Se o amor é cego que aprenda Braille.
quarta-feira, janeiro 5
Amar é fácil.
Difícil é passar da paixão ao amor.
E muitas vezes os casais não resistem a essa transição.
Como eu digo, não há belo(a) sem sabão. Mas o estado de êxtase, e o dia-a-dia da vida rotineira, traz-nos aos nossos olhos os defeitos dos outros, deixam de ser novidade.
E valerá a pena amar alguém que não ama os nossos defeitos?
A paixão é um estado passageiro, o amor pode ser eterno.
terça-feira, janeiro 4
Há dias em que parece que o mundo é uma coisa decente.
Hoje ao vir para o trabalho sai na paragem da Quinta do Morgado, para fazer o transbordo do autocarro em que vinha (o 83) para um que me levasse para o Prior Velho (onde trabalho).
Junto á paragem estava já fora do passeio um invisual parado, a tentar atravessar e a ser ignorado pelas inúmeras pessoas que ali estavam e passavam.
Claro que eu, (só podia), dirigi-me ao senhor e perguntei-lhe educadamente se necessitava de ajuda. E ajudei-o a atravessar (ele estava fora da passadeira), tendo até um táxi parado para nos deixar atravessar, e como ele ia apanhar o 45, e ele estava na paragem, eu levei-o até ao autocarro, que ele apanhou.
Já há uns anos me tinha acontecido uma situação gritante de IGNORANCIA em relação ao outro ser humano, a que assisti.
Trabalhava eu no Conde Barão e apanhava todos os dias o autocarro 27 para o ginásio no Saldanha. Num dia quente de Junho, (estava mesmo muito calor), estava junto á paragem do autocarro no principio da Avenida D. Carlos I, no sentido para a Assembleia da Republica, um homem de fato estendido no chão sem se mover. A paragem estava cheia de gente, inclusive estavam 4 fiscais da Carris, e várias pessoas sentadas no muro, junto ao homem.
Claro que o sangue começou-me logo a ferver, a minha aflição era que o homem estivesse morto, e ninguém se incomodava com isso.
Entretanto vi um carro da polícia a subir a avenida, e coloquei-me literalmente no meio da rua e obriguei o carro a parar, e pedi aos polícias para tomar conta do caso, o que prontamente fizeram.
Entretanto os polícias reconheceram o homem como um alcoólico que costumava andar nesta zona e chamaram o INEM, tendo entretanto uma médica, a passar pelo local, verificado o estado do homem, que estava em coma alcoólico.
Será que aquela “gente” se estava cagando para aquela criatura porque era um bêbado?
Só me apeteceu bater naquela gente toda. Claro que passei por “maluco” por ficar irado parente o desprezo que aquelas criaturas tiveram perante um outro ser humano.
Mas enfim, por vezes o mundo parece um local maravilhoso…
segunda-feira, janeiro 3
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas.
É atravessar desertos mas ser capaz de encontrar um oásis.
E é isso que os meus amigos são para mim, os meus oásis. Com eles posso ser eu, dizer o que penso, ser livre. Se assim não for, não são meus amigos.
Nós não gostamos dos nossos amigos pelas mesmas razões, e isso é normal e saudável. Se os amigos fossem todos iguais, só precisaríamos de um, e não de vários. Eles são o meu equilíbrio. A minha fonte de energia, muitas vezes de sabedoria.
Por isso quando me magoam, fico ferido, de morte. Deixam-me de rastos, prostrado. E sofro.
O que eu desejo mais para este ano de 2011, é que os meus amigos continuem a sê-lo, que tenham paciência para os meus disparates e para os meus dramas.
E que saibam que eu os amo.
sexta-feira, dezembro 31
quinta-feira, dezembro 30
Coisas de que me arrependo:
ü Ter nascido
ü Ter tido a família que tive
ü Não ter feito desporto desde pequeno
ü Não ter “conhecido” o meu pai
ü Não ter mandado á merda muita gente
ü Não ter arriscado mais
ü Ter desaprendido o meu francês
ü Ter confiado em certas pessoas
ü Não ter percebido alguns sinais
ü Não me ter mais em conta
ü Não ser bonito
ü Ter aceite certas amizades
ü Não ter confiado mais nas pessoas certas
ü Não ter muita paciência
ü Não ter mais auto-estima
ü Não ter ligado aos sinais de aviso
ü Não ter tirado a carta de condução mais cedo
ü Não ter viajado mais
ü Não pensar mais em mim
ü Tomar as dores alheias como minhas
ü Ter cedido muitas vezes ao desejo
quarta-feira, dezembro 29
Pode haver sexo e depois amizade?
Sei que demonstro muitas vezes exageradamente o meu carinho pelos meus amigos.
Mas é para eles verem o que sinto por eles.
Para mim as amizades da Web não me satisfazem, são giras, mas quem me tira o tocar nas pessoas, o estar com elas, tira-me a razão de viver.
Haverá algo mais triste, mais infeliz, do que amar alguém e não poder dizê-lo, manifestá-lo abertamente? E por isso ser recriminado pela família, pela igreja, no trabalho e pela sociedade?
E ser prejudicado e preterido por isso?
Pois isso é o que os gays diariamente sofrem.
Os meus pais nunca me apoiaram, nunca me encorajaram, nunca me disseram para ter fé em mim, nas minhas capacidades, nos meus sonhos.
Acho tristes as pessoas que apresentam os filhos como troféus, como abomino aqueles não os respeitam e amam.
Os filhos não são uma extensão de nós mesmo, são seres individuais.
Para mim o Natal nunca teve muita graça…
Gosto de coisas simples, por isso não gosto de joguinhos. E não é por ser burro…
E como o facto de estarmos excitados muda a nossa percepção das coisas.
Vivo a vida a ensinar a tolerância e a diferença, o respeito e o amor.
Engraçado como o Curriculum Vitae Sexual, ainda hoje é muito importante, e diferente, para um homem e uma mulher.
Será que tudo se resume ao tamanho do sexo?
Que interesse tem foder com uma pessoa sem massa cinzenta?
Estaremos assim tão descomplexados sexualmente?
Eu também reclamo o direito a ser bem fodido.
Que mania esta de que todas as pessoas que saem da norma são taradas…
O sexo é uma coisa séria.
O sexo pode ser porco, mas nunca é feio.
E o que não falta neste país são piças moles…
Somos educados que todos os homens tem de gostar de mulheres, serem machos, e que só pensam em sexo.
As mulheres queixam-se de que os homens só pensam em sexo. Mas se algum não fica excitado com elas, apelidam-no logo de maricas.
terça-feira, dezembro 28
Qualquer desejo é uma prisão.
Descobrir o que nos apetece não é simples. Está encoberto e sobrecarregado de vícios, falsas vontades, comodidades.
Temos de nos tornar mais humildes e mais pensadores.
Vivemos numa cultura do privilégio, da cunha, do conhecimento.
Esta atitude do “estou-me a cagar” deixa-me de cabelos em pé.
Comer é uma celebração de morte, em nome da vida.
Outros seres, animais e vegetais, morrem para que nós continuemos vivos.
Claro que faz impressão assistir á matança do porco, o cortar o pescoço á galinha ou enfiar um lavagante vivo numa panela a ferver.
Mas é o preço a pagar por aquilo que comemos. O mínimo que podemos ter é respeito.
O dinheiro gasto em boa comida e bons livros nunca é mal gasto.
A vida pela maneira como muitas vezes acaba, pode ser triste. Mas a maior tristeza é não saber vivê-la, não saber aproveitá-la, não dar graças por estar a gozá-la.
Andamos a copiar comida de povos que sabem muito de publicidade e quase nada de comida.
Crime é dar dinheiro a multinacionais que nos vendem porcarias sem qualidade, e que exploram os seus trabalhadores.
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