Há dias em que parece que o mundo é uma coisa decente.
Hoje ao vir para o trabalho sai na paragem da Quinta do Morgado, para fazer o transbordo do autocarro em que vinha (o 83) para um que me levasse para o Prior Velho (onde trabalho).
Junto á paragem estava já fora do passeio um invisual parado, a tentar atravessar e a ser ignorado pelas inúmeras pessoas que ali estavam e passavam.
Claro que eu, (só podia), dirigi-me ao senhor e perguntei-lhe educadamente se necessitava de ajuda. E ajudei-o a atravessar (ele estava fora da passadeira), tendo até um táxi parado para nos deixar atravessar, e como ele ia apanhar o 45, e ele estava na paragem, eu levei-o até ao autocarro, que ele apanhou.
Já há uns anos me tinha acontecido uma situação gritante de IGNORANCIA em relação ao outro ser humano, a que assisti.
Trabalhava eu no Conde Barão e apanhava todos os dias o autocarro 27 para o ginásio no Saldanha. Num dia quente de Junho, (estava mesmo muito calor), estava junto á paragem do autocarro no principio da Avenida D. Carlos I, no sentido para a Assembleia da Republica, um homem de fato estendido no chão sem se mover. A paragem estava cheia de gente, inclusive estavam 4 fiscais da Carris, e várias pessoas sentadas no muro, junto ao homem.
Claro que o sangue começou-me logo a ferver, a minha aflição era que o homem estivesse morto, e ninguém se incomodava com isso.
Entretanto vi um carro da polícia a subir a avenida, e coloquei-me literalmente no meio da rua e obriguei o carro a parar, e pedi aos polícias para tomar conta do caso, o que prontamente fizeram.
Entretanto os polícias reconheceram o homem como um alcoólico que costumava andar nesta zona e chamaram o INEM, tendo entretanto uma médica, a passar pelo local, verificado o estado do homem, que estava em coma alcoólico.
Será que aquela “gente” se estava cagando para aquela criatura porque era um bêbado?
Só me apeteceu bater naquela gente toda. Claro que passei por “maluco” por ficar irado parente o desprezo que aquelas criaturas tiveram perante um outro ser humano.
Mas enfim, por vezes o mundo parece um local maravilhoso…
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