quinta-feira, fevereiro 27

Gosto de gente limpa nos neurónios.
Com essas pessoas não tenho medo, porque não são perversas, não me concluem porque eu só estou começado e nunca vou estar acabado.
Não sou um génio nem uma fraude.
Não quero ensinar ninguém a pensar, não sou petulante a esse ponto, nem me considero alguém habilitado para tal.
Só os mais distraídos ou os mais burros, duvidam das minhas capacidades.
E acreditem que estou disposto a lutar pelo tempo que for preciso. E não pensem que desisto, apenas abandono lutas que já não me fazem sentido.

Não me interessa quem está feliz e não precisa, ou não quer, a minha ajuda. Interessam-me quem precisa dela.
E nunca gostei de estar a mais, não ser desejado ou sentir-me inútil.
Também não gosto de monólogos, gosto de falar em sossego, sobre os temas que me apetece, e ouvir os outros e estar com quem me apetece, e com quem quiser estar comigo.
Os maiores analfabetos não são os que não sabem ler, são os que não sabem amar.
Cedo percebi que a minha missão na vida era fazer sobressair o melhor das pessoas, e que nem todos posso ajudar.

E como não tenho nenhum jeito para filosofias, uns acham-me utópico, outros entediante, alguns arrogante, vaidoso, orgulhoso, a maioria parvo, muitos nem sabem quem sou.

Mas eu falo de mim em tudo o que sou, em tudo o que escrevo, em tudo o que faço. E as únicas infidelidades que não aceito são as da amizade, e as a mim próprio.  

terça-feira, fevereiro 25

O ouvido é muito importante, saber ouvir é uma virtude, mas por vezes pode ser uma cruz.
Não tenho medo da crítica dos outros, mas da minha auto-critica, daquela que os meus princípios obrigam.
Sei que sou diferente dos outros, mas não me tento adaptar nem me padronizar. Não tenho vergonha do que sou, de quem sou, porque sou boa pessoa, sou o melhor que sei ser e isso já é muito.
Eu sou eu, e alguém tinha de o ser.

Vivo numa altura da minha vida muito critica. Pensei durante algum tempo que por causa disso o meu discernimento andava alterado. No fim descubro que é exactamente o contrário. Em alturas em que sou confrontado com dificuldades que abalam a minha integridade, fico mais sensível é certo, e mais atento a tudo e a quem me rodeia, cruelmente a meus olhos, e é nestas alturas que fecho capítulos, saio da minha zona de conforto, faço os meus lutos e parto com o coração aberto para novas experiencias.
Acho que fui perdendo o medo de perder com a idade e a sabedoria. Não que goste mas aprendi a lidar com isso, teve de ser.
A minha história de vida talhou-me para isso, não foi escolha minha, calhou-me em sorte.

Nunca cedi ao puritanismo, a nenhum, nem ao sexual nem ao das ideias.
Cada vez me lembro mais do que a Natália me ensinou, e uma das coisas que ela me ensinou foi a de nunca aceitar a censura, aliás ensinou-me que um verdadeiro homem combate-a.
Aqueles que pensam que me ataviam as ideias, a minha liberdade de pensar com a minha cabeça, enganem-se, eu sou livre, na minha cabeça sou livre.
Nunca procurei caminhos fáceis só porque me parecem mais confortáveis.
Andavam ai muitas criaturas nos testículos dos papás, já eu era gay assumido, sem vergonha e sem armários.

Sempre exercitei o que tenho entre as orelhas, e aquele musculo que tenho do lado esquerdo do peito, sempre foram os meus guias.
Eu sei o que mais incomoda os outros, a minha integridade. Não sou daqueles que fala sem fazer, nem os meus discursos são contrários ás minhas acções.

Sou generoso mas não sou desprovido de inteligência. 

segunda-feira, fevereiro 24

Lembrei-me hoje das minhas férias de verão de 1998.
Estava em Cacela-a-Nova.
Foi a primeira vez que fui a Ayamonte, bem em frente a Vila Real de Santo António. Decidi fazer a viagem de barco através do Rio Guadiana, em vez de usar a recente ponte, aberta para facilitar a vinda dos Andaluzes para o Algarve e para a Expo 98.
Cheguei a Espanha com os sinos a tocar, e com uma vista deslumbrante sobre Castro Marim.
Ayamonte é cidade bonita de ruas estreitas e avenidas largas, de grandes igrejas, brancas e amarelas e com rico espólio, por vezes esmagador e nada discreto.
Tinha um pequeno jardim zoológico no meio da cidade com macacos, um urso (que se entretinha a roer um pedaço de metal vermelho), tigres e patos.

Três dias depois fui a Cacela Velha, um dos tesouros algarvios com o seu pequeno forte, a nora típica algarvia no largo, e as casas bem regionais. A vista sobre um dos extremos do parque natural da Ria Formosa, é algo a visitar num Algarve muito massificado pelas “urbanizações turísticas”.
A igreja é muito bonita.

No dia seguinte fui a Odeleite a uma feira que não cheguei a ver, e por isso subi a Alcoutim pela estrada junto ao Guadiana, e que achei um dos mais belos troços de estrada portugueses.
Alcoutim fica em frente a Saluncar do Guadiana.
É uma bela e pequena vila, bela, com um pequeno castelo bem cuidado, com uma pequena capela no alto da vila, de belo portal e cúpula arredondada e uma escadaria traiçoeira mas sui generis.
A Igreja Matriz de razoável dimensão, fica junto ao rio e ao cais fluvial, que serve os barcos que sobem o rio e os que atravessam-no para Saluncar, pois as duas passagens para Espanha ficam em Vila Real ou em Vila Verde de Ficalho.
Lembro-me dos beirais das casas cheios de ninhos de andorinhas.

Uma das curiosidades da Ria Formosa é o facto de as praias de areia, serem pequenas ilhas que se tem acesso por pequenos barcos, e que dependem dos caprichos das marés, pois em maré baixa são só lodo.
Fomos jantar a Cabanas de Tavira ao fim da tarde, e é ver os barcos a chegar com veraneantes. Nessa altura ainda era muito bucólica.
Castro Marim teve direito a visita demorada.
Vila bem histórica tem castelo (há quem diga que são dois, mas o outro é um forte). A Igreja Matriz é grande e muito característica, e junto ao castelo tem um belo miradouro para o sapal de Castro Marim e as suas salinas, e que é de visita obrigatória.
O castelo estava fechado.
O resto do dia foi praia em Monte Gordo, exemplo de tudo o que se não deve fazer a nível urbanístico, mas a praia é grande e dá para todos, mesmo em Agosto, e as suas águas são as mais quentes do país.
À noite fui a Tavira, que já conhecia de dia, e que de noite tem outro encanto. Espero que nunca estraguem uma das mais belas cidades portuguesas.

Tirei um dia para conhecer o Sudoeste de Espanha.
Mazagon é de fugir, praia feia aquela!
Rumámos a Huelva que tirando ser uma cidade grande, tem pouco de interesse, está vista.
Regressei por Isla Cristina bem mais agradável.

Fui depois para Serpa.
Hoje cidade, era na altura a vila branca, cheia de carácter e beleza. As muralhas do castelo encontram-se espalhadas pelas ruas do centro, casas de portais medievais, ruas estreitas, chaminés alentejanas, candeeiros de ferro trabalhado e património histórico.
Á entrada do castelo, uma parte da muralha tombada sobre a porta, depois de passar pela Igreja Matriz. Isto é o resultado de uma explosão do paiol das armas. Das suas muralhas têm-se uma vista de 360 graus sobre a cidade e a planície em redor. É difícil arrancarmo-nos de lá.
O Aqueduto é grandioso. Junto o jardim central, autentico oásis em dias de calor alentejano.

A norte outra cidade, mais antiga que Serpa, Moura.
A Igreja Matriz é monumento nacional e uma das mais belas do Alentejo. As termas de Moura são as das águas Castello com belos jardins bem cuidados e frondosos.
Regressámos a Serpa pela estrada de Brinches, (tínhamos vindo por Pias), que é uma longa estrada ladeada de oliveiras a perder de vista. Estas terras são de azeite, e de alta qualidade.

Demos depois um salto a Espanha, depois de um belo almoço em Vila Verde de Ficalho, entrámos por Rosal de La Fronteira, e fomos até Aroche.
Cidade encravada nos penhascos com uma enorme catedral de pedra castanha, e envolta em casas brancas e ruas inclinadas. Estava a ser recuperada e lembra-me que fazia um calor brutal.
Lembro-me de tentarmos ir á Aldeia de Luz pelas Minas da Orada, mas a estrada estava em tão más condições que ficámos por Brinches. Aldeia simpática e agradável.

Acabei as férias numa visita ás termas de Pisões, perto de Beja, e á cidade (onde fiz parte do meu serviço militar). O Museu Regional é dos mais ricos de Portugal, a começar pelo edifício e acabando na fabulosa colecção de arte sacra. É dedicado á rainha D. Leonor que lhe dá o nome.

Digamos que foram as férias do Sotavento Este Algarvio e Terras do Azeite Alentejano.  

domingo, fevereiro 23

A fábrica dos preconceitos não trabalha só nos recatos dos lares.
A sociedade e as suas instituições são o principal foco de desigualdades. A começar pelas igrejas.
O preconceito além de ser fruto da estupidez, também o é da ignorância, e se a segunda pode não ser, a estupidez é uma escolha. E só o estúpido se mantém ignorante.
E as sociedades mudam devagar, especialmente a portuguesa, como se justifica um mundo tão machista onde a maioria são mulheres, e geralmente são elas que fundam a base moral dos filhos?

Sempre tive uma visão abrangente da vida, sempre tentei, e acho que na maior parte das vezes consegui, ver os vários ângulos dos factos.
Sei que o facto de me assumir como gay, frontalmente brutal por vezes, é como ir para uma arena cheia de leões prontos para nos comerem vivos.
Mas como posso querer uma mudança de mentalidades, se eu não fizer a minha parte? Como quero ser aceite se tenho vergonha de ser como sou?
E como não sou completamente estanque vou recebendo influências dos outros.

Mas acho que vivemos gerações anormalmente felizes, depois quando caem na realidade, estatelam-se com estrondo e entram em histerismos, tudo intensamente amplificado.
Vivemos numa época muito conturbada, tanto económica como socialmente, e estes tempos são um ninho óptimo para chocar mentalidades xenófobas, racistas, homofobas, inquisidoras, fascistas, nacionalistas e todos sabemos no que isto vai dar. Os sinais estão ai e a maioria anda a olhar para o lado…

A um homem exige-se sólidas qualidades humanas, como a coragem, responsabilidade, verdade, honestidade, solidariedade, companheirismo, humanidade, bondade, generosidade e justiça.
Acusam-me de não medir as palavras, mas nunca fui prudente, esses são os calculistas, medem todos os actos, e eu nunca fui calculista.

Quando faço algo de bom não é para ninguém, estou a fazer o melhor que sei e o que acredito.

quarta-feira, fevereiro 19

Não sei se conseguia viver num mundo sem livros. Acho que me suicidava de tédio.
Foram sempre os livros que me ajudaram em momentos de solidão, que me ensinaram e me deram cultura, me abriram a mente e deram-me uma nova visão do mundo.

A grande desgraça do ser humano é que está tão empenhado em ganhar a vida, que não tem tempo para ser feliz, e muito menos para sonhar.
Os ricos podem ver a beleza pois têm a barriga cheia.
Sou um maldito porque não sou entendido. Se sou bom é demasiado, sou lamechas ou parvo, se sou crítico sou dramático e tenho a mania. E por isso vivo a maior parte do meu tempo em solidão.

Não sou, nem gosto de relações superficiais. Tenho sofreguidão por pessoas, mas que é doce, nisso sou um bocado suicida, por isso lido mal quando me sinto traído ou usado.
Tenho poucos preconceitos e recalcamentos, mas muitas lembranças e algumas mágoas.
Mas não me peçam para não pensar, não sou um “Maria-vai-com-as-outras”, se discordo digo-o e justifico.

Nesta coisa dos afectos sou um franco-atirador, vou sem apoios, sem armas, mas com defesas, ver se o outro vale a pena. 

terça-feira, fevereiro 18



Que tipo de pessoas é que eu gosto?

Nunca tinha pensado nisso, mas acho que gosto de pessoas que se preocupam, realmente, com os outros e que saibam ver o que se passa á sua volta com sentido critico, mas sem prescindir do humor.
O meu mal é que sou cerebral demais, e igualmente muito emotivo.
Depois há a questão da honestidade, lido mal com a desonestidade moral, que leva ás outras, e muito menos com a hipocrisia, não consigo ter respeito, nem empatia.

A minha tragédia é que não me consigo dar em percentagens, ou me dou por inteiro ou não me dou. Não gosto por conveniência, nem gosto de empenhos a prestações. E preciso de estímulos que podem vir de diferentes pólos e de diferentes maneiras.
Acho que as boas relações apenas podem ser possíveis entre pessoas competentes. Competentes para o amor, o respeito, a camaradagem, o companheirismo, a disponibilidade para o outro, a bondade e a generosidade.  
Eu preciso de gostar de pessoas, de as ter perto de mim, de que elas necessitem de mim, de ser alguém que as não faça chorar.

Tal como os outros gosto da positividade e não gosto de obstáculos que me dificultem ou impeçam o caminho.
Acho que não estou neste mundo para fazer as almas mais pequenas, mas para as tornar maiores.
Na verdade o que nos distingue dos animais são o amor, a liberdade, a fraternidade, a justiça e a verdade. Em discursos ficam muito bem, mas depois em acções é difícil.
Acho que sou uma boa pessoa á minha maneira.

segunda-feira, fevereiro 17



As minhas memórias de infância não são agradáveis, não fui uma criança e um adolescente feliz, e por isso carrego um saco bem grande comigo, e que vou acartar para o resto da minha vida.
Apagar as memorias mas não é fácil, especialmente nos sonhos.
Gostava de ter a capacidade de perdoar justamente, eu bem tento, mas não consigo perdoar quem me faz a vida num inferno. Não perdoei a minha família, a minha mãe especialmente, e meu pai por tê-lo permitido.
De resto tento ser o mais imparcial possível (se é que se consegue ser imparcial com os amigos), tento perceber se o que me dizem é realmente verdade ou não.

Não que não confie nos meus amigos mas porque também eu por vezes, avalio mal as situações e as pessoas, e também porque na verdade não gosto de julgar, não daria um bom juiz. Sou muito emotivo.
Dizem que sou um tipo porreiro, mas sei os meus defeitos e os que vêem em mim, e digo-vos que já me aflige eu saber quais são.

Nunca fui muito lírico, sempre tive os meus pés no chão, a isso fui obrigado desde cedo, aos 14 anos puseram-me a trabalhar, a acartar com móveis ás costas, e roubavam-me o dinheiro todo sem nada me darem em troca, nem dinheiro para comprar um bolo se tivesse fome me davam. Davam-me sim maus-tratos.
A mim nunca me pagaram cursos, carros, cartas de condução, casas, telemóveis, computadores, ou outra coisa qualquer. Sempre tive de trabalhar para ter o que tenho.
Ao contrário do meu irmão, que obviamente era hetero…

domingo, fevereiro 16



Uma coisa que me intriga é as pessoas perguntarem como é que vamos, se não querem saber!
Eu se não quero saber não pergunto.
Metade das pessoas quando dizemos que não estamos bem, calam-se, o que quer dizer que não querem saber se tu estás mal. A outra metade, a que ainda pergunta o que se passa, depois de explicares (e convém resumires, senão começam a olhar para o lado á procura de quem os “salve”, ou arranjam uma desculpa para saírem dali), dizem-te “tu és forte”, “tu vais ultrapassar isso” ou “melhores dias virão”.
Que traduzido quer dizer, “ Eh pá! Não me chateias com os teus problemas, só perguntei se ias bem, se vais mal não quero saber”.

Ou seja são raros os que realmente se importam e/ou querem realmente saber como te sentes.
Claro que eu sei que dias melhores virão, mas não sou estúpido, e esse dia não é hoje, nem será amanhã, e foi hoje que me perguntastes idiota!
E eu sei que sou forte, muito mais do que tu, mas também tenho os meus momentos de fraqueza porque também eu sou humano. Aliás sou muito humano e é esse o meu grande problema, esse e o de não me sair o Euromilhões.
Ainda bem que a minha testa não é como um daqueles painéis electrónicos da bolsa, porque se mostrasse o que me vai no cérebro, metade das pessoas nem me falava…

Contra o amor é que não há argumentos, o amor é uma força tão poderosa que até redime a pior das pessoas, e cega o mais racional dos seres.
O amor não se explica, sente-se.
É assustador porque nos fragiliza, muitos o temem e os outros fogem dele.
O amor mata, pode-se morrer de amor e por amor, o amor dá sede e tira-a, o amor queima mas aquece o coração e a alma. O amor é servil mas dominador, o amor é irresponsável mas é uma coisa séria.
O amor é frágil mas poderoso, o amor é insensato mas chama-nos é razão, o amor é contraditório mas racional, o amor é tudo mas pode-nos deixar sem nada.

O amor não é para rir.
Mas tem piada…

sábado, fevereiro 15



O amor e a morte são os dois grandes temas da vida. No meio disto tudo vêm os afectos.

Tenho um sentido crítico muito grande acerca da minha pessoa. Devia fazer o mesmo com os outros, evitava-me muitos dissabores e mágoas.
As duas maneiras mais inteligentes de se conquistar o outro são o amor e o humor, e como não sou esperto, valho-me da minha inteligência para sobreviver, e do meu poder de observação aliado ao meu sentido crítico.

Não consigo aceitar pessoas que não sejam corteses e sejam arrogantes com os outros, mesmo que seja por defesa ou por nervosismo, não tem desculpa.
Não sei aceitar de mim senão o melhor que posso dar, e claro que isso exige de mim um enorme esforço, porque já não sou jovem, e tenho limites físicos!
Não pensem que sou masoquista, não tenho nenhum prazer em sofrer, mas não sei passar ao lado dos outros e não reparar, nem me alhear, nem me parece bem que o fizesse.
Raramente peço ajuda, e quando peço não é para mim, é mais para os outros.
Aprendi a anular-me porque fui criado a ouvir que não prestava, que não valia nada. Mas sempre fiz para valer.

quarta-feira, fevereiro 12

O português não liga muito a essas coisas…
Politica é uma delas.

Por não se interessarem pela politica deixaram as coisas chegar a este estado, com estes (des)governates.
Deixaram a nobreza queimar as especiarias e o ouro até á exaustão, deixaram expulsar os judeus (que foram enriquecer a Holanda, a Bélgica e a Alemanha), depois deixaram os republicanos neuróticos andarem em guerras sectoriais que nos levaram é ditadura militar, e que se transformou em politica. Veio o 25 de Abril (mais uma vez os militares), e andaram todos num ensaio de guerra civil e lá vieram os militares no 25 de Novembro pôr isto tudo na “ordem”.
E na “ordem” deixámos os corruptos, oportunistas roubarem-nos. Porque respeitamos que não nos respeita. O “respeitinho é muito bonito” dizem…

Mas como posso eu respeitar quem não me respeita?
Somos emigrantes porque somos desiludidos. Não com o país, mas porque fomos cobardes e em vez de lutarmos por ele, virámos as costas á politica.
Todos somos responsáveis pelos que partem, porque olhámos para o lado, porque nos aproveitámos do laxismo, porque só pensámos nos nossos direitos e não nos nossos deveres. E deixámos aos outros o governo da nação, como se fossemos uns incapazes, passámos um atestado de incompetência e menoridade ao povo.
Empurrámos os nossos filhos, os nossos amigos, os capazes para fora das nossas fronteiras.
Quando vejo os pais a chorar a partida, também deviam chorar por eles próprios, por terem respeitado os poderes, não os terem questionado, não se terem interessado por politica, não terem ido para a rua manifestarem-se, não terem feito greve porque os incomoda.

Os Descobrimentos foram uma fuga em massa dum povo pobre, a guerra e a ditadura outra fuga á miséria e á morte, actualmente estamos a perder os jovens formados, bem formados, para nunca mais voltarem, que estes já não voltam, só de férias, nem vão enviar as poupanças para encher os cus dos bancos.
Isto tudo porque tivemos “respeitinho” por aqueles que fizeram a nossa desgraça, enquanto não nos interessámos por politica, mas pelo futebol, novelas, realitty-shows, dramas de cordel nos telejornais e nos programas das manhãs e tardes da TV, concursos de cantorias e o Diabo a quatro.
Porque votámos em quem sabíamos a história de corrupção e desonestidade que vinha com eles, sabendo que não eram de confiança, como se tivéssemos Alzehimer.

Agora choram!
Votaram os “velhinhos” nos partidos de direita, gostaram dos beijinhos melosos do Paulinho das Feiras!
Agora que vêem as vossa reformas cortadas, choram!
Que vos dizia as verdades era maluco ou perigo radical de esquerda!
Agora choram!
Não exerceram os vossos deveres de saber o que é feito dos vossos impostos, não assinam petições, não se manifestam, não interpelam, gostaram dos “jeitinhos” que o familiar ou conhecido vos fez (e que se chama corrupção) para passarem á frente dos outros, agora choram!

Pensam que os poderosos, os políticos, a igreja, os militares, as policias, os tribunais vos vão defender e proteger?
Quem vos avisa ou é ché-ché ou um perigoso anarquista de esquerda.

Então continuem que vão bem…

terça-feira, fevereiro 11



Confesso que sou discreto, por opção, mas não sou nem distraído, nem pudico.

Por isso reparo nos esquemas, movimentos, estratégias, planos, falsidades em que as pessoas á minha volta se envolvem para conseguir os seus objectivos.

Faço-me de loiro e vejo até onde a moral se estende, e como se estatelam no chão, porque não se pode enganar toda a gente o tempo todo.

O que mais me magoa é ver que as criticas que fazem a algumas pessoas que amo, e defendo com unhas e dentes, são reais e verdadeiras. No fim questiono-me se o que vi nelas foi erro meu, ou a minha necessidade de ver a bondade e as qualidades nas pessoas. Qualquer destas perspectivas traz-me amargos de boca.

E isto leva-me a questionar a minha cabeça e o meu coração.



Claro que sei que ninguém é perfeito, a começar comigo, mas bolas será assim tão difícil serem um pouco atentos? Será que sou eu que sou demasiado exigente com os outros?

Eu sei que cada um faz o que pode, mas muitos podem fazer mais e não o fazem.

Sentir-me a mais corrói-me, e neste momento sinto a mais, inútil. Sinto que não trago nada de positivo, nem acrescento mais-valias. Não sei se isto faz sentido a mais alguém…



E o pior é que tenho noção das minhas próprias limitações físicas e intelectuais. Acho que tenho um defeito de lucidez.

Tenho tão vincado em mim o ímpeto de me anular ao servir o outro, estou tão disponível para, que me esqueço de me proteger, que por vezes danifico a minha integridade emocional.

E pago o preço!

segunda-feira, fevereiro 10

Por vezes penso que sou um ingenuo.
Sempre vivi de duvidas, por breves momentos acho-me uma boa pessoa, mas a maioria das vezes penso que sou homem banal.
Irrita-me quando defendo as pessoas e depois venho a descobrir que estava errado ao faze-lo, e doi.
As vezes gostava de viver em eterna inocencia. No tenho tendencia para ser caridoso, prefiro a bondade que nao coloca os outros em patamares inferiores.

A felicidade no existe, como e obvio, por isso vamo-nos alimentando de momentos felizes.
Todos passamos por aqueles momentos desesperados que so nos apetece chorar. Eu tento no o fazer, e escrevo que como chorar tinta em papel.
O que mais me choca a indiferenca parente o sofrimento que nao calha em casa de cada um, ficam ate chateados quando lhes mostramos a realidade, que existem problemas, desigualdades, fome, guerra, doencas, injusticas, preferem virar a cara e fingir que nao e nada com eles.

Sei que pouco posso fazer, mas sei o que posso fazer sem agredir a minha integridade mental.
Mas gente com fome nao me deixa sossegado.
E eu pergunto, precisamos mesmo da Uniao Europeia? Fizemos os Descobrimentos com a Europa? Seremos mesmo europeus ou antes ibericos? Porque sera que a Suica se mantem longe da Uniao Europeia e continua a ter um nivel de vida invejavel e sem crises monetarias.

Confesso que a solidao pode ser benefica mas apenas temporariamente, ser um ser so no saudavel, pois somos seres sociais e nascemos para amar e sermos amados.

As vezes gostava que a experiencia de vida me tivesse tornado mais racional e imune a muitas dores, mas este coracao danado, trai-me sempre este estupido no aprende, por mais que eu o ensine ele faz-me sofrer, o sacana.

sábado, fevereiro 8

Os fracos so aqueles que ocultam as suas fraquezas.
Combater as nossas prprias no fcil, e por vezes somos muito enredados, por vezes so despoletadas por pequenos rastilhos.
Eu por exemplo desconfio da facilidade, acredito que no h refeies grtis, isto de ser generoso sem pedir nada em troca para poucos.
Como no tenho vocao para andar permanentemente bbado, l vou sobriamente aguentando as minhas falhas, e as dos outros.

Julgar fcil mas conhecer os homens complicado, leva tempo e muita observao. Isto da bondade e da maldade uma fronteira invisvel, e que se cruza facilmente. O Padre Antnio Vieira era a favor da libertao dos ndios escravos do Brasil, mas tambm a favor das fogueiras da Inquisio, (ironicamente viria a ser vitima da prpria Inquisio portuguesa).
Sabermo-nos calar para melhor ouvir um talento, que tento, desesperadamente, conservar, pois tenho tanto para dizer. Por isso comecei a escrever.
S gostava que me pudessem ouvir a pensar.

Muitas coisas me magoam, mas a traio e a ingratido so as que me doem mais e no as perdoou, porque no as esqueo.
E nestas alturas fico desorientado.
Sou um subversivo, mas em tom sereno.

E se no tiver sentido de humor tou lixado. 

sexta-feira, fevereiro 7

Quais são as imagens que guardo de Lisboa?

O Tejo, o rio que parece um mar, e que dá a luz á cidade atravessado pelos cacilheiros e pelas pontes, ligando o Centro ao Sul.

A luz, esta luz que ilumina os azulejos das fachadas, e reflecte-se nelas, e que varia de cor conforme as estações, e que faz sobressair as calçadas a preto e branco do chão de Lisboa.

As colinas, que são mais de sete, que inventaram para a comparar com Roma, que dão variadas perspectivas e pontos de observação de e sobre a cidade. Ver Lisboa do alto é quase como nos sentirmos aves, ver uma cidade de brincar, sermos miúdos por instantes.

As cores, dos prédios, dos eléctricos, dos azulejos, dos jardins, vibrantes. Dão energia e alegram a cidade e os alfacinhas. Do azul ao amarelo, é toda uma palete de cores, um arco-íris, todo o ano.

As tradições. Desde o fado, ao Santo António, á Senhora da Saúde, ás procissões de semana santa, ás luzes de Natal, ás feiras da Ladra e da Luz, ás marchas na avenida, ás castanhas assadas no São Martinho (com sorte com água-pé), aos raminhos da quinta-feira de espiga, aos manjericos em Junho com sardinha assada e melão, ás iscas com eles e ás bifanas cheias de molho, á ginjinha no Rossio, ás noites no Bairro Alto, aos pasteis de Belém (que não são pasteis de nata), á Feira do Livro.
Lisboa tornou-se a grande capital de Portugal, mas não perdeu o seu carácter, o que a torna única no mundo.
Os Alfacinhas são cosmopolitas mas bairristas, tradicionais.

A arquitectura variada, característica, pouco monumental mas que marca pela diversidade.
Lisboa cai e ergue-se, arde e renasce das cinzas. Desde os romanos aos árabes, aos judeus, aos nórdicos, aos africanos, aos asiáticos, aos povos de leste, todos vieram enriquecer a cidade. Percorrer os bairros antigos é receber lições de história, ver os bairros novos é respirar futuro e modernidade.

O verde. Lisboa tem muitos espaços verdes, jardins, parques e um espaço florestal, o Monsanto. Dos montes estéreis fez-se um dos maiores parques florestais do mundo em cidade. O aqueduto trouxe a água que Lisboa precisava, e os jardins e os chafarizes começam a nascer na urbe.

Lisboa é linda.
Vista do outro lado do Tejo, entende-se a sua grandeza, simples, singela, bela. Como uma mulher elegante e simples, daquelas que nos cativam só de olhar.

E o Tejo namora com ela…

quinta-feira, fevereiro 6

Entristece-me que muita destas novas geraes no saiba a importncia para a nossa democracia, o 25 de Abril de 1974.
Penso como teria sido to diferentes as nossas vidas sem aquele maravilhoso dia de liberdade. uma das recordaes mais antigas que tenho.

Gosto de gente que perdoa, mas que no desculpa tudo.
A fora da pequenez, da inveja, da ignorncia, tem sempre mais fora do que o resto. Por isso escolho cuidadosamente os amigos e os livros.
Tantas vezes me pergunto porque perco tempo com pessoas menores, que apenas fazem sobressair o que de pior h em mim.
J enchemos praas e avenidas a lutar contra leis injustas, mas parece que os que lutaram ou emigraram ou forma silenciados pela fome.
A justia, a liberdade e o amor no tm bilhete de identidade.

Gosto de olhar para as coisas de uma forma sria, mas com sentido de humor. Tento no me analisar muito para no trazer sentimentos amargos.
Gosto de relaes entre as pessoas, entre os amigos, de olhar para coisas bonitas, de pensar coisas bonitas, de fazer coisas bonitas, de tornar as coisas bonitas.
Di-me a injustia, perco a confiana no ser humano. Abomino abusos de poder, sou muito lcido, procuro dar sempre o meu melhor, sem esperar muito dos outros (para evitar sofrimento desnecessrio), tento respeitar os outros, mas vivo em angstias pois por vezes crio expectativas nas pessoas que depois saem goradas. Por vezes difcil ser positivo.


J tantas vezes me arrependi das oportunidades que dei a muitas criaturas.

quarta-feira, fevereiro 5

De que te ris?
Vivemos num mundo de aparncias, no interessa aquilo que s verdadeiramente, mas o que aparentas, a imagem que ds aos outros.
Ando pelas ruas e vejo tantos olhos tristes que fico desanimado com o ser humano.
Depois venham-me pedir que acredite em Deus!

A ponte entre a loucura e a racionalidade to frgil que temo passar para o outro lado sem dar por isso. Sorrir, ou ainda mais orgsmico, rir um dos meus grandes feitos na vida, adoro o som do riso e o dos meus amigos ouro.
Admiro os grandes porque preciso de bons valores morais, e exemplos de coragem e humanidade, para me guiar, para me servirem de farol para o meu caminho neste mundo.

J me rotularam de um tipo decente.
Sobrevivo com doses generosas de bom humor, que me vo servindo de paliativo para as agruras da vida. E dos mimos dos que me amam, apesar de saberem de que estofo sou feito.
Agradeo aos meus amigos por tornarem a minha vida uma coisa mais suportvel de viver.
O facto de amar e sobretudo respeitar os meus amigos, no me tira o discernimento de saber at onde posso contra, e sobretudo confiar ou no neles.
As relaes humanas so como papoilas, depois de cortadas murcham rapidamente, so bonitas livres e selvagens, no seu estado puro sem serem danificadas, e manter o equilbrio difcil e delicado, como andar sobre gelo fino, qualquer passo mal dado, quebra-o e ns afundamos na gua gelada, com consequncias imprevisveis.

No fundo tentamos manter a nossa integridade.
A maioria das pessoas no quer ser magoada, eu tambm no quero, mas no gosto de magoar os outros tambm, o que uma tarefa complicada e impossvel de cumprir, por vezes magoamos os outros sem inteno, ou porque temos que nos defender deles.

No sou obrigado a respeitar quem no me respeita.

terça-feira, fevereiro 4

Os olhos.
Reparo muito nos olhos das pessoas.
Não sei a importância que isso tem, mas acontece assim, leio as pessoas nos olhos.
Não sou tímido mas reservado, sou sociável mas guardo coisas só para mim. Aprendi a distanciar-me e a ver os outros de “panorâmica”, e acho que isso é o meu instinto a funcionar, para me proteger da maldade alheia, e evitar que o meu coração sofra mais desilusões do que me é humanamente suportável.

Posso ser banal mas não sou indiferente. Mais do que o meu próprio sofrimento, a que já me habituei a suportar sem que os outros se apercebam, é o sofrimento alheio que me aflige e apoquenta os dias, entristece-me.
Não poder resolver os problemas do mundo magoa-me, mas eu sei que é uma estupidez pensar que o posso fazer, não me é possível, é irrealista, e pensar nas minhas necessidades em ultimo não é saudável, nem sequer é racional.
Agora a bomba!

Quanto mais me pedem para deixar fazerem-me aquilo que faço aos outros, mais eu resisto a deixar-me confiar nas pessoas. E quanto mais tento explicar a razão de não confiar muito nos outros, e de ser como sou, mais vejo que sou um pária. Confio em poucas pessoas porque aprendi a não confiar, porque sofri a desilusão.
Quando em miúdo tentei pedir ajuda para me defenderem da violência a que minha mãe me sujeitava, ninguém acreditou, todos se viraram contra mim porque não era encaixável nas suas cabeças uma mãe abusadora, eu era o miúdo com problemas na cabeça, e tive de viver com isso e arranjar defesas.
A tragédia disto tudo foi a de passar a acreditar na minha mãe, e até aos 16 anos pensar que eu era o responsável pela violência que minha mãe me sujeitava, diariamente. E que merecia o tratamento.
O milagre foi a de não me ter tornado num abusador, num rancoroso, num delinquente, de não ter recorrido a aditivos para atenuar a dor.


A ironia disto tudo é a de pensarem que escolhi ser como sou, e de que tenho de ser sempre forte…

segunda-feira, fevereiro 3

O mar.
O mar sempre me assustou e fascinou.
Não sou muito fá de praia, mas tenho os meus lugares na costa, que me fascinam pela beleza.

O local mais a norte que estive na costa foi em Vigo em Espanha, cidade feia mas grandiosa. Percorrer a estrada atlântica entre Baiona e La Guardia é algo que se deve fazer.
Depois vem Caminha, com o seu forte da Ínsua, bem na foz do rio Minho, e a sua bela praia do Moledo com vista para o Monte de Santa Tecla, já em Espanha.
Vila Praia de Âncora é outra praia bonita com o seu forte.
Mais a sul Viana do Castelo, das mais belas terras de Portugal e o rio Lima, o seu centro histórico é um dos mais ricos do país, e a vista da basílica de Santa Luzia é de cortar a respiração.
Segue-se Esposende com a sua reserva e a bela praia da Apúlia, com os seus típicos moinhos na areia.
Vila do Conde é um hino ao bom gosto, a começar pela igreja matriz.
Chagados a Matosinhos; Leça destaca-se pela casa de Chá Boa Nova incrustada entre rochas e local do desembarque das tropas fiéis a D. Pedro IV.
Do Porto tudo se pode falar, e tudo é bom. Eu amo o Porto como um irmão que mora longe. É património mundial da UNESCO.

Passando para o Centro, em Gaia fascinam as praias e a capela em Miramar, feita num ancestral local de culto pagão, numa rocha no meio da praia.
Espinho é cidade feita a régua e esquadro.
A ria de Aveiro estende-se pelos concelhos de Ovar. Murtosa, Aveiro, Ílhavo, Vagos e Mira. Os moliceiros, o bom peixe e bivalves, a cidade de Aveiro, a de Santa Joana Princesa e dos ovos-moles, a porcelana da Vista Alegre, a Lagoa de Mira, a arte xávega.
Depois vem Tocha com as suas casas de madeira escura, bem diferentes das da Costa Nova em Ílhavo, coloridas para serem vistas do mar em dias de nevoeiro.
Entra-se na Figueira da Foz pelo primeiro grande cabo português, o Mondego, onde acaba abruptamente a Serra da Boa Viagem. Aqui o rio repousa no mar depois de ter nascido na serra da Estrela e passado por Penacova, pela bela cidade de Coimbra, pelos campos de arroz e pelo muito bem conservado castelo de Montemor-o-Velho.
A Costa da Prata é rica em locais costeiros de inegável beleza. São Pedro de Moel, Vieira de Leiria, São Martinho do Porto, com a sua bela baia em forma de concha, Nazaré e a sua lenda de Fuas Roupinho, Salir do Porto, a Foz do Arelho e a sua bela Lagoa de Óbidos, Peniche com a ilha do Baleal, as Berlengas e o Cabo Carvoeiro.
Chegados é região Oeste, Porto novo com as suas termas do Vimeiro, Santa Cruz, Ericeira e a sua Meca do surf, Ribeira de Ilhas, Adraga a praia de ouro de Sintra, e toda a costa até Oeiras, passando pelo Cabo da Roca, o ponto mais ocidental do continente Europeu, o Guincho e Cascais, a vila do rei.

A Sul, na Península de Setúbal, as praias da Costa da Caparica, o Meco (a primeira praia nudista oficial de Portugal), o Cabo Espichel com o seu santuário, a Serra da Arrábida, terra de Moscatel e do queijinho amanteigado de Azeitão, do conventinho e das mais belas praias portuguesas. Setúbal é terra de peixe e de golfinhos, que andam entre a cidade e Tróia de areias douradas.
A seguir Comporta e o porto palafitico da Carrasqueira.
Entra-se então no Alentejo. Antes de Sines as lagoas de Santo André e Melides. Depois as praias entre rochas, paisagem protegida de tão frágil e tão bela. Porto Covo, Cabo Sardão, Vila Nova de Milfontes com o seu belo Rio Mira, dos menos poluídos da Europa.
Tal como o Alentejo, o Algarve é um sem fim de belas praias divididas em 3 zonas: Litoral, Barlavento e Sotavento.
No Litoral Odeceixe marca a fronteira entre as duas regiões, Arrifana e Castelejo são as minhas favoritas.

Depois vêm o Cabo de São Vicente e passa-se á costa sul, e ao Barlavento.
Toda a zona entre Sagres e Lagos é de cortar a respiração, adoro o Zavial, Burgau e a Ponta da Piedade. A não perder comer uns perceves em Vila do Bispo, ver a capela da Raposeira e deambular pela cidade de Lagos.
Segue-se Alvor com pequena ria e bela igreja, a Praia da Rocha e a sua Portimão, e depois do Rio Arade, Ferragudo, Carvoeiro e a Senhora da Rocha.
Faro marca a transição entre o Barlavento e o Sotavento. A ria Formosa domina até quase á fronteira com Espanha. Faro é cidade a visitar com olhos de ver, tal como Olhão, cubista e árabe.
Tavira com os seus característicos “telhados de tesoura” e 24 igreja e castelo, Fuzeta dos polvos, Cacela-a-Velha aldeia tesouro algarvio.
Pelo meio Barril onde se chega de comboio de praia, que só tem rival na Costa da Caparica.
Finda Portugal na vila histórica de Castro Marimcom as suas salinas portegidas, e onde morre o Rio Guadiana.


Em Espanha a sul conheço algumas terras até Gilbraltar, mas o que mais gostei foi entre Zahara de Los Atunes e Tarifa, cidade onde o Mar Mediterrâneo acaba e começa o Oceano Atlântico.