quinta-feira, junho 5

Ainda hoje adoro a canção “Desfolhada”.
Gosto de pessoas que ousam amar, e dizer a verdade, e que amam sem bases nem fortunas.
Gosto de conversar pois é assim que conheço os outros, se valem ou não a pena. Já passei por coisas muito duras, fome, doença, solidão, desespero.
Gosto de sonhar com um mundo melhor, mas já não me iludo, a vida foi-se encarregando de me tirar as ilusões, e sonhar de alto não é bom, porque cria muita desilusão. A vida ensinou-me que nem todas as pessoas são boas, muitas são uma desilusão, são más, mentirosas, cínicas, cobardes. E tenho-me enganado com algumas escolhas, faz parte da vida.
Por isso não confio á primeira vista.

É verdade que sou de fácil trato, á partida acredito na bondade das pessoas, mas não sou desprovido de inteligência, tenho uma nostalgia de todas as pessoas que amei.
As minhas relações afectivas são sempre enormes, passam pelas confidências, doses de loucura saudável, empatia e sem razão.
A maioria das pessoas tem duas caras, a que ama, mas que logo a seguir esquece ou odeia. Eu não tenho nenhuma capacidade de ódio, é inversa á minha capacidade de amar. Raiva tenho, e manifesto-a.
Acho que as pessoas estão adormecidas, muito alheadas do essencial, discute-se muito mas não se faz nada.


Eu por mim só peço que me deixem viver com dignidade. Tenho muito medo de parecer um ser ridículo, não aos outros, mas a mim mesmo. Acho um desplante as pessoas que criticam os outros, mas não fazem melhor do que eles.

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