me sozinho, deixaste-me aqui ficar...
Ai de mim que me perdi nesta vida desencontrada.
Tantos caminhos andados e não fui eu que os descobri, forma os meus passos mal dados que me trouxeram aqui. Perdido me acho na vida , e a vida me perdeu, e por mais que queira encontrar a razão do meu viver, a razão de cá andra, não posso compreender.
Mas que culpa tem o destino, dos caminhos por onde andei, fui eu no meu desatino que andei, e não reparei.
perdido estou sem remédio, é meu pecado e meu castigo, viver assim comigo.
Sinto que cheguei ao fim das ilusões, que muitas não tive, mas se alguém gosta de mim, algo de mim sobrevive.
Viver é estar-se perdido, eu vivo e vai-se-me a vida atentar compreender, sem conseguir entender.
Mas tenho o campo, e tenho as flores, tenho o sol e tenho o céu, tenho o mar, e tenho amores. que mais posso querer eu?
Depois do dia vem a noite, depois da noite vem o dia.
Porquê esta ansia louca que de repente me invade? Será que valho a canseira do vosso tempo perdido?
Deus me perdoe o pecado, que não há-de perdoar, e que tudo o que faço pese na balança da minha vida.
Tantas coisas que já li, outras tantas que já vivi, fazem de mim o que sou. Tudo o que tenho vivido fez o meu pensamento, pois a memória de cada momento faz-me pensar o porquê de tudo isto.
Faltam-me asas, e sobejam-me as penas.
Mas gostava de voar...
Ai se tivesse voado, aonde queria voar...
Mas assim fico onde me veem, sem entender porquê, pois faltam-me as asas, que me foram cortadas, e que me fizeram e fazem sofrer.
E tenho sofrido muito nos meus voos embalados, pois ao querer fugir do chão ficam-me os pés agarrados, para mal dos meus pecados...
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