terça-feira, fevereiro 26


Há muita falta de cinzeiros.
As beatas são uma praga, tanto na igreja como no chão.

Temeroso e submisso nunca fui, apesar das mandíbulas de muitos. E é bom que se habituem á ideia.
Quanto estiver no reino dos mortos podem vilipendiar-me, e mesmo assim eu se fosse a vocês deixava a luz acesa á noite!
Podem ranger os dentes, e rugir-me, que esta alma não corrompem.
Não tenho culpa dos vossos cérebros obesos.
Bem podem ladrar para mim, serem violentos, autoritários, imprudentes, que vos vou dar a atenção que merecem, que é nenhuma.

Os vossos cérebros estão entalados entre estreitíssimos buracos nas vossas cabecinhas, e comprimidos, o que vos faz ter vistas curtas. São uma massa informe e pálida, como muitas das vossas caras. Não me perturbam, não me confundem.
Conheço-vos as manhas, posso cair uma vez por desatenção, ou por bondade em acreditar que as pessoas podem ser boas, mas nunca por falta de inteligência.

Sou um pobre pecador entre biliões, mas sei que valho mais que a maioria dos que cá andam a poluir o mundo.


Triste igreja católica, esta que está tão perto de Deus, estar tão longe dos homens.
Admira-me que a igreja não veja a humilhação e o engano, quando diz aos seus crentes para aguentarem a crise calados e submissos.
E surpreende-me a oportunidade perdida de fazer aumentar o seu rebanho estando do lado dos que sofrem.
A mim far-me-ia ter mais respeito por ela.
Mas não, preferem uma indecorosa promiscuidade com o poder instalado, de direita pois claro.

Pedem para sofrermos em silêncio? Até Jesus, pregado na cruz, se lamentou “pai, pai, porque me abandonastes?”
Depois estranham o justíssimo desencantamento e descrença dos fiéis. E pensam que somos ingénuos.
A igreja vive para o poder, o poder sobre as almas e sobre as caixas de esmolas. Depois falta-lhes a moralidade para dizerem que estão ao lado dos pobres e dos que sofrem. De autismo em autismo, a igreja católica arrisca-se a dar o seu estertor final.

Estiquei-me? Não sou o único.
A igreja tem hoje uma boa e nova oportunidade de se redimir.

quinta-feira, fevereiro 21


Agora entendo porque Pedro ocupou a cadeira do trono da igreja do senhor.
É que ele só renegou o nome de Jesus 3 vezes. Os políticos renegam milhentas vezes o que dizem e o que fazem.
Agora veio um ex-ministro a dizer que as futuras gerações devem deixar de descontar para a segurança social.

A igreja diz que a pobreza é a mais fácil e honrada entrada no reino de Deus, Então expliquem-me porque não querem os ricos ser pobres?
A pobreza é boa? Só se for para quem a explora, os ricos, poderosos e a s igrejas que se alimentam dela.

Poucos são os amigos a quem abro a alma. Porque sei os riscos que corro. Saber calar é uma arma contra as más-línguas, e numa amizade nem tudo são rosas, e eu detesto más-línguas, não dão prazer nenhum…
Há pessoas que geram desertos afectivos á sua volta, e depois de consumados os factos, sofridos os reveses, vividas as aflições, vêem-se na solidão. E o pior é que muitos não ponderam, nem se apercebem dos estragos que causaram, da dor, da desilusão que provocaram as suas atitudes, alimentadas por raivas, arrogâncias, orgulhos e maldades.
É como urinar contra o vento…

Temos de dizer a esta gente que admitir os erros e mudar de rumo, não é fraqueza.

quarta-feira, fevereiro 20


Em alturas de crise os ricos sobrevivem, quando não enriquecem mais um pouco, pois são os que trabalham que pagam as crises.
E não vale a pena pedir a cabeça de qualquer politico, porque é obvio que eles que nos (des) governam, não a teem.
E o pior é que o líder da oposição também não a tem, ou seja, estamos fodidos.

A morte de neurónios nesta gente só tem comparação com o tsunami da Indonésia. E depois reproduzem-se como coelhos (tão a ver a brilhante analogia? coelhos topam? digam lá se o vosso amigo não é esperto…), e como a memória do povinho anda a precisar de Centrum…
E se os contrariamos somos no mínimo agitadores, quando não delinquentes ou mesmo terroristas. E eles só querem que morramos anónimos em combate, ou desejam que sejamos fuzilados. E desde que tenham as “forças da ordem” a protegê-los, está tudo bem.

Também eu condeno a violência em protestos, mas maior violência são estes abusos e desrespeito que são feitos ao povo português, e á própria nação, a quem trabalhou, trabalho, ou virá a trabalhar para alimentar esta corja de políticos sem carácter, estes ricos arrogantes e estúpidos, e todas as suas policias.

segunda-feira, fevereiro 18



Há tantos coleccionadores de álibis para justificarem o que não querem fazer, ou para faltarem a promessas.

Os seus erros nunca são causados por eles, as más escolhas são fruto da maldade alheia, a má triagem de amigos são sempre azar. A culpa é sempre dos outros, a ingenuidade sempre deles.

E mordem a quem lhes diz a verdade.



Ninguém espera que as pessoas nasçam ensinadas, mas pelo menos espera-se que estejam abertas a aprender algo. E de preferência com os bons. Eu aprendi.

Antevejo já alguns esgares e criticas de amigos, que pensam que eu sou demasiado utópico e/ou severo com os que não pensam como eu. Mas como posso ser brando com gente arrogante, pedante, desumana?



Há coisas na vida que não teem preço.

Não me venham pedir que me banalize, isso seria trair os bons ensinamentos que os bons me deram na vida, se sou exigente e procuro os excelentes, culpem aqueles que me ensinaram que o bom, e o bem são essenciais á minha felicidade. E não pensem que sou um iluminado

sexta-feira, fevereiro 15


Gente que chora dá outro valor ao riso.

Não embarco em euforias fáceis, nem me deslumbro facilmente. Já vi e vivi o suficiente para não me espantar por “dá cá aquela palha”.
Tento ser firme nos meus valores, e flexível nos meus juízos, permita-me a cabeça e os olhos ajuizarem.
Claro que acho que sonhar é bom, e não é uma perda de tempo.

Um homem é antes de mais as suas atitudes, a sua postura, a sua coragem em lutar pelos seus valores e por aquilo em que acredita.
E há momentos em que o sonho de uns é o pesadelo dos outros.
Há para ai tanta gente estúpida, que eu, alma caridosa, tenho o cuidado de os avisar de que o são.

Numa altura em que só se ouve falar de rigor, ordem, disciplina, sacrifício, é difícil ter vontade de rir. Mas é necessário. Deve-se lutar contra um estado repressivo, que devia ser protector. Aliás ele é protector, dos ricos e poderosos.
Esta resignação dá-me medo.
E o populismo corrói o sistema e as mentalidades, cria desconfiança e desinteresse.
E este estado não tem sentido de humor, por isso rir é resistir, é uma arma.

quinta-feira, fevereiro 14


Deus
Nunca o vi, mas gostava de lhe fazer algumas perguntas.
Já o chamei muitas vezes, mas ele nunca me acudiu, nem me salvou.
Começava por lhe perguntar porque permitiu que a minha mãe fosse tão brutal para com os filhos. Além de centenas de duvidas que tenho.
Nada tenho contra as religiões, só me enoja os que se aproveitam desta para os mais ignóbeis actos.

É verdade que o homem não se pode prevenir para tudo. Continuo a não entender porque tantos colocam o seu destino em algo que desconhecem, em vez de fazerem algo para sua vida.
Eu não tenho por hábito hostilizar, prefiro moderar. Só peço humanidade. E não vejo humanidade nas religiões, e não falo só do islamismo, a igreja católica está cheia de maus exemplos.

Uma democracia, tal como uma religião, não deve proteger os maus. A ideia de democracia, bem como a de Deus, não pode ser superior á dos valores humanos. Ser democrata, tal como ser homem de fé, é tomar partido pelo bem, é muitas vezes assumir a diferença, e escolher o seu papel no mundo.
E a isto eu chamo liberdade

terça-feira, fevereiro 12


Não sei se sou bom conselheiro.
Acho que sei pouco, perdoem-me a ignorância. Tento sempre ser imparcial (embora ainda não consiga saber como se é imparcial com os amigos), e justo.
Tento sempre ser leal, sereno e lúcido (o que por vezes é difícil, pois vocês dificultam-me a vida).

Sei que tenho fraquezas, algumas incongruências, fragilidades e sou por vezes polémico.
Mas não sou desconfiado (quer dizer sou q.b.), não sinto desprezo (só pelos que desprezam), inveja ou rancor.
Vaidoso também não sou (mas devia ser).
Por isso choca-me que tantos tenham o privilégio da beleza, e da inteligência, e o desbaratem em coisas mundanas e banais, em egos insuflados e personalidades execráveis. E depois digam-me que Deus existe…

Há duas coisas que me assustam, a miséria e a insanidade. Sei que um dia vai chegar em que a vida ou a sanidade me vão abandonar, numa luta desigual acompanhada pelo medo.
E sei que por mais insuportável que possa ser a ideia, tenho de a suportar.
Posso sujeitar-me a tudo, mas recuso a que me tirem a honra.
Hei-de morrer como sempre vivi, com honra.

segunda-feira, fevereiro 11


Por vezes as dores parecem não ter fim, mas tem.
Tenho a certeza que morrerei como nasci, sem nada. E que passarei a vida num campo de batalha entre o bem e o mal, numa guerra sem tréguas.
E como sabemos o que é o bem e o que é o mal?
Deixem-me que vos diga que a Igreja não ajuda a perceber. Aliás para a maioria das religiões eu sou o mal.
A Igreja sempre se aproveitou do bem e do mal, colhendo os seus frutos deste dualismo.
E depois as religiões são palco para tantos fanáticos… E quem não está com eles estão contra eles.
São incapazes de ver o respeito pela diferença, que os assusta e tentam padronizar tudo á sua medida.
Não entendem que a diversidade é a riqueza do ser humano.

Vivemos numa tirania do lucro, e mede-se o sucesso de um homem pela quantidade de rendimentos que aufere.
Isto misturado com uma população inculta e desinformada, e com um sistema judicial deficiente, levou-nos a este caos social e politico que assistimos.
E o desencanto cresce.

sábado, fevereiro 9

Detesto conversa mole.
Há pessoas que me desafiam a razão… Mas também não é a inteligência que os distingue.
Pode-se ler uma conversa interessante com um analfabeto, e uma oca com um homem culto.

Acho horríveis as tentativas de silenciar os pacifistas, a maioria gosta de homens de guerra, virulentos, agressores. Físicos.
Existe uma estranha raça de homens que teimam em não seguir a corrente, em serem senhores do seu destino, eu admiro-os. São eles que mudam o mundo.

Ver os outros como amigos e irmãos, e não como servos, é coisa rara entre os ricos e poderosos. Os pobres são mais solidários, os ricos fazem banquetes para ajudar os pobres a comer pão, mas não os sentam á sua mesa, nem lhes dão a comer o que eles come, nem os sentam á sua mesa. Brincam á cardidezinha. E servem-se dela para se sentirem superiores.
É fácil ser-se solidário quando se tem muito. E este tipo de atitude está longe de ter um fim.
Eles vivem da dor e da resignação do pobre, da sua fome, do seu corpo, e da sua doença e morte. Porque os pobres são a maioria. Enriquecem á custa da sua exploração.
E ainda nos mandam calar.

Detesto conversa mole.
Há pessoas que me desafiam a razão… Mas também não é a inteligência que os distingue.
Pode-se ler uma conversa interessante com um analfabeto, e uma oca com um homem culto.

Acho horríveis as tentativas de silenciar os pacifistas, a maioria gosta de homens de guerra, virulentos, agressores. Físicos.
Existe uma estranha raça de homens que teimam em não seguir a corrente, em serem senhores do seu destino, eu admiro-os. São eles que mudam o mundo.

Ver os outros como amigos e irmãos, e não como servos, é coisa rara entre os ricos e poderosos. Os pobres são mais solidários, os ricos fazem banquetes para ajudar os pobres a comer pão, mas não os sentam á sua mesa, nem lhes dão a comer o que eles come, nem os sentam á sua mesa. Brincam á cardidezinha. E servem-se dela para se sentirem superiores.
É fácil ser-se solidário quando se tem muito. E este tipo de atitude está longe de ter um fim.
Eles vivem da dor e da resignação do pobre, da sua fome, do seu corpo, e da sua doença e morte. Porque os pobres são a maioria. Enriquecem á custa da sua exploração.
E ainda nos mandam calar.

quarta-feira, fevereiro 6


O amor cura.
Estar atento aos sinais de sofrimento dos outros é necessário.
Termos provas de que nos amam também…

Não o digo por insegurança, mas porque sentirmo-nos amados é essencial para a nossa auto estima.
Ninguém é perfeito, por isso não podemos esperar encontrar a pessoa perfeita para amarmos.
Muita gente foge de amar, porque causa do que os outros possam pensar.
Lembro-me da minha juventude, o choque que era ver um casal interacial. Hoje é usual.

Ser livre é resistir.
Resistir ao fácil, aos vícios, ao que os outros esperam de nós, ao nosso ego.
Não sou isento, não o posso ser, tenho de fazer escolhas, mas tento ser isento porque não quero prescindir dos meus valores. Isso faz de mim suspeito? Tendencioso?
Claro que sim, nem quero ser insuspeito. Mas isso não faz de mim um ser corruptível, sou demasiado individualista para ser totalmente solidário com os outros. E isso é uma defesa minha.

Eu por mim aceito o fracasso, já os tive, mas nunca a mediocridade, nunca o fui.
E a mediocridade nasce como os cogumelos… livremente.

terça-feira, fevereiro 5


O amor homossexual é diferente?

O sentimento de que sentimos uma atracção física, mesmo sexual, por uma pessoa do mesmo sexo, é ao princípio estranho.
Começa por um conflito interno, uma sensação de isolamento, por vezes de culpa.
Raramente a homossexualidade é encarada com normalidade.
Eu que venho de uma família ultra católica, sofri a ostrização e a condenação.
Eu optei por não me meter em nenhum “armário”, e resolvi aceitar a minha orientação sexual aos 14 anos, ou seja há 30 anos atrás com as mentalidades da altura.
Mas existem muitos que não tem essa força, e vivem vidas sofridas, não que a minha não o tenha sido, eu próprio fui expulso de casa aos 18 anos quando comuniquei á minha família.

O amor homossexual traduz-se em sentimentos e emoções. Acho que isso é universal.
Não sentir vergonha de ser homossexual é essencial para nos sentirmos confortáveis na nossa pele.
Eu não quero converter heteros em gays, por isso não admito que me queiram mudar.
Eu nasci homossexual, e pretendo continuar assim. 

segunda-feira, fevereiro 4


Tenho inteligência emocional para dar e vender. Alguma coisa haveria de ter de bom…

A verdadeira coragem não é a dos que batem a torto e a direito em tudo e todos, mas aqueles que tem vontade de o fazer e contam até 100 000 (ou mais).
O mundo é um lugar perigoso para viver, mas temos de o fazer, com muuuuuuuuuuuuita paciência por vezes.

Existe uma grande diferença entre falar e comunicar. E muitos falam que se desunham. Eu prefiro comunicar.
Para mim o desafio não é falar, é parar de o fazer. Comunicar é também ouvir. Principalmente ouvir, filtrar e compreender o que nos dizem. Muita gente fala por metáforas, e muitos não o sabem fazer. É preciso cautela com o que se ouve.

A vida traz-nos grandes desafios, mas o maior desafio da minha vida, e deve ser da vossa, é amar. Claro que um amor não dura para sempre, isso é impossível porque mudamos ao longo da vida, mas podemos passar a vida a amar, mas temos de ter consciência de que não há relações perfeitas, porque nós próprios não o somos.
Mas depender do amor de uma só pessoa, anulando-nos por vezes, é um erro, que eu próprio já cometi.
Amar não é deixar de pensar em nós. O principal objecto do nosso amor deve ser nós mesmos 

Manter uma atitude positiva é por vezes mais difícil do que encontrar um politico honesto.
Conhecer os meus limites é uma das atitudes mais inteligentes que tomo. Aceitar a realidade também ajuda, e muito.
Não julgar os outros levianamente também faz com que confiem em nós, e que conosco partilhem momentos únicos, que nunca seriam possíveis se agíssemos doutro modo.
E aceitar a morte. A morte vive entre nós, é um processo natural da vida.

Ser livre começa na nossa mente. Ninguém é livre se não o for na sua cabeça.
Aceitar o mal e as dificuldades que a vida nos coloca, não é resignar-me. Se não me resignei nem ás minhas doenças, nem á brutalidade da minha infância, pouca coisa me vai deitar abaixo. E se deitar, eu levanto-me.
Arranjar desculpas para os nossos problemas, e baixar os braços não ajuda, e não resolve nada.

Uma vida deve ter sentido. Eu desconfio o sentido da minha, embora fosse escusado tanto sofrimento no principio, mas ainda ontem um amigo querido me disse: “mas isso é uma das coisas que tu fazes melhor, dar sentido á vida dos outros”. Se calhar é!