terça-feira, março 19


Vivemos num mundo onde tudo acontece muito depressa.
As relações são efémeras, as pessoas estão mais gordas (de cérebro também), mais isoladas, mais desconfiadas, menos afectivas.
Mas as redes sociais crescem que nem cogumelos. Muita gente hoje não passa sem elas. E põem a sua vida a nu com uma facilidade gritante, tem uma necessidade de partilhar tudo com a humanidade. Não que isso seja mau, mas todo o excesso é negativo.

E depois tentam fazer passar a imagem de que são todos belos, maravilhosos, activistas convictos, incapazes do mal, relações perfeitas, um bando enorme de amigos e conversas intelectuais sempre interessantes, querem ser o centro do mundo.
A maioria são estéreis, e acreditam que o seu sucesso se mede pelo número de amigos nas redes sociais, troca-se tudo por nada.
E depois aquelas frases ocas com fotos a condizer…

Também acho curioso aquelas criaturas que falam ao telefone, como se estivessem a gritar palavras de ordem numa manif. Ainda ontem estava num café, e um senhor anafado disse o nome do ministro da educação, sem exagero, umas 10 vezes em alto e bom som, para que todos soubéssemos que estava a falar com o Nuno Crato.
A relação das pessoas com o telemóvel é um caso patológico. Falam nos sítios mais inusitados, desde os wc (já ouvi falar de pessoas que limparam o cu ao telemóvel por engano), até ao funeral da mãe. Até já assisti a pessoas a ligar nos comboios da Fertagus a dizer á pessoa que estava na estação á sua espera, que estavam a chegar…
E depois pensam que as suas conversas nos interessam, como se tivessem eles todos vidas interessantes, e estivessem num talk-show da Júlia Pinheiro.

Bolas, chega de informação…

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