A vida tem-me feito conhecer muita gente bonita.
E para mim gente bonita é aquela que tem inteligência,
garra, bondade, generosidade e sentido de humor.
Não sou um gajo de frases bonitas, pensadas, pré-concebidas
para agradar a todos, para impressionar. Digo o que penso quando acho que devo,
e calo-me quando acho que não devo falar.
E isto acontece em sintonia quando o meu coração está em
acordo com a cabeça, o que nem sempre acontece.
Há pessoas com algum pudor em falar de si, da sua vida
privada, da sua intimidade e das suas falhas. Não é o meu caso porque não tenho
nada que esconder, nem que me envergonhar, a minha atitude para com a vida é
transparente.
Só existem coisas do meu passado que não gosto de falar por
ainda me serem muito desconfortáveis, e me trazerem dor, e por serem tão
brutais que nem parecem ter explicação. Só eu sei.
Mas tive a felicidade de conhecer gente muito bonita, que me
ajudou a suportar a dor e a sobreviver a ela, num exercício de amor e paciência.
Tenho de respeitar a maneira de estar na vida dos outros, só
que tenho o direito que respeitem a minha maneira também, e não tenho que
respeitar quem não me respeita.
Nunca fui um aproveitador de influências e muito menos das
dos amigos, ou das pessoas que me querem bem. Quando estou “na merda” afasto-me
para não contaminar os outros com as minhas dores, escondo tristezas, dores,
problemas, doenças.
Cultivo a honra e a ética como a bondade e a generosidade,
mesmo que não faça alarde disso. Não quero coroas e louros, não me junto ás
pessoas nos sucessos, mas quando precisam de mim. Não sou um enfeite que se
ponha numa árvore de Natal.
Não sei fazer batota.
Sei que o meu processo de decadência física já começou, mas
o mental não.
Não sou rancoroso mas há pessoas a quem não posso perdoar, a
quem nunca vou perdoar as dores que me provocaram, a começar pela minha família.
Não suporto a cobardia, digam-me na cara o que não gostam em
mim que eu suporto, agora julgarem-me sem me conhecerem não admito!
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