Somos todos mais poetas do que homens com razão.
segunda-feira, janeiro 31
O mundo com pouco te dotará, se queres ter uma vida, ganha-a.
Uma coisa que achei engraçada quando tirei o meu curso na UAL, foi os meus colegas ficarem admirados por eu ter tanta cultura geral, não estudando há 25 anos.
Nada mais simples, eu nunca parei de me educar.
Ler, visitar museus, ver documentários, ver debates, viajar, sempre foram a minha escola, as coisas que me ensinaram sempre algo de novo e interessante.
E os outros. Sempre aprendi com os outros, eles são também a minha fonte de conhecimento.
Se és demasiado arrogante e vaidoso, convencido da tua sabedoria, e não queres, não te dispões a aprender com os outros, a ouvi-los, nunca vais ter cultura suficiente, maturidade suficiente, nunca vais ser um ser humano na sua plenitude.
A vida dos outros, o pensamento dos outros, é para nós uma escola. Ouvir os outros é aprender. E não são apenas os professores, que são importantes para a nossa formação, e por isso devem ser respeitados. Os bons professores são de uma extrema importância para a nossa cultura, para o nosso conhecimento, e não servem para nos encher a cabeça de informação, mas para nos ajudar a pensar e a lidar com toda essa informação.
Por isso respeito muito os professores.
A todos aqueles que me abriram os horizontes, o meu muito obrigado.
Um mar de escrita
Suicidou-se a 28 de Março de 1941, aos 59 anos, com pedras no bolso, atirando-se ao rio Ouse. Deixou cartas ao marido e á irmã.
O talento de Virginia Woolf diz-se que se desenvolveu como fuga á sua infância recheada de abusos sexuais, por parte de 2 meios-irmãos e do próprio pai.
Por isso a sua total aversão pelo próprio sexo.
Passou a vida a tentar o suicídio.
A mãe morrera-lhe aos 13 anos. Dois anos depois morre-lhe a irmã mais velha de parto.
Em 1904 morre-lhe o pai, e ela tenta pela primeira vez o suicídio, atirando-se pela janela.
Pouco depois torna-se critica literária.
Em 1906 o irmão Troby morre de febre tifóide devido a uma viagem á Grécia.
Entretanto cria-se o Círculo de Bloomsbury, um grupo de jovens intelectuais e artistas a que ela pertence.
Ciúme e inveja eram defeitos que ela reconhecia ter.
Casou aos 30 anos com Leonardo Woolf, com quem não suportava zangar-se, embora não o amando profundamente, coisa que ele fazia.
Quando começa a ouvir vozes afunda-se na escrita, mas o cérebro começa a dar de si.
Acabou em suicídio.
sexta-feira, janeiro 28
A Musa do Movimento
Aos 5 anos Isadora já sabia que o seu destino era a dança.
Era castigada na escola por dizer aos colegas que o Pai Natal não existia.
Nasceu em 26 de Maio de 1877 na cidade de São Francisco, com o nome de Ângela Isadora Gray Duncan, a mais nova de 4 filhos.
O pai viu-o duas vezes. Decidiu passar a vida a combater o casamento.
A mãe Mary descendia de uma rica família irlandesa, que a repudiou por se ter divorciado. Isadora e os irmãos viveram em casas desmobiladas e com poucas refeições.
Aos 12 anos já Isadora fazia tournées na costa da Califórnia. Vão depois para Chicago onde fez pequenos papéis em teatros de péssima categoria.
Insatisfeita parte para Nova Iorque onde dança para a elite nova-iorquina, que depressa se cansa dela.
Pouco depois os seus parcos haveres ardem no hotel onde moravam.
Isadora e a família partem para Londres, onde viveram debaixo da ponte, literalmente.
Através de uma das suas protectoras consegue actuar para a aristocracia londrina.
Em 1903 faz a sua primeira tournée pela Europa.
Cria uma escola de dança em Atenas, a primeira de muitas.
Isadora teve 3 filhos, uma menina Deidre, do cenógrafo e actor Gordon Craig, e dois rapazes, Patrick, filho de Paris Eugene Singer, e outro que morreu poucas horas depois de nascer, em 1914. Os outros dois morrem num acidente de automóvel em 1913.
Curou a dor indo para a Albânia ajudar os refugiados gregos.
Com o tempo os sinais de loucura começam a aparecer, e parte para Nova Iorque.
Dançou pela última vez em 8 de Julho de 1927.
Nos últimos anos a bela Isadora enchia-se de maquilhagem e álcool e engatava rapazes na rua.
Morreu numa tarde de Setembro enforcada pela própria encharpe numa roda de um automóvel.
quinta-feira, janeiro 27
A Dama da Ciência
Subiu ao palco do Nobel para receber o seu prémio Nobel da Química em 1911.
Já em 1903 tinha sido premiada na companhia do marido.
Na plateia assistia a sua filha, que 24 anos mais tarde, receberia também ela o premio Nobel.
Aos 43 anos este prémio foi uma lufada de ar fresco na sua complicada vida.
Marie Curie, viúva de Pierre Curie, vivia um romance com Paul Langiven, seu colega, 5 anos mais novo e casado.
A imprensa e a moral vigente não lhe perdoam a “afronta”. Apedrejavam-lhe as janelas de casa, a Sorbonne tentou forçá-la a ir para a Polónia e a Academia de Ciências de Paris recusa a sua admissão.
A Academia de Ciências Portuguesa elegeu-a como seu membro “correspondente estrangeiro”.
Marya Sklodowska Curie nasceu em Varsóvia a 27 de Novembro de 1867.
Sempre foi uma mulher sobredotada. Na escola era a melhor aluna.
Aos 15 anos entrou em depressão. Pouco depois morre-lhe a irmã mais velha, com 14 anos, com tifo e depois a mãe com tuberculose.
Com 17 anos emprega-se para pagar os estudos da irmã Bronya então com 20 anos.
A 3 de Novembro de 1891 entra na Sorbonne para fazer uma licenciatura em ciências. 15 anos mais tarde foi a primeira mulher a ser admitida como professora na mesma instituição.
Passou fome e frio, alimentava-se de chá e pão, chegando mesmo a desmaiar.
Concluída a licenciatura, tira num ano a de matemática.
Em 1894 conhece Pierre. Casa com ele em 1896. Um ano depois nasce a sua primeira filha Irene, que viria a casar com Jean Joliot com quem partilhou o prémio Nobel em 1935, e que se tornaria a primeira mulher membro do governo francês em 1936.
Começou então a trabalhar com a radiação de urânio. Em 1898 já tinha, em conjunto com o marido Pierre, conseguido isolar a substância radioactiva. Dessa substância nasceram dois novos elementos, o Polónio em homenagem á sua terra natal, e o mais cientificamente relevante, o Rádio.
Os Curie começam a sentir-se cansados, com as cabeças dos dedos a gretarem-se e com dores.
E tinham a adversidade de quase todo o meio científico.
A 28 de Março de 1902 escreve no caderno Ra=225,93, o peso de um átomo de Rádio.
Conseguira.
Recusou a patente para a técnica de extracção e purificação do Rádio, alegando que pertencia a todos o que o quisessem usar. Recusou a fortuna da sua descoberta.
A 25 de Junho de 1903 apresenta a sua tese na Sorbonne, era o primeiro doutoramento feminino.
A 10 de Dezembro os Curie recebem ex-aequo com Henri Becouerel o prémio Nobel.
Em 1904 engravida e nasce Eve Denise.
Pierre morre atropelado em Paris a 19 de Abril de 1906.
Depois do segundo Nobel, Marie fechou-se em casa doente.
Na primeira guerra mundial, Marie doou o resto do seu prémio Nobel à França, e organizou um serviço público de aparelhos de raio-X móveis, que beneficiou um milhão de soldados feridos.
Em 1921 visita os Estados Unidos, estava quase cega.
Em 1934 descobre a radioactividade artificial.
Morreu a 5 de Julho de 1934.
Já não viu a sua filha e genro receber o prémio Nobel em 1935.
quarta-feira, janeiro 26
A musa dos homens
Lou Andreas Salomé passou a vida inteira contra a maré moral.
Intima dos mais belos cérebros – Nietzsche, Rilke, Freud.
Foi pensadora, ensaísta, romancista, psicanalista, filha, esposa, musa, amante.
Publicou 20 livros entre romances e ensaios.
Nasceu em São Petersburgo em 12 de Fevereiro de 1861, numa família aristocrata. Não gostava de visitas.
Era uma mulher alta de olhos azuis.
Não acreditava no monopólio das relações, nem na fidelidade.
Em 1882 conheceu em Roma, Paul Rée , 12 anos mais velho do que ela e através dele Nietzsche, 17 anos mais velho. Com eles teve uma relação a 3.
Separou o sexo do casamento, o sexo do amor, a amor da paixão, e todas as coisas menores do trabalho e da seriedade.
Portou-se como um homem e os homens tornaram-se desesperadamente femininos nas suas mãos.
Era uma mulher limpa.
Casou em 1887 com um obscuro médico, 16 anos mais velho, casamento que durou 43 anos, até á morte dele.
Em 1911 conhece Freud.
Em 1913 é reconhecida pela sociedade psicanalítica de Viena.
Morreu durante o sono, aos 77 anos.
A Gestapo, logo depois do seu enterro, foi a sua casa para confiscar e queimar livros e papéis.
segunda-feira, janeiro 24
sexta-feira, janeiro 21
As mulheres são mulheres, os homens são homens, e depois, todas elas e todos eles são pessoas.
A orientação sexual não muda a identidade.
O facto de eu ser homossexual não me muda como pessoa, nos meus anseios, nas minhas dúvidas, na minha bondade ou maldade, nos meus sonhos. Apenas alguns são diferentes.
Sofro, amo, fico doente, rio e choro como outra pessoa qualquer.
Apenas sinto atracção sexual por pessoas do mesmo sexo.
Só.
quinta-feira, janeiro 20
Tu és aquilo que combates.
E eu sou as minhas lutas.
Contra a tirania.
Contra a humilhação do outro ser humano.
Contra a barbaridade feita aos animais.
Contra a pobreza.
Contra a destruição do planeta.
Contra a fome.
Contra a descriminação.
A favor do homem.
A favor do respeito.
A favor do amor.
A favor da igualdade.
Pelo ser humano.
Os sábios gostam de descobrir a verdade.
Os imbecis adoram descobrir a mentira.
Alias a maioria das pessoas não gosta da verdade, não gosta da sinceridade.
Confundem sinceridade com o direito de poder dizer aquilo que lhes vem á cabeça.
A frontalidade de que tanto gosta, geralmente, só pode funcionar num sentido, eles podem ser “sinceros”, mas se alguém lhes diz o que pensa, levam a mal.
E depois desejam a paz no mundo, o fim das guerras e da fome.
E fazem “birras” com os familiares, amigos, vizinhos, não cumprem as leis, estragam aquilo que é público, fogem aos impostos, não votam, sujam, ateiam incêndios, não respeitam filas, não são educados com os outros. Mas querem a paz mundial.
Uns hipócritas são o que esta gente é.
quarta-feira, janeiro 19
Os que vivem mais perto são sempre os últimos a chegar.
Este sentimento, infelizmente, acontece-me demasiadas vezes.
Sei que também sou culpado, mas quem me conhece sabe que eu quando estou em baixo, não chateio ninguém.
Agora estou sempre em contacto com aqueles que amo, e entristece-me que pelo menos não me digam que pelo menos estão vivos e de saúde. É o mínimo que peço.
Sei que é uma atitude egoísta da minha parte, mas é só para eu ficar com o coração sossegado.
È por gostar demasiado de vocês, se é que se gosta demasiado de alguém.
Quem vos manda serem tão boas pessoas.
Se não querem que eu vos “chateie” não sejam bons para mim, tratem-me mal, que eu deixo de gostar de vocês…
Agora, POR FAVOR, não me ignorem, que eu sofro.
As pessoas resistentes á mudança são desinteressantes.
Somos um país de conservadores, o que nos trouxe a sabedoria de fazermos bem, a quilo que sabemos fazer, mas que nos “trava” o desenvolvimento.
Ser conservador em certas coisas não é necessariamente mau.
Eu próprio sou conservador em certos aspectos da minha vida.
Gosto que haja respeito, regras e leis para gerir a sociedade, gosto das nossas tradições e da nossa cultura, da nossa comida, dos nossos produtos, dos lugares onde fui e sou feliz.
E gosto de conservar os amigos.
O inferno são os outros.
Como o céu podemos ser nós.
Esta imagem de céu e de inferno, vejo-a nos outros.
O céu é tudo o que de bom fazemos ao outro ser humano e ás outras criaturas da terra, ao nosso meio ambiente.
O inferno é tudo o que de mal fazemos.
Deus e o Diabo estão dentro de nós.
E eu não preciso de um Deus para dizer que tenho de ser boa pessoa.
terça-feira, janeiro 18
Só nos lembramos de por uma carta no correio, quando não temos um marco do correio perto.
E isto passa-se muitas vezes com os nossos amigos.
Só se lembram de nós quando eles precisam, e nunca ou raramente se lembram de nós quando precisamos. Ou então não estão disponíveis.
Eu sei que já disse isto mas, será que eles quando precisarem de nós esperam que estejamos na mesma disposição, depois de nos terem faltado?
Eu por mim não posso falar. Não sou pessoa de mostrar as minhas mágoas. Estou habituado a sofrer sozinho e em silêncio. Sei que dói mais, mas dói-me muito mais a desilusão de ver que me enganei a avaliar aqueles que penso serem meus amigos.
E já tenho a minha quota de desilusão…
Não é falta de confiança, é apenas uma gestão de emoções e energias. Ou se calhar uma fuga á realidade.
Mas é para me proteger a mim próprio, e não aos outros.
Bolas também tenho o direito a ser um bocadinho egoísta!
Quem anda á chuva molha-se.
Engraçado como muitas das vezes nos queixamos dos nossos próprios erros, ou das nossas escolhas, como se não tivéssemos sido nós a tomar as nossas próprias decisões.
Eu sei que pensar é um acto violento, uma chatice. E então tomar decisões é ainda mais.
Que bom ter a vida decidida pelos outros. Não entrar em conflitos. Não defender ideias e ideais.
Mas então para que querem o cérebro?
Sei que é difícil sair da nossa zona de conforto. Eu próprio ando a tentar sair cada vez mais dela.
Tomar posições, defender princípios é de homem. Acobardar-se é infame.
segunda-feira, janeiro 17
Porque é que na minha vida está sempre a chover?
Se não está é como eu me sinto.
E não vejo o Verão a chegar…
Às vezes sinto uma dor tão grande, um desespero tamanho, que não me contenho e choro, choro e choro, para que a dor não me consuma de vez, e não perca as forças para continuar a viver.
Vivo preso a uma situação para a qual não tenho solução, pelo menos uma solução que me deixe a consciência descansada.
Quero voar, mas não sei usar as minhas asas…
sexta-feira, janeiro 14
quinta-feira, janeiro 13
quarta-feira, janeiro 12
Fazer perguntas estúpidas é o mais fácil.
Fazer as inteligentes é que é complicado.
O que hesita é na maior parte das vezes o que tem razão.
Respostas precipitadas não são pensadas, não são boas, não são certas.
E os que trabalham menos são os que recebem as maiores recompensas. Se é justo?
Não, mas infelizmente é o que se passa…
Acredita nas pessoas que tem tanto a perder com tu.
De inicio qualquer alteração parece assustadora. Mas nem sempre o é.
As pessoas reticentes á mudança não são bons companheiros. A vida prega-nos partidas, e devemos estar preparados para tal.
A qualidade de uma relação é inversamente proporcional ao tempo a que ela tem.
Tudo é mais fácil de desmontar do que a montar. (Namorado de um amigo meu que trabalha no IKEA deve saber isso mais do que eu).
Mas a repetição não legitima a validade.
Como se diz, quem quer aprende, quem não quer vai gerir empresas. No amor estamos sempre a aprender, e a cair em erros, e a voltar a aprender a amar.
E ninguém nos liga até cometermos o primeiro erro…
Os sentimentos mais simples são aqueles que a maioria das pessoas não percebe nada.
Em relação aos sentimentos a ambiguidade é uma constante.
E dois monólogos não fazem um diálogo, e enquanto as pessoas não ouvirem os outros, não haverá entendimento.
Só por si a capacidade de decisão não é uma virtude.
Virtuoso é aquele que toma a decisão certa e justa. Ou até mesmo aquele que opta por não tomar uma decisão. Muitas vezes até é necessária mais coragem para tal.
Decidir não decidir não é um fracasso.
terça-feira, janeiro 11
segunda-feira, janeiro 10
sexta-feira, janeiro 7
A idade não importa?
Ai não que não importa.
Ser belo e jovem vale hoje uma fortuna, são esses que vencem, que sobem, que tem as portas abertas.
Infelizmente nunca fui belo, e a juventude há muito que se foi.
Tomara na altura ter a maturidade que tenho hoje, teria escolhido outros caminhos, teria-me magoado menos, seria hoje um ser diferente.
Mas enfim a vida dá-nos juízo quando já não podemos usufruir do nosso corpo como antes…
quinta-feira, janeiro 6
Alguém olhará por mim?
Muita gente se pergunta se quando estiver doente ou velho se alguém tomará conta delas.
E para os gays essa pergunta ainda é mais acutilante.
O meio gay é muito dado a relações curtas e baseadas no aspecto físico.
Por isso a idade faz com que muitos fiquem sós. Embora não seja um exclusivo dos relacionamentos gays, é acentuado nestes.
Mas não tem de ser necessariamente solidão, o facto de não haver descendência faz com que os gays mantenham amizades douradoras. E podem elas ser o escape á solidão na velhice ou na doença.
Comigo os meus amigos podem contar, eu estou na mesma situação. A minha família não quer saber de mim, e descendência não tenho.
Como vivo com o meu ex, que teve um AVC á 6 anos, e tem mais 16 anos que eu, o mais natural (será?), que vá primeiro.
E então ficarei sozinho.
E alguém olhará por mim?
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