Sempre me custou muito sair dum sitio, perder um amigo.

Há muita gente que se irrita com a ousadia, e sei que o facto de me assumir como sou é uma ousadia, e por muito que digam, as mentalidades ainda não estão assim tão "abertas" como querem fazer crer. Digamos que muitos andam no politicamente correcto ou então são uns dissimulados, escondem a raiva debaixo duma capa de civilizados.

Aceitam, mas com limites, como se isso fosse suficiente para os outros, julgam-se donos da moral e dos bons custumes e os bodes expiatórios são sempre os mesmos.

Se eu puder ser bom porque hei-de ser suficiente? mas que raio de ideia esta do facilitismo em tudo, não se promove a excelência e o bom trabalho é recompensado com o silêncio, se não com o desprezo e mesmo com o afastamento, porque isto da concorrência pela positiva é um cancro que muitos querem eliminar. Vamos todos ser tugas...

Aprendi que é preciso ter manha paras e conseguir o que se quer, ensinam-nos isto logo ao nascer, se queres atenção chora, que alguém te há-de satisfazer a tua necessidade, e depois ensinam-nos a mentir, porque isto e aquilo não se diz, mesmo que seja a mais pura das verdades.

A força da pequenez, da inveja, da ignorância, tem sempre resultados desastrosos na inteligência e na criação, e daqui a poucos anos vamos ser governados pela geração "novas oportunidades", e isto vai ser lindo, espero ainda cá estar para ver...

A memória é um terreno de farpas que às vezes tropeçamos. Gosto de viver no meio de pessoas que me perdoam tudo, mas não me desculpam nada, que acham sempre que fiz bem mas que podia ter feito melhor, e isso devo aos meus professores que me exigiram o meu melhor, a eles agradeço o tempo e a dedicação com que me deram ferramentas para seguir em frente, o que quer que seja que me vá acontecer...

O prazer é uma coisa recusada, nesta vida que mais pareçe uma prova olimpica.