quarta-feira, dezembro 30




Se um telhado cair em cima de alguém, isso é comédia. Se eu partir uma unha, isso é tragédia.




Como tudo é relativo, o que acontece aos outros é minimizado, e o que nos acontece a nós é empolado. Porque o que nos acontece, sentimos na pele e doí-nos




E isto da comunhão com Deus é muito giro, mas não é para todos...




A mentira é ética quando permite corrigir uma grande injustiça no mundo ou fazer uma boa piada.




Mas deixa lá, que na vida ninguém é feliz, mas uns são felizes com menos e uns querem o céu, será que peço o céu, terei assim tantos pecados para expiar?




Para todos, um feliz ano de 2010, que acabem as misérias que nos afligem e que o homem seja digno disso mesmo, ser humano.

terça-feira, dezembro 29


E eu a pensar que não me podia acontecer pior…


Uma das coisas que descobri no meu curso, foi a de que consigo escrever bem e exprimir os meus sentimentos no papel, melhor do que por palavras.
Uma das coisas mais difíceis e de que nunca falei, foi da minha doença.
Chama-se apneia do sono, e é para muitos uma doença desconhecida, mais vulgarmente conhecida como “a doença de morte súbita”.


Comecei a sentir os sintomas desde o fim do serviço militar, ganhei imenso peso e comia desalmadamente, depois de almoço estava sempre cheio de sono, senti mudanças de humor, irritação e muitas dores de cabeça fortes. Ressonava muito e tinha paragens respiratórias durante o sono.


Quando me mudei para o deserto da península de Setúbal, fui ao meu centro de saúde pedir médico de família, e durante uma visita de rotina à minha médica, falei dos meus sintomas e ela pediu-me para fazer inúmeros testes, desde o HIV/Sida até ao “teste do sono”.
Fui realizá-lo numa clínica na Av. Almirante de Reis em Lisboa, não dormi durante a noite toda e às 9 da manhã lá estava para fazer o teste. Tinha 76 apneias por hora de sono, 38 de gravidade elevada, ou seja em cada hora de sono tinha 38 hipóteses de morrer asfixiado.
Li tudo sobre a doença, mas não disse nada a ninguém, o único que sabia era o meu ex. Preferi assim, não queria pena, nem que os meus amigos ficassem sobressaltados com a ideia.
Sofri em segredo. Era melhor para todos.


Ao fim de 6 meses em lista de espera, recebo um telefonema, depois do almoço, no trabalho, a dizer-me que iria ser operado na semana seguinte e para comparecer para os exames de rotina, antes de cada operação. Nesse dia apercebi-me de que tinha 50% de hipóteses ou mais de não sobreviver à operação. Fiquei perturbado, mas calado, fui chorar para a casa de banho às escuras e desabafei. No emprego pensavam ser uma operação leve e eu não os informei de que poderia não voltar. Trabalhei aquela semana como se fosse de férias e voltaria depois.


Até que chegou o dia, fui internado na véspera, fui trabalhar, sai à mesma hora, já não pude jantar e lá fiquei internado. Cateter na mão (tenho veias fáceis) e comprimido para dormir.
Fui acordado às 7 da manhã, pois ia ser o primeiro a ser operado, no entanto uma urgência complicou as coisas e acabei por só ir às 12 horas. Uma aflição…


Mas lá fui, sem óculos lembro-me de tentar ver as horas, e ser levado para uma sala. Nessa altura chorei e toda a minha vida, os meus amigos, o meu falecido pai, o meu cão Farrusco, todos as mágoas e alegrias vieram à minha cabeça. Não disse a ninguém que ia ser operado, nem que poderia não sobreviver, não queria que ficassem aflitos por minha causa. Não gosto de incomodar os outros. Fui para a sala de operações e só me lembro da anestesia entrar fria pelo cateter na minha mão e de ver o bocal a vir de encontro à minha cara, e de pensar, se calhar não vais acordar, acaba aqui a tua vida, isto é a última coisa que vais ver…

Acordei 3 horas depois, a ouvir duas enfermeiras a contar coscuvilhices do hospital. Fui levado para a minha cama, com a cara toda inchada, mas a pensar desta já me safei. Tinham-me tirado os Adenóides, refeito o septo nasal, o palato, tirado a campainha e as amígdalas.
Uma semana depois estava em casa, sem ter sido visitado por ninguém, mesmo aqueles que souberam entretanto, não me visitaram, uma ex-amiga até ficou ofendida. Duas semanas depois fui tirar as esponjas que tinha no nariz e tive uma hemorragia grave o que levou à colocação de novas esponjas, sem anestesia, para estancar o sangue. Mais uns dias e voltei, estava cicatrizado e voltei a casa, ainda sem poder comer sólidos.


Mas na manhã seguinte, quando estava a fazer a higiene na casa de banho, tive uma hemorragia grave, o lavatório parecia uma mesa de matadouro, o meu ex tinha saído para comprar pão e eu agarrei uma toalha para tentar estancar o sangue. Quando ele chegou a casa pedi-lhe para me chamar o 112, e 15 minutos depois estava a caminho do hospital e a pensar o que me iria acontecer. Levei logo uma transfusão e fiquei internado mais uma vez.


Recuperei de tudo e ganhei o sono perdido, mas não memórias que se perderam. Se calhar algumas até foi bom terem-se perdido…

segunda-feira, dezembro 28


Parabens à revista Cais, que em época de crise tem aumentado o numero de vendedores.


Se calhar ainda lá vou parar...


Este ano soube-me a um copo meio cheio e meio vazio.

Se por um lado estive a estudar, e isso é bom, por outro não consigo arranjar um trabalho para que possa ganhar o meu sustento, e as cartas do banco já começaram a chegar...


Sinto-me como um peixe num aquário com pouca água, a arfar, a entristecer, a morrer aos poucos.


Sinto-me desapontado com a vida...

terça-feira, dezembro 15




Somos um país imoral, um país depravado às escuras.




Gostamos imenso de falar da vida sexual alheia, de "mostrar" as taras dos outros e esconder as nossas




Tanta hipócrisia! Tanta estupidez! Tanto cinismo!

sexta-feira, dezembro 11


O trabalho transformou-se num recurso global, tornou-se tão fácil explorar que os explorados deixaram de ser uma ameaça e passaram a ser descartáveis quanto os oprimidos.

Por isso as classes dominantes nunca foram tão arrogantes como hoje por não temerem o fim dos pervilégios

quinta-feira, dezembro 10


O bom senso só é reconhecido como bom quando, reconhecidamente já não faz sentido

Infelizmente falta-me às vezes bom senso, reago muito com o coração e menos com a cabeça do que devia e por isso estou na situação em que estou.

O facto de sermos todos individuos e cidadãos é uma conquista histórica de valor incalculável, mas seremos assim tão livres.


Onde existe liberdade, onde grandes empresas como os CTT, Correios de Portugal, quanto te pagam quando lhes apeteçe, sem te dar qualquer explicação e decidem quando deves comer e o quê, privando-te do teu salário, quando tu assinaste um contrato em que diz que te pagam mensalmente?


Onde existe liberdade, onde tu vais a um organismo que deveria defender os que são espoliados dos seus direitos, e te diz que tens razão, que podes ir a Tribunal, mas que nem te dês ao trabalho, porque não vale a pena?


Onde existe liberdade se podes e deves ir a Tribunal, mas não tens dinheiro para tal?


Onde existe justiça, se és considerado, aos 41 anos, velho para trabalhar, mesmo que tem deem 19,3 valores no estágio profissional e és o melhor aluno do teu curso?


Onde existe justiça se vês o fim do mês a chegar e não sabes como vais pagar as tuas obrigações para com o banco?


O problema do mundo são os sistemas de compadrio e conivência com bases em conhecimentos não renovados e rotineiros.


TOU OFICIALMENTE DEPREMIDO!

quarta-feira, dezembro 9


Há momentos em que odeio a humanidade


Vivemos um mundo em que a estupidez, a arrogância e a ignorância grassam, e nada parece querer detê-las.

Vive-se tempos conturbados no mundo, mas especialmente em Portugal. E porquê em Portugal, podem perguntar?

Eu digo: Porque vieram tantos milhões para modernizar a industria e o comércio, para formar as pessoas e tudo se torrou em alcatrão e na bolsa.


E o resultado está à vista, mesmo com a melhora da economia, o desemprego já atingiu os 10% (e estes numeros são os oficias). Imaginem os que não estão inscritos nos centros de emprego.


Claro que isto só vai dar a mais criminalidade, ou pensam os senhores do dinheiro que ao verem os filhos a passar fome, não vão os portugueses recorrer ao crime?

segunda-feira, dezembro 7


E vocês que desculpam tem para não dizer nada?


Nunca ouviram dizer que quem cala consente!


Sempre que vemos uma injustiça, que nos enganam, que nos afrontam, temos o dever de nos indignar e de alertar para o facto.


É um dever do cidadão, e um bem que fazemos para a nossa sociedade evoluir e melhorar.

sábado, dezembro 5


Tudo me acontece, não tenho emprego, nem subsidio, tou a ver que o Natal vai ser uma merda. E agora o computador fica avariado


Quando estam0s em baixo todos nos cagam em cima...