quarta-feira, outubro 30

Nunca senti a necessidade de usar adereços no sexo, aliás só alguns meses atrás comecei a usar fios ao pescoço.
Não vejo necessidade, mas compreendo que haja pessoas que necessitam e tem fetiche por objectos. O meu objecto de prazer é outro corpo masculino, de preferência inteligente e com sentido de humor.

Já fazer sexo fora da cama, acho excitante. Já fiz em locais inusitados, uns públicos outros não.
Quando não havia internet, nem telemóveis, os wc’s e locais com mais recato, eram locais de engate para os gays, e para homens que gostavam de fazer sexo com homens.
O Parque Eduardo VII era o mais famoso, mas havia inúmeros locais, uns mais frequentados que outros, a necessidade ajudava a isso, e ser gay nessa altura não era tão assumido como hoje.
Só mais tarde, já com o meu ex, descobri as saunas, os bares as discotecas gays. Aliás conheci o meu no Parque Eduardo VII, e estivemos juntos 17 anos.

Havia uma certa excitação pelo perigo que havia em sermos “apanhados” em flagrante em certos locais. Chegou-me a acontecer algumas vezes, uns com bons finais, outros nem tanto. Nessa altura a policia ainda era mais homófoba que hoje, e éramos identificados e pior, denunciavam as pessoas ás famílias e nos empregos, numa altura em que era muito doloroso, e muitos eram casados e com filhos. Ser gay não era um caminho de vida para muitos, pelo menos sê-lo abertamente, sem mentiras.
Mas nos anos 80 e 90, tudo servia, se vos contasse os locais e as situações em que já fiz sexo, vocês lapidavam-me, LOL.

Mas nunca precisei de ignição, o simples cheiro e toque da pele já me provoca desejo.
Sempre fui a sex-shops para comprar ou acompanhar amigo(a)s mais envergonhados, ou para o engate, e só comprava filmes ou revistas gays (não havia internet), agora com a net, tem-se isso gratuitamente.

No entanto o sítio mais comum para se ter sexo ainda continua a ser uma cama.

terça-feira, outubro 29

Uma das recordações que tenho é a de Natália Correia subir para cima de um capot de um carro, e recitar poesia para as prostitutas.
Pensei que se tal vulto fazia isto quem era eu para alguma vez destratá-las.
Engraçado que muitos anos depois estava eu na mesma zona a distribuir preservativos ás prostitutas, como voluntário da ILGA.

Nunca paguei sexo, mas já ajudei pessoas que se dedicavam á prostituição.
As morais distraídas estigmatizam a(o)s prostituta(o)s. Eu por mim prefiro as prostitutas ás putas.
Uma prostituta(o) são profissionais do sexo, vendem o seu corpo, uma puta aproveita-se do sexo para os seus objectivos, e essas não têm moral, são ignóbeis.

Fui criado no Intendente em Lisboa, zona bem conhecida por ter sido um dos locais de prostituição de rua.
Os meus pais mudaram-se para esta zona tinha eu 2 meses de idade. Em 1968 estávamos ainda em tempo de ditadura, e não havia prostituição de rua.
Nunca fui importunado, nem maltratado pelas trabalhadoras do sexo, talvez porque também sempre as tratei com respeito. Já não tive a mesma sorte com o sexo masculino.

A prostituição, tal como a pornografia, existem desde tempos imemoriais, e fazem parte da história do homem, tal a importância do sexo na vida da humanidade.
Quando fui trabalhar para as lojas de conveniência, voltei a encontrá-las, iam ás lojas comer e beber algo quente quando estavam a trabalhar, algumas acompanhadas pelos chulos ou pelos clientes. Sempre as tratei como tratava qualquer cliente, se me respeitavam devolvia-lhes a mesma receita. Tenho feito assim toda a minha vida.
Lembro-me de um episódio de uma “criatura bondosa” que um conhecido meu andava na prostituição (que eu já sabia, mas fingi que não). Tal atitude fez com que o visado tivesse de me confessar que era verdade, ao que lhe respondi “ai é! Promete-me só que tens cuidado contigo” e a conversa morreu por ai, e a minha atitude para com ele continuou na mesma.
O mais bizarro disto tudo, é que o visado teve o mesmo comportamento com outro que fazia o mesmo que ele, nunca lhe contei a maldade, nem a um nem a outro, mas perdeu o meu respeito, no fim não mereceu a bondade alheia.

O que mais me irrita são aqueles que depois do sexo exigem compensação monetária, isso é nojento e reprovável, se fazem sexo por dinheiro que o digam antes, não depois, ainda tenho opção de escolha. O dia em que quiser pagar por sexo, fá-lo-ei sem rodeios, culpas ou medos, sem hipocrisias, e sem faltar ao respeito a ninguém.

E há prostitutas e prostitutos mais honrados que muitos chefes de família e donas de casa prendadas. 

quarta-feira, outubro 23

Posso prometer ser sincero, mas nunca imparcial.
Acho que vou morrer de realidade.

Há pessoas que têm nojo de fluidos.
Não, não estou a falar de água, embora a raiva a este liquido é muita a avaliar pela quantidade de bêbados, e pela falta de banho de muitos.
Eu adoro beijar. A troca de saliva é excitante, adoro um gajo que me saiba beijar bem, beijo com língua marota claro! Tenho tido umas boas línguas, atrevidas e flexíveis LOL.

Já o sémen é mais repulsivo para muitos. Não me encontro neste grupo. Tirando o sabor de alguns, não me mete nojo.
Já estou a imaginar a cara de muitos a pensar: “este gajo é maluco” ou “está a esticar-se”. Já vos avisei de que não sou o certinho que muitos pensam que sou. Lá por não me comportar como um teenager com o cio, não quer dizer que seja assexuado, e digo-vos que não tenho tido reclamações.

Todos somos estimulados por cheiros e sabores. EU gosto de gente que cheire bem, e gosto de “saborear” bem um gajo. Sou muito oral, ou seja falo muito, LOL.
E como devem saber, ou deviam saber, o sémen não tem todo o mesmo sabor, aliás depende muito da alimentação é até do estilo de vida que cada um adopta.
Gosto de ver um homem ejacular por minha causa, para mim é sinal de gratificação, dar prazer a outro é das maiores dádivas que podemos, e o sexo é maravilhoso e bonito.
O sexo não é higiénico, mas deve ser limpinho.

Não gosto de gente porca, nem de corpo, nem de mente. Gosto sim de gente com imaginação, atraente e atractiva. E descomplexada.

Há pouco estive com um homem que tinha um dos mais belos corpos, e do mais belo sexo que já vi. Era perfeito e sabia o que fazia. Tinha classe, foi correcto e muito físico. São pessoas destas que fazem o nosso mundo ser mais perfeito.

terça-feira, outubro 22

Exibicionismo e vouyerismo.
Sou como eu me vejo, ou como os outros me vêm.
Não sou exibicionista, mas não me choca quem o é. Desde que isso não seja feito de uma maneira gratuita e estúpida.
E como em tudo na vida, o excesso acaba mal (tal como os Excesso…)

Já fui mais descuidado com a minha imagem, por falta de orgulho em mim, sei que não sou um fórmula um, mas sou um bom utilitário.
A sedução faz parte do jogo, e feita com classe é excitante. Já o voyeurismo não me agrada, nunca o fui e incomoda-me quem o faz.
Nunca fui adepto do “sexo ao vivo” (nem de ao morto), pois gosto de participar, nunca tive vocação nem para feira, pau-de-cabeleira, e muito menos para espião.
Os locais de cruising estão cheios dessas criaturas, uns empata-fodas, irritantes. Para voyeurismo basta-me uns filmes porno no computador, e mesmo assim não podem ser compridos que me cansam logo (os filmes claro, não os dotes dos actores!).

Outra coisa que me irrita são aqueles que adoram andar a medir os sexos dos outros, têm alma de costureiras? Apertam e depois se não lhes agrada seguem em frente, e passam a noite nisto! Pachorra.
No meu tempo de jovem o sexo era mais fácil e directo, porque era mais proibido. Existiam um sem número de locais de engate e crusing, que hoje com a internet deixaram de existir. Hoje vive-se na época do sexo virtual, onde o exibicionismo e o voyeurismo têm um palco privilegiado. Não tenho, nem nunca tive webcam.
Depois são todos tão desvairados e põe fotos sem cara, ou de outros nos sites de engate. Os que têm corpos danone exibem-se, e têm muitos admiradores, os outros babam-se em directo, ao vivo e a cores.

E mentem… 

segunda-feira, outubro 21

É o amor uma escravidão consentida? E o sexo?
Pode ser…
Tanto no amor como no sexo ficamos mais expostos, mais fragilizados, porque é de sentimentos que se trata, as emoções ficam á flor da pele.
Somos dependentes do amor, o ser humano nasceu para ser amado.
Mas até que ponto se torna uma adição?

Ter medo de estar só não é um defeito, somos animais sociais, por isso adoramos os cães e eles nos adoram, mas estar com alguém só para não estar só, será viável a médio prazo?
Eu próprio necessito de amar, mas sei que há limites no meu amor, como no dos outros.
Quero ser amado sem reservas, e por isso me apresento cru e sem barreiras.

Já a dependência do sexo não me parece tão natural.
Gosto de sexo, alias gosto MUITO de sexo, não é segredo, nem faço de conta que não.
Mas o sexo não é um fim, nem sinónimo de felicidade, é um meio de amarmos os outros e a nós próprios.
O sexo é um prazer, tal como o amor, mas tudo o que nos “aprisiona” não é bom, torna-se uma droga, um vício, tolda-nos a razão, e se há uma coisa que gosto é de ser dono da minha.
Aviso desde já que não trocava uma amizade por uma boa queca, ou um amor idílico.
Amo mais os meus amigos que outra coisa na vida, incluindo eu próprio. Nunca fumei, nunca me embebedo, nem nunca experimentei drogas, exactamente porque gosto de estar em controlo das minhas faculdades. Gosto de saber o que faço e lembrar-me das coisas boas que fiz e que me fizeram.
Para quem já perdeu lembranças por causa de uma doença dá mais valor a elas, aliás mais valor á vida.

Sei que é preciso coragem para resistir a tantas tentações. Já resisti a tanto.

Não é um corpinho danone e uma carinha laroca que me fazem ficar tonto, quanto mais fazer tolices. Tenho consciência das minhas limitações, tanto físicas como intelectuais, e por isso sei lidar, mais ou menos, com elas.

quarta-feira, outubro 16

Parente as religiões, desde a católica á islâmica, passando pela judaica e testemunhas de Jeová, a minha orientação e comportamento sexual é pecado, e dos grandes.
A hipocrisia das igrejas rebenta várias escalas, segue o que prego não o que faço.

Esta nova postura de “aceitação” dos homossexuais na igreja católica, é então do mais ignóbil que existe. Podes ser gay desde que não tenhas sexo, ou seja sê gay mas casto, que é a mesma moral retrógrada que exigem ás mulheres e aos padres.
Lembra-me bem de ser obrigado pela minha mãe a ir confessar-me ao padre João, padre que também me baptizou, na Igreja dos Anjos.
Não sei se já sabia que eu era gay, nunca fui “efeminado”, mas se tinha como propósito uma tentativa de cura enganaram-se, nunca disse ao padre que sentia atracão sexual por homens (pois nunca me interessaram os meninos). Além disso o padre era um homem desinteressante, e nunca me interessou o que tinha debaixo da batina.

Também eu condeno algumas práticas sexuais, perafilias como a pedofilia, mas porque são contra-natura, ou seja agridem e aproveitam-se da fragilidade e atentam contra a integridade física e mental de outras pessoas.
Também já me tentaram violar em miúdo, mas como nunca fui pequeno (com 14 anos já tinha 1,70m), sempre me defendi dos que queriam forçar-me a fazer algo que não estava disposto a fazer.
Como nunca tive defesa por parte da minha família, bem pelo contrario, quando assumi a minha homossexualidade fui logo expulso de casa, e trataram logo de comunicar ao resto da família que tinham extirpado o cancro, cedo aprendi a defender-me, bem ou mal, sempre fui dono do meu corpo, e não tenho receio nenhum em parar algo que não me agrade.

E não me agradava ir á igreja e ouvir que os homossexuais, como eu, era o diabo em pessoa e que não pertencia ao “rebanho do senhor”. Nunca fui ovelha, nem fui muito de seguir as manadas.

E libertei-me.

terça-feira, outubro 15

Há gente que não gosta de sexo oral, outras de anal.
Isto é transversal ao género sexual.
Nos gays nem todos gostam de “levar no cu” ou de fazer um “bom broche”.
E infelizmente há gente tão desastrada no sexo!

Como em tudo na vida no sexo também temos de ter atenção aos parceiros. E geralmente quanto mais lindo, mais descuidado. Pensa, que lhes basta a musculatura e o palminho de cara…
E para manter o aspecto deitam mão a tudo o que lhes faça efeito, pondo em risco a saúde, mesmo sexual. A maioria acaba por ter problemas a nível sexual, hormonal e sobretudo mental.
Prefiro um gajo normal que funcione e me satisfaça, do que um musculado que me deixe frustrado.

E depois o tamanho do sexo não é sinónimo de qualidade.
Todos sabemos que os maiores não são sinónimo de satisfação, e que por vezes os mais pequenos são bastante trabalhadores. E nisto de tamanhos há para todos os gostos.
E tirem da cabeça a ideia de que quanto maior for o pénis, mais magoa na penetração, porque é uma ideia errada. Não é o tamanho mas saber como o usar o tamanho. Não gosto de magoar ninguém, como não gosto que me magoem.
E voltamos á pescadinha-de-rabo-na-boca. Preocuparmo-nos com o prazer que vamos dar aos outros.

Fazer sexo com alguém é das maiores dádivas que damos. Deve ser uma coisa maravilhosa, em que todos se sintam satisfeitos e felizes. Não tem nada de pecaminoso, nem de anormal.
Pecado é magoar os outros, anormal é não nos preocuparmos com eles.

Um dos prazeres da minha vida é dar prazer aos outros.

sábado, outubro 12

16 de Março de 1993 , 15 de Abril de 1996, 6 de Outubro de 1999

Três datas tristes para mim.
Nestes dias perdi 3 amigas e 3 ídolos. 3 Mulheres que fizeram de mim um homem.
Natália, Beatriz, Amália.

Entrei nas suas vidas como por acaso, e como as coisas que são por acaso, são naturais, ou porque têm de acontecer. “É o destino” dizia-me Amália.
Foi o destino que na minha vida essas 3 mulheres me viessem salvar de ser uma desgraça de ser humano.
Forma essas 3 mulheres que me resgataram para a humanidade, me ensinaram o que é o amor, o respeito, a amizade, a coragem, o orgulho em ser português. Mas também a humildade, a ternura, a honra, o carácter.

Na altura, eu um miúdo de 18 anos, pensei que nada tinha a acrescentar ás suas vidas já de si tão preenchidas. Mais tarde percebi o que pretenderam de mim, e aquilo que lhes dei foi o ser eu, em pleno, sem vícios nem barreiras. A minha simplicidade era aquilo que nelas cativava em mim. O falar com elas com a franqueza que falo com os que amo, sem bajulações, mas com o carinho e a atenção que me merecem.

Já repeti isto mil vezes, mas sou o que sou por homenagem a elas, a tudo o que com elas partilhei, com tudo o que me ensinaram.
O meu agradecimento é seguir os valores com que me guiaram.
Tenho saudades vossas, mas para mim continuam a viver no meu coração, nos meus gestos, nas minhas lágrimas escondidas e furtivas que me correm quando me lembro dos momentos que partilhámos
Obrigado Natália, Beatriz e Amália. Sou o homem que vocês criaram, e depois de vos ter como professoras, poucos me conseguem arrebatar. Só os meus amigos me enchem o coração!


sexta-feira, outubro 11

Todos nós somos dados a fetiches, embora a maioria não o confesse. Eu tenho os meus, todos confessáveis.

Não, ao contrário do que muitos pensam, nem todos os gays gostam de roupa de mulher, nem de lingerie feminina, nem de fardas.
Para farda já me bastou o serviço militar, durante longos 13 meses e 9 dias, quanto ao resto nunca me vesti de mulher, nem no Carnaval.

Já tenho ouvido as mais bizarras e estranhas, pelo menos para mim. Até já houve quem quisesse que eu me descalça-se num quarto escuro…
Não me importo de satisfazer fetiches alheios, desde que isso não me seja desconfortável, mas claro que não faço nada no sexo que me deixe incomodado.
Na última vez que fui ao Porto, numa sauna, estava eu com um ursão numa troca de fluidos e a ler Braille, quando ele me prega um estalo. Aviso que ele era espanhol, já devia saber que de Espanha nem bom vento, nem bom casamento, e como ele não tinha deitado odores do baixo-ventre, e decididamente o que estávamos a fazer não era casar, mas sim acasalar, que algo iria correr mal. Avisei logo que não gosto de tal, porradinha levei eu da minha mãe, muita, quando era miúdo, e por isso não sou dado a “tau-taus”, nem nos glúteos. Passados uns minutos repete a proeza. Passei-me dos carretos e o idílico namoro acabou logo ali. Se queria bater fosse bater na mãezinha dele!

Gosto de homens inteligentes, com sentido de humor, que estejam bem vestidos (para despi-los bem estou cá eu), bem cuidados e limpinhos. Não sou fã de musculosos em exagero, nem de paus-de-virar-tripas. Gente estúpida, descuidada, sem sentido de humor e sacana, esqueçam.
Não me excitam corpinhos danone, se não forem masculinos.
Gosto de gente segura e decidida, mas também não gosto de fazer nada que eu não esteja na disposição de fazer. Não gosto de gente mal-educada, nem convencida de que é a oitava maravilha do mundo.


Sei que não sou nenhum deus grego, mas vejo gente muito mais desinteressante do que eu (então intelectualmente), e olham-me com nojo. Paciência, não penso que possa agradar a todos, como também muitos que não me agradam. Não faço fretes, nem quero que os façam comigo.

sábado, outubro 5

Detesto alcoviteiros.
Tal como não gosto de me meter na vida alheia.

Lembro-me de um episódio quando andava no liceu e tinha uma grande amiga na minha turma. Soube que o namorado dela andava-lhe a por os palitos e avisei-a, depois de ter a certeza.
Resultado, todos de viraram contra mim, inclusive a cornuda!
Ficou-me de lição.

Posso ver o que veja que eu não conto, nem digo, seja o(a) namorado(a), amante ou seja lá o que for, a foder a torto e a direito que a minha boca não se abre.
Há pessoas que vivem obcecadas com a vida alheia, incluindo a sexual. São uma espécie de vouyers, encontro-os muito nos locais de crusing e não só. Os chamados empata-fodas.
O que as pessoas gostam de contar sobre os outros, e o que mais inventam…
Apontam as “peversidades” alheias, como se fossem castos e puros. O que eles fazem (por mais nojento que seja) é sempre normal e aceitável.
Bem os topo, armam-se em dondocas e depois quando entram no “escuro” é um ver-se-te-avias.
Os perfis dos sites de engate estão cheios desses puritanos castos e limpinhos.

Como digo não sou moralista, nem puritano, por isso esta gente irrita-me demais.
Se as pessoas querem viver em triângulos, quartetos, quintetos ou x etos, ou se querem foder Lisboa inteira e arredores, ou se querem meter o obelisco dos Restauradores pela peida acima, isso não me diz respeito, é a vida deles.
Só sou contra quem obriga alguém a algo. Como cada um vive a sua vida sexual só me diz respeito se eu estiver incluído.

E o que dizem nas minhas costas estou-me a borrifar, se tem coragem digam-me nas trombas…

sexta-feira, outubro 4

Detesto o puritanismo.
Nunca fui moralista, e muito menos puritano.
Acho que uma vida sexual plena torna um homem mais feliz e realizado.

Quando descobri a minha sexualidade, há uns bons 35 anos, a igreja católica tinha muito mais poder que hoje, e como sabemos a posição da igreja em relação á homossexualidade, era considerado impuro, nojento, perverso, adorador do diabo e coisas semelhantes.
Muitos já sabiam dos padres pedófilos, mas todos calavam a bem da Santa Madre Igreja.
Sendo a minha família ultra-católica (excepto o meu pai que era comunista), fui educado com a cartilha, e vivi a hipocrisia de uma igreja que dizia para amar e perdoar os outros como irmãos, e que me desejava queimar na fogueira por amar outros homens.
Claro que isso fez-me afastar, para grande histerismo da minha família (especialmente a minha mãe, pois os abusos que ela fazia aos filhos não eram pecado…).

Depois como sempre fui muito observador, devido á minha timidez e ao castramento a que era sujeito, cedo percebi os “podres” das famílias e a teia de moralismo hipócrita.
No fim o medo de arriscar, de explorar, de se aventurarem, o de se sentirem fragilizados, é o que impede esta gente de viver uma sexualidade plena.

Os medos atrasam-nos, agrilhotinam-nos, e viver é por vezes arriscar.

quarta-feira, outubro 2

A mentira é muito usada nos engates.
Vale tudo.

E agora com a internet até se criam perfis falsos (alter egos), com fotos falsas inclusive.
As inseguranças, as vaidades, os medos, a vontade de esconder imperfeições físicas e de carácter, faz as pessoas terem estes comportamentos, idiotas claro.
E depois queixam-se que as relações dão para o torto…

Mas o pior é quando as mentiras entram pelas relações adentro, e as pessoas acabam por ser aquilo que não são, e ficam infelizes. Mais tarde ou mais cedo acabam.
Depois um casal feliz acaba por ser vítima de inveja por parte dos infelizes, que logo se entretêm a arranjar maneira de os difamar, ou pior, uma maneira de os fazer infelizes, e até mesmo separá-los.

Com os meus amigos íntimos sou muito afectivo, e claro dá logo azo a conversas, que ignoro. Gente tonta.
Tive uma relação de 17 anos, que acabou há cerca de 10, e desde ai não tive mais ninguém na minha vida.
Houve pessoas que mexeram comigo nestes 10 anos, poucas, quatro para ser mais exacto. Duas foram parvoeiras minhas, os outros foi muito bonito. Fiquei com um sabor a sal na boca.


Hoje sei que sou o homem certo para mim. Não digo que me poderei apaixonar por alguém outra vez, mas sou exigente nas escolhas.

terça-feira, outubro 1

O facto de se ser gay é propenso a se ser enxovalhado, ou pior chantageado. Passei por isso mas nunca cedi.

Houve um episódio muito caricato, passado há muitos anos na Amadora.
Fui ao wc do centro comercial junto á estação dos comboios, já não me recordo do nome, e um miúdo colocou-se a meu lado no urinol. Quem em conhece sabe que não gosto de miúdos e por isso não lhe liguei, quando ele se começou a insinuar, demasiado graficamente até, e sai do wc para ir apanhar um autocarro para Lisboa.
O meu espanto quando o miúdo me interpela a pedir dinheiro, se não lho desse ia dizer á policia que eu o tinha abordado e abusado dele, sendo ele menor.
Reagi primeiro ignorando, mas parente a sua insistência, disse-lhe para o fazer. Após algumas trocas de argumentos, e eu não parei de me dirigir para a paragem dos autocarros, ele diz-me “pensas que és esperto, dá-me dinheiro ou eu dou-te cabo da vida”.
Virei a esquina e estava um casal de policias, parei em frente a eles e disse-lhes “este rapaz tem uma queixa a apresentar-vos” e virando-me para o parvalhão digo-lhe “diz agora aos agentes o que me tens dito”.
A criatura desaparece como se fosse ar, e eu explico aos polícias o sucedido.

Agora imagino as atrocidades que se passam neste mundo cão.
Quando me assumi gay para a minha família, ao fazer 18 anos, fui vítima de tentativas de humilhação, pensando eles que eu era fraco e me ia ficar, enganaram-se…
Depois fui militar, ai tive muito cuidado, mas não podia ir a um wc fardado que em Évora era logo “carne para canhão”. Imagino que muitos meus camaradas aproveitaram a situação para melhor o “pré”, mas eu não, nunca me vendi por dinheiro.

Quantos já não ficaram com as vidas mesmo destruídas…