quinta-feira, março 31

Ninguem me vê do mesmo modo.

Cada qual agarra em mim a realidade que mais lhe convém.
Há quem me julge engraçado, outros que me acham convencido e um chato. Outros que sou mal-criado, outros que sou muito paciente.
Há quem me ache inteligente. Deve ser por alguns discursos que faço…

Conscientemente adapto-me ás opniões, algumas provisórias, dos outros, sem me enganar nos papeis ou confundir as personalidades.

Quem me considera afoito e desinibido, engana-se.
Quem me considera estupido, irrita-me e insulta-me.
No fim sou sempre o que eles querem, bom, mau, filósofo, integro, puta, puritano, devasso, estupido, só nunca sou uma coisa para eles: EU PRÓPRIO.

Eles pensam que me conheçem, mas não sabem as minhas mágoas, pois nunca perguntaram por elas.
E esse é um segredo que hei-de levar para a sepultura.
Se não morrer no mar…
Por mais que puxe pela cabeça, não consigo perceber porque existe tanta maldade no mundo.
Para a maioria das pessoas os dramas dos outros são pequeninos, em comparação aos seus.
O mundo ficou pior desde que o "salvar o mundo" passou a "salve-se quem puder"
Divido os homens em duas categorias: os fixes e os egoistas
Largem-me! Ainda não perceberam que não gosto de gente estúpida?
Quando se trata de diminuir a liberdade alheia, todos os homens estúpidos o fazem por prazer

quarta-feira, março 30

Gianluigi

Daqui a uns anos serei poeira.

Sou sujeito na muitas distrações, se sonho acordado.
Que hei-se fazer?
Sonho e falo, sonho e escrevo.
Não há nada de mais enganador que as coisas aparentemente simples.

Tenho sofrido muito com os ingénuos, os gananciosos, os medíocres, os repelentes, os vulgares e os parentes próximos.
E cada vez existem mais cenas que me enojam.
Que picada é esta que me magoa o coração, como se fosse um ferro com a ponta incandescente?
Desejo uma paz autêntica que nunca gozei.
Cada vez mais me escondo por detrás de mim mesmo, para que ninguém note o meu sofrimento, o meu silêncio.
E tenho ouvido tantas exclamações de remorso inutil…

Encantam-me a felicidade dos meus amigos e entristece-me as desgraças de todos.
Rir é um elixir de longa vida, e há muita tristeza na superficie dos sorrisos.
Encerrado no meu crânio, penso, discuto, retalho-me, berro, embalo-me com promessas, vivo, em suma tenho a liberdade em pleno.
Há momentos em que os homens não tem direito ás suas imagens.
Quem são os outros?
Quem não apaga de todo certas diferenças de visão, vive condenado a viver no escuro.
Como para muita gente é tão difícil unir dois pensamentos...
Tenho saudades das árvores nas avenidas.

terça-feira, março 29

Aceita o universo
Como to deram os deuses.
Se os deuses te quisessem dar outro
Ter-to-iam dado.

Se há outras matérias e outros mundos
Haja.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa


A luta do ser humano deve ser centrada na igualdade e na dignidade.
Ora isto é o que não tem sido feito por este governantes que se vergaram aos “mercados internacionais”. A globalização e o capitalismo não se coaduna com os direitos humanos.
O desprezo é pior do que a violência. Também a humilhação.
E o que mais se tem visto no mercado do trabalho é humilhação e desprezo por aqueles que realmente trabalham, seja nas remunerações, seja no tratamento a que são sujeitas as pessoas, descartáveis para os senhores “doutores”.
Ele não aprendem que o respeito não exige distância e frieza, á custa de severidade e antagonismo. Sem emoções á flor da pele.

Às vezes apetecia-me ter um braço e mãos enormes, para esbofetar o maior numero de pessoas possiveis.
Que vontade de partir caras.

Hoje as pessoas vivem só a pensar nas suas vidinhas. Não lhes importa o atropelo, a prepotência, os pontapés na canela, os insultos, a calunia, o abuso do mais forte, as rasteiras.
As ruas hoje parecem um cemitério de mortos-vivos. Parece impossivel mas dormem, embora o sol esteja a pique.
Uns sonham acordados, outros vivem, uns falam, outros amam.
Muitos que amam, trabalham e sofrem, gritam, prostestão e lutam.
Outros dormem profundamente, com o corpo todo, com a alma toda.

segunda-feira, março 28

Basta existir para se ser completo?

Sempre fui muito desamparado, nunca medi nada.
Estive tanto tempo a pensar em coisa tristes, que me habituei a isso.

Se ás vezes não tivesse sido tão timido, tão pateta.

Às vezes nem sequer dou por mim. Vivo para os meus amigos e eles são a minha vida.

Por isso quando eles não me respondem, sinto-me magoado e triste. Muitas vezes não os queor chatear, sei bem o que é sofrer sozinho, e já estou habituado a isso. Nem sequer tenho coragem para lhes pedir ajuda.
Não sei se será falta de coragem ou já muita decepcção acumulada. Se calhar faço-o para me proteger. Já tive muitas ilusões acerca do outro ser humano, que fui perdendo com o tempo.
Mas também tenho de ter a noção de que ainda vou ser magoado, muito, até ao fim dos meus dias.

A mim não me ensinaram o amor, não o tive de meus pais, aliás da minha mãe tive foi grandes cargas de porrada e torturas. O amor sempre o procurei em estranhos, e sempre vivi das suas dádivas de carinho e amor, que sempre recebi de braços abertos e correspondi.
Mas o amor que é uma coisa maravilhosa, também pode ser motivo de muitas angustias. È este o preço a pagar por amar-mos. Cruel preço.
E doi, doi muito…

Carson Mccullers

Nasceu a 19 de Fevereiro de 1917, em Columbus, nos Estados Unidos.

Aos 17 anos sofre de reumatismo, mal diagnosticado e tratado, que lhe viria a condicionar a saúde.
Aos 30 anos fica praticamente paralizada devido a um AVC, tendo ficado uma noite inteira caiada no chão da sua casa em Paris, enquanto o seu amante se embriagava na rua.
Na altura é internada numa clinica psiquiátrica durante um ano. Mais tarde teve de fazer operações sucessivas para tratar do ombro direito, o punho esquerdo e os dedos da mão esquerda. Tem depois um cancro no peito e para acabar uma pneumonia com embolia e uma atrofia na perna esquerda.

Apaixona-se por várias mulheres, mas casa duas vezes com James Reeves Mucclers que se seuicidou em 1953, depois de 8 anos de um casamento turbulento, devido ao seu hábito de bebida.
No primeiro casamento ele foge com outro homem.

O pai morre-lhe em 1944 e a mãe em 1955.

Nos ultimos anos ela já mal se movia, chegando a atar a caneta ao pulso. Escreve o seu ultimo romance em 1961.
Nasceu a 27 de Agosto de 1910 em Skopse, actual capital da Macedónia, na antiga Jugoslávia, com o nome de Agnes Gonxa Bejaxhiu, terceira e ultima filha de Nikola e Aronda Bejaxhiu, albaneses.
O pai era dono de uma firma de construção, morre-lhe aos 9 anos, tendo a mãe que sustentar sozinha a familia, o que marcou a jovem Agnes.

Aos 12 anos Agnes decide ser freira. Aos 14 anos decide que quer ir para a India.
Aos 18 anos decide tornar-se missionária. Após alguns meses de formação em Dublin, foi enviada para a India, onde chegou a 6 de Janeiro de 1929 a Darbeeling, no Himalaia.
É lá que professa os seus votos, a 24 de Maio de 1931, adoptando o nome de Teresa.
Daqui segue para Calcutá, onde renova os votos em 1937.

Em 1948 torna-se cidadã indiana e obteve autorização do papa Pio XII para ser freira independente. Vai para Patna aprender enfermagem.
Regressa a Calcutá para fundar a sua ordem, As Missionárias da Caridade. Como hábito um sari barnco debruado a azul.
O papa Paulo VI reconheçe a ordem em 1965 e autoriza a expandi-la para fora da India.
Utiliza o templo de Kali (deusa da morte e da destruição) em Calcutá, para fundar uma casa para recolher moribundos das ruas. Por tal atitude são ameaçadas de morte, e choveram pedras sobre a casa. Os protestos chegaram á Assembleia do Estado.
Chegaram a ir á polícia exigir a sua expulsão.
A chuva só parou quando um sacerdote hindu, a desfazer-se de cólera, foi recolhido na casa e tratado até á sua morte.

Em 1963 funda-se o ramo masculino.
Em 1969 a BBC faz um documentário sobre a Madre Teresa que a torna conhecida mundialmente.
Em 1975 é capa da Time. Os ricos andavam junto a ela para ganhar o céu e ela aproveitou-se disso para ajudar os pobres.
No entanto não fica isenta de pecados. Viaja até ao Haiti para receber de Duvalier uma condecoração, aceita donativos de diversos criminosos, pregou indulgência para os ricos e o sacrifico para os pobres, foi contra o divórcio mas defendeu a amiga princesa Diana, deixa morrer sem tratamentocom o argumento de que Deus ama a dor dos pobres (embora ela fosse tratada nos melhores hospitais do mundo), rejeitou qualquer auditoria financeira, aliás receusava as ofertas de entidades que exigiam fiscalizar o dinheiro que iam doar, e ter declarado ao receber o Nobel que o aborto e a contracepção eram moralmente equivalentes.

Aos 87 anos tinha falhas repetidas do seu coração.
Morre a 5 de Setembro de 1997.

Get Outta My Way (Boys) Tribute (ORIGINAL)

Homens da Luta - "A Luta é Alegria" @ Videoclip oficial

domingo, março 27

Foram cardos Foram prosas

Já agora, fiquem também com as calças! (REPORTAGEM SIC)

Eurovision 1998 - Alma Lusa - Se eu te pudesse abraçar

Portugal 1996 Lucia Moniz O meu coração não tem cor

1982 - Doce - Bem Bom

1967 - Eduardo Nascimento - O Vento Mudou / Festival da Canção RTP

1969 - Simone de Oliveira - Desfolhada / Festival da Canção RTP

Especial RTP Informação "Será a Cantiga ainda uma Arma?"-VERSÃO COMPLETA

Homens da Luta - "Canções utilizadas como armas" @Telejornal RTP1 (10/3/11)

ModaLisboa 20 Years - Love | Inverno 2012 | Desfile Nuno Gama | parte 2

sexta-feira, março 25



Quem peca, contra si peca; quem comete injustiça, a si agrava, porque a si mesmo perverte.


O que é, então, um homem sábio ?
É o homem que vive "como homem", no sentido forte do termo, o homem belo e bom pelo seu equilíbrio racional e pela grandeza do seu espírito. E necessita, tanto quanto possível de um corpo são e belo. Este equilíbrio feito de sabedoria e de justeza, não é apenas garante indispensável da felicidade dos indivíduos é também dos grupos humanos, da família e da humanidade. Uma sociedade tanto pode tomar a forma de uma monarquia, como de uma aristocracia ou de uma república democrática. Estes diferentes tipos de governo são todos eles legítimos. Só que a monarquia, a aristocracia e a democracia tanto podem ser boas como más. Quando animadas por uma vontade esclarecida de prudência, justiça e moderação, são boas. Assim que deixam de o ser, tornam-se más.

quinta-feira, março 24

Simone de Beauvoir

Nasceu em Paris a 9 de Janeiro de 1908, numa familia burguesa, filha de Georges e Françoise Beauvoir.
O pai era jurista, por isso era uma familia abastada.
Dois anos depois nasce a irmã Heléne.

No fim da segunda guerra a familia era pobre, e começam os problemas familiares.
Aos 15 anos começa a ter consiência feminista. Estuda até á exaustão.
Conheçe na Sorbonne Jean Paul Satre de quem se torna amante. Ele ficou em 1º no exame final, ela em 2º.
Satre diz-lhe que nunca casará e não se limitará a uma só mulher.
Passam a vida a colecionar amantes. Em 1943 uma mãe de uma aluna processa Simone por corrupção de menores.
“A Mulher Destruida” mostra a dor que sente pelas paixões da sua vida.
O seu primeiro romance era um relato da sua relação por Satre.

Em 1947 conheçe Nelson Algren de quem se torna amante, mas deixa-o por Satre. Mas quando chega a Paris ele partiu com uma das amantes. No entanto a relação mantém-se.
Envelheçem mal entre conversas noite fora, cigarros e alcool. Envelheçeram zangados. Satre deserda-a a favor de uma amante mais jovem. Ela sofreu.
Ele morreu em 1980, ela em 14 de Abril de 1986.
Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se-á boa, sejam quais forem as bases políticas e económicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam.
O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade.
O objectivo é descobrir a natureza química dos sistemas mediadores da recompensa. Um dado impressionante que emerge das numerosíssimas pesquisas nesse campo é que a acção de quantidades minúsculas da droga que chegam ao cérebro, alteram de forma tão poderosa o comportamento, ao mexerem com os mecanismos normais da neuro-transmissão.

Uma descoberta fundamental, na década dos 60s, posteriormente confirmada para muitas outras drogas, é que nosso cérebro tem neurotransmissores com estrutura química semelhante às drogas. O segredo da compreensão do controle das funções cerebrais no vivio da dorga está principalmente em entender os nossos processos químicos de informação. Se pudermos entender como estes sistemas interagem para produzir estes comportamentos, e se soubermos o suficiente sobre a neuroquímica, poderemos eventualmente intervir e bloquear ou corrigir as alterações. Mas isso não é tudo. Precisamos também entender melhor os mecanismos psicológicos individuais e sociais que estão por trás do fenómeno dos vícios das drogas.
AS DROGAS E A SIDA

Algumas noções sobre a SIDA

SIDA – Síndrome (conjunto de doenças) que leva à destruição do sistema imunológico.
HIV – nome dado ao vírus que provoca a AIDS. Milhares de pessoas convivem com o vírus HIV e não sabem que estão infectadas.
Pesquisas recentes da Organização Mundial de Saúde, demonstram que 38% das pessoas que usam drogas injectáveis são portadores do vírus HIV. Partilhar agulhas e seringas (ou o conteúdo das seringas) que têm traços de sangue contaminado transmite o vírus HIV. Todos os três modos de injectar (no músculo, na veia ou subcutâneo) são perigosos. Estudos mostram que, embora o HIV normalmente não sobrevive fora do corpo, mas que pode sobreviver dentro da uma seringa fechada ou de uma agulha não limpa. Além disso, o uso de equipamento contaminado pode transmitir Hepatite B e Septicemia (infecção do sangue por bactérias) e causar infecções de pele no local da picada.
As pessoas que usam drogas, são discriminados por outras, pois estas não se encontram no seu estado normal, não acompanham um diálogo, comportam-se inadequada e inconvenientemente e, às vezes, até de modo perigoso. Se é uma ou outra vez que se drogam, podemos até aguentar, mas se é toda hora, não há "santo" que aguente. 
Além disso o critério de valores de um drogado passa a ser diferente do nosso. Caso não tenha dinheiro para comprar a droga, ele não se incomodará em roubar, seja a própria família, seja os amigos. As mulheres podem até se prostituir quando pressionadas por essas situações.
As conversas, as atitudes, os interesses dos drogados também não interessam àqueles que querem viver saudavelmente. Além disso, como são pouco motivados a trabalhar (ou estudar) porque já que não têm mais a mesma capacidade, num ambiente de trabalho (ou estudo) só atrapalham. Os drogados têm, ainda, dificuldade de enfrentar as frustrações decorrentes das actividades do dia-a-dia, reagindo a elas de modo agressivo ou impulsivo, o que os torna inadequados ao ambiente familiar, profissional ou social.
A forma sedutora com que se apresenta o uso de drogas leves (apenas fumadas), não necessitando de seringas e agulhas, o que para muitos constituem-se em violação ao próprio corpo; a não transmissibilidade do HIV pela via pulmonar; e os poderosos efeitos alcançados em segundos, são factores de um  aumento cada vez maior do consumo destas droga transformar-se num problema emergente de saúde pública a curto prazo.
Quando uma pessoa usa uma droga psicoativa e o efeito por ela produzido é de alguma forma agradável, este efeito adquire o carácter de uma recompensa. Como o comprovam estudos experimentais, todos os comportamentos que são reforçados por uma recompensa tendem a ser repetidos e aprendidos.
Se pensarmos bem, este simples facto biológico está por trás de uma infinidade de dramas pessoais e sociais e de uma modificação talvez irreversível das sociedades, que sofrem pesadamente com o domínio ilícito das actividades de exploração económica do vicio de drogas. Estima-se que 63 por cento de todas as actividades criminosas, de roubos a assassinatos praticados por gangues e traficantes, e um número incontável de mortes e doenças, são causados directa ou indirectamente pelo uso de drogas de uma parcela relativamente pequena da população. Em países como a Colômbia, e nas grandes cidades do Brasil, estas estatísticas podem ser ainda piores. É, sem dúvida uma epidemia assustadora, e a maior tragédia desse final de século.
Por isso, é tão urgente a compreensão dos mecanismos cerebrais dos vicios pela neurociência.
ÁLCOOL

Muitos autores consideram a angústia como a principal causa do uso social do álcool, funcionando com uma espécie de protecção contra as tensões emocionais. Já os homens primitivos recorriam ao álcool para lutar contra a angústia, promovida por sua precária situação no seio de uma natureza perigosa e desconhecida. O acto de beber é um acto conhecido nas culturas primitivas como acto colectivo, pois beber individualmente seria quase impossível devido às dificuldades na produção e conservação da bebida alcoólica.
A acção de beber em mútua companhia é, ainda hoje, uma expressão simbólica de identificação recíproca e tem a função de satisfazer e consolidar a necessidade de solidariedade.
Quando usado com abuso, pode tornar-se uma substância perigosa capaz de causar sérios problemas, tanto físicos quanto sociais.
•             O alcoolismo é responsável por metade do internamento em hospitais psiquiátrico e por 90% dos atendimentos psiquiátricos de urgência;
•             O alcoolismo já é a terceira maior causa de faltas ao trabalho e também o causador de cerca de 30% dos acidentes de trabalho;
•             O uso de álcool causa pelo menos 1 em cada 5 acidentes automobilísticos
Do ponto de vista médico, o abuso do álcool leva à dependência física e psicológica, podendo provocar danos irreversíveis ao organismo. Ele pode induzir ao rompimento de veias, deteriorar o cérebro, o fígado e o estômago. O alcoolismo prolongado tem como consequência a redução e mesmo a perda de potência sexual, o aparecimento de alucinações, conhecidas como “delirium tremens” e até mesmo de doenças mentais. O álcool é uma droga que pode provocar má formação fetal, sendo contra indicado para mulheres grávidas.
DANOS NO ORGANISMO PROVOCADOS PELO CIGARRO

Se repararmos bem nos anuncios de cigarros, nas cenas mais emocionantes ele não aparece – porque para curtir tudo o que a vida tem de mais excitante, as pessoas precisam de fôlego, de pulmões saudáveis. As pessoas “cool” ter um cigarro na mão. Nem imaginam que, a cada trago, ingerem mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo arsénio e monóxido de carbono, substâncias radioactivas, além de corantes e agro tóxicos. Também não sabem que, em apenas sete segundos, a nicotina atinge o cérebro e inicia um processo de dependência igualzinho ao da cocaína, heroína e álcool. Não adianta nem tentar fumar cigarros light – os níveis de alcatrão e nicotina vão continuar os mesmos porque, sem perceber, a pessoa acaba fumando mais até satisfazer a sua dependência. Está tudo comprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a OMS, o tabagismo é reconhecido com causa importante e evitável de várias doenças. O cigarro causa danos nas funções cerebrais e diminui o fluxo do sangue no organismo, possibilitando o aparecimento de:
•             Doenças cardíacas
•             Úlcera de estômago
•             Bronquite e enfisema pulmonar
•             Parto de nado-morto, parto de bebés com baixo peso ao nascer e partos prematuros.
•             Fadiga
•             Insónia
•             Perda de memória
•             Cefaleia (dor de cabeça)
•             Arteriosclerose
•             Neurastenia (mau humor com irritabilidade fácil)
•             Câncer
•             Impotência sexual
 
•             A maioria dos fumadores consome de quinze a vinte e quatro cigarros por dia;
•             Mães fumadoras que amamentam seus bebés passam a nicotina para a criança por meio do leite materno;
•             Nenhuma outra droga é usada com tanta frequência quanto o cigarro.
O QUE LEVA UMA PESSOA A FUMAR E A BEBER

•             Curiosidade
•             Modismo – não ser diferente
•             Timidez
•             Auto-afirmação
•             Identificação com o grupo
•             Imitação
•             Comunicação – apelo psicológico usado nas propagandas desses produtos cujo público cujo público-alvo são os jovens.

Mais de 70% dos fumantes passaram a fumar regularmente entre 8 e 14 anos. O fumador reconhece que fumar não é um hábito saudável; geralmente, ele usa o cigarro para combater a tensão que a convivência social lhe traz, funcionando o cigarro com muleta.

quarta-feira, março 23

DROGAS LEGAIS (LÍCITAS)
Tomadas em doses adequadas, os ansiolíticos, antidepressivos, barbitúricos e descongestionantes nasais – chamados de drogas legais ou lícitas – têm eficácia garantida, ou seja, curam. Mas, dependendo do uso que se faça delas, viciam e podem até matar. Devido à falta de controlo rígido das autoridades responsáveis pelo sistema de vigilância sanitária, estes medicamentos, na maioria das vezes, podem ser comprados sem receituário médico, raramente exigido pelo empregado de qualquer farmácia, como recomenda a lei.
TIPOS DE USO DE DROGAS
De situação: pessoas que usam drogam numa situação específica. Ex.: O estudante que usa a droga para não dormir pois precisa estudar para prova; o motorista de estrada que quer estar “alerta” em longas jornadas – “rebite”.
Aventureiro: pessoas que querem ter alguma “diversão” ou aventura.
Dependente: pessoas que se tornam usuários constantes de drogas e para as quais todas as actividades giram em torno de experiências com drogas e seu fornecimento.
A dependência de drogas pode causar problemas:
•             Legais
•             Sociais
•             Físicos e psicológicos
Ainda assim, existe um crescente número de pessoas que:
•             Usa droga regularmente
•             Torna-se usuário ocasional de drogas;
•             Não descarta a possibilidade de experimentar uma droga a qualquer hora;
•             Defende o direito daqueles que usam drogas.
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS
Estimulantes:
Produzem uma excitação ao sistema nervoso central:
•             Tabaco
•             Cocaína
•             Anfetaminas
•             Cafeína
•             Crack
Depressivos:
Produzem a diminuição dos reflexos psicomotores:
•             Álcool
•             Morfina
•             Heroína
•             Codeína
•             Tranquilizantes
 
Alucinógenos:
Produzem distorções temporárias da realidade, causando mudanças na percepção e na consciência:
•             Haxixe
•             LSD
RAZÕES QUE LEVAM AO ABUSO
Razões Pessoais: há o impulso para aventurar-se, para fazer o contrário, para a curiosidade pelo novo e pelo desconhecido.
Razões sociais: quando uma sociedade está em crise económica, social ou política, a maioria dos cidadãos experimenta dificuldades de sobrevivência, adaptação e participação. As frustrações, os insucessos, os temores, as angústias e a falta de amor fazem com que as pessoas tentem escapar aos seus sentimentos dolorosos através das drogas. Nos nossos dias, há tremendas pressões sociais para o desenvolvimento do hábito de beber e de fumar.
O QUE SÃO DROGAS?
São substâncias químicas que causam alterações no corpo ou na mente de uma pessoa.
MEIOS DE USO
Via pulmões: fumando drogas tais como o cigarro e o haxixe ou cheirando drogas como a cola de sapateiro, os solventes e a cocaína.
Via estômago: engolindo drogas como álcool, as anfetaminas, os barbitúricos, a codeína, o LSD.
Via sangue: injectando drogas como a cocaína e a heroína.
Uso adequado de drogas: para corrigir um desequilíbrio químico do organismo, para dar protecção contra doença e para aliviar tensões, fadiga ou dor que afectem a saúde de uma pessoa.
Uso abusivo de drogas: quando uma pessoa ingere uma droga, com ou sem prescrição médica, na tentativa de influenciar a sua mente e/ou seu corpo para escapar da realidade.  O abuso de drogas altera o comportamento.
Muitas pessoas podem experimentar drogas como um ingresso num grupo social – algo diferente do “mundo certinho”. O uso de drogas é atraente para as emoções mas não para a mente. Não é uma necessidade – é uma escolha. Pode significar um sofrimento a longo prazo, Os efeitos são a longo prazo e, com algumas drogas, os riscos à saúde são desconhecidos. O uso de drogas modificará a aparência, algumas vezes radicalmente. Parte dessa mudança pode ser causada por negligência com a higiene pessoal e parte por real colapso físico.
O uso contínuo de drogas é um hábito caro. O crime tornar-se o único caminho para sustentar o vício.
As drogas também podem levar à tentativa de superar a sua capacidade levando o indivíduo a submeter-se a grandes perigos.

terça-feira, março 22

A busca constante por estímulos prazerosos, como alimentos saborosos, uma cerveja geladinha e a relação sexual excitante, está associada a um "sistema cerebral de recompensa", Trata-se de uma complexa rede de neurônios que é activada quando fazemos actividades que causam prazer. Este sistema fornece-nos uma recompensa sempre que fazemos determinadas actividades, levando-nos, portanto, a repetir aqueles actos. Infelizmente, não somente as funções fisiológicas normais estimulam este sistema, mas também o fazem o álcool e outras drogas de abuso, e ás vezes gerando um prazer muito mais intenso do que as funções naturais.
Quanto maior é a multidão, mais desvalorizado o indivíduo. E desde que o indivíduo se identifique com o sentimento esmagador da sua pequenez e da sua futilidade, e que ele perca o sentido da sua vida, ele está no caminho da escravatura. Quem olhe senão para o exterior e para os grandes números, despoja-se de tudo que poderia ajudá-lo a se defender contra o testemunho dos sentidos e contra a sua razão. Ora é isto que infelizmente o mundo está em vias de fazer. Na realidade, o Estado não é senão uma camuflagem que utilizam os indivíduos que o manipulam.
Por um lado, para o julgamento científico, o indivíduo nada significa senão uma unidade, repetida num número infinito de exemplares, que bem se poderia designar por um número ou uma letra; e por outro lado, para a compreensão é precisamente o homem, artificialmente isolado e único, que é o único objecto por excelência. O indivíduo é o verdadeiro portador da realidade. Por outras palavras, é o indivíduo que é o homem concreto, em oposição ao homem normal ou ao homem ideal, que não é mais que uma abstracção, infalivelmente.
No lugar duma diferenciação moral e espiritual do indivíduo surgem a prosperidade pública e o aumento do nível de vida; o sentido da vida individual já não reside no desenvolvimento e amadurecimento do indivíduo, mas na realização dum conceito abstracto, que tem a tendência, definitivamente, a tirar-lhe toda a vida; em contrapartida ele será, como unidade social, regido, administrado, divertido por uma organização pré-fabricada de lazeres, no seu conjunto culminando numa satisfação e num bem-estar das massas, que é o critério ideal. É por isso que o apetite e o ciúme do poder, e uma desconfiança crescente, penetram todo o organismo estatal de alto a baixo. A história oferece-nos muitos exemplos.
É o racionalismo que se manifesta como um dos principais factores da aglutinação dos indivíduos em massa; de facto, este racionalismo priva a vida individual das suas bases, e, por conseguinte, da sua dignidade e da sua legitimidade, pois o homem como unidade social perdeu a sua individualidade e se transformou num número abstracto da estatística social. A importância do indivíduo é de tal modo pequena que chega mesmo a desaparecer, e quem quer que se esforce por apoiar o contrário, tem a maior dificuldade em encontrar argumentos. Que pesam na verdade alguns indivíduos em face de dez mil, de cem mil, ou de um milhão de outros?
Existem três tipos de obstáculos com os quais o indivíduo se depara para realizar o princípio do prazer:
A primeira dessas fontes é a natureza interna e se manifesta no próprio corpo do indivíduo, que é “condenado à decadência e à dissolução”:
A segunda fonte provém da natureza externa, “que pode voltar-se contra nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas”.
A terceira é proveniente da relação que o indivíduo estabelece com outros indivíduos na sociedade, sendo este sofrimento o mais penoso de todos, pois “tendemos a encará-lo como uma espécie de acréscimo gratuito”. É por força dessa terceira fonte de sofrimento que Freud assinala que a causa fundamental do mal-estar do indivíduo é “...a criação de uma grande comunidade humana seria bem mais sucedida se não tivesse de prestar atenção à felicidade do indivíduo na própria civilização e que, por isso, seríamos muito mais felizes se a abandonássemos”; “...como as renúncias cada vez maiores não encontram uma saída equivalente nas compensações, (...) os instintos assim reprimidos não têm outro caminho a não ser a rebelião.”
Os homens “esforçam-se para obter a felicidade; querem ser felizes e assim permanecer”, sendo que a busca da felicidade tem dois sentidos: a ausência de sofrimento e a experiência de sentimentos de prazer. Mas é em função da busca do prazer, portanto da meta positiva, que o indivíduo define o sentido da vida e se coloca em movimento.

Frida Khalo

Nasceu a 7 de Julho de 1907.
Aos 6 anos por causa de uma poliomielite que lhe atrofia a perna esquerda, os colegas chamam-lhe “Frida, pata de pau”.
Em 17 de Setembro de 1925 entra num autocarro com o namorado, que é albarroado por um eléctrico.
Partiu-lhe a coluna vertebral em 3 sitios, a bacia, onze fracturas sobre a perna esquerda, o pé direito foi esmagado e deslocado, o ombro esquerdo deslocado, o osso pélvico partido em três, uma barra de aço perfurou-lhe o ventre, saindo-lhe pela vagina. “Foi assim que perdeu a virgindade”, dizia.

A familia ficou em choque, mas ela detestava a piedade. Os pais do namorado, Alejandro Gómez, enviaram-no para a Alemanha, para o afastar dela.
Tinha dores horriveis, mas ela transformo-as em pintura. Uma das primeiras obras foi um auto-retrato.
Tinha um grande humor negro, que usava para sobreviver.
Une-se a Diogo de Rivera, 21 anos mais velho, feio, gordo, mulherengo e talentoso.
O pai não aprovou o casamento (em Coyoacán, a 21 de Agosto de 1929) entre o “ elefante e a pomba”, tentando demover o noivo.

Em 10 de Novembro de 1930 vão para São Francisco, ficam um ano e depois mudam-se para Nova  Iorque e Detroit.
Diogo de Rivera causa escãndalo com os seus murais.
Em 4 de Julho de 1932 Frida perdia uma criança, esvaindo-se em sangue.
Entretanto morre-lhe a mãe.
Diego pinta a sala da Radio City com a imagem de Lenine, sendo obrigado a apagá-la mas sem antes lhe tirar uma foto.
Diego volta a seduzir raparigas em série.

Regressam ao México em Dezembro de 1933, Frida tenta vencer a depressão engravidando, mais uma vez falha.
Diego trai Frida com uma das irmãs mais novas, Cristina, que acaba por o confessar a Frida. Frida separa-se em 1934.
No entanto a crise económica  de 1935, provocada por uma sucessão de greves e lutas politicas internas, aproxima-os de novo.
Vingou-se namoriscando homens e mulheres. Em 1936 namorava o escultor Isamu Noguchi.

A 9 de Janeiro de 1937 Trostski e a mulher desembarcam no México, perseguidos por Estaline. Alojaram-se em casa de Frida e foi mais um amante dela.
Diego acaba com tudo. Ela passa para as mãos do fotógrafo Nickolas Muray e da pintora Gergia O’Keefe.
Parte depois para Paris onde é recebida em extase. No entanto ela detesta a Europa. Volta ao México e é convencida a casar de novo com Diego, o que aconteceu a 8 de Dezembro de 1940.

Em 1941 de volta ao México, o pai de Frida morre.
Entre Março e Novembro de 1950 sofre 6 operações, sendo amputada nos dedos de um pé.
Em 1953 é-lhe amputada a perna. Chega a tentar o suicidio.
A 2 de Julho de 1954 numa manifestação apanha uma pneumonia que lhe foi fatal.
Morre a 13 de Julho aos 47 anos.

"Arraial Gay Pride" - LADO B

segunda-feira, março 21

A relação dos indivíduos com as imagens produzidas pelos instrumentos produtores de realidade virtual e pelos outros meios de comunicação de massa, é exactamente a repetição do que se passa no mito de Narciso.  O espelho que reflecte uma imagem que deve ser desejada ou desejável, é, por sua irrealidade, inteiramente inalcançável. Há um abismo entre o deve-ser da imagem e o ser do indivíduo que, identificando-se com a imagem, sente-se distante de si e experimenta uma perda contínua. É o auto-exame corporal e psíquico incessante com a finalidade de detectar imperfeições, incorrecções e faltas por comparação com a imagem hiper-real ou virtual.
Nesta cultura do individualismo competitivo, o indivíduo é levado pelo desejo desenfreado da felicidade, identificada ao sucesso, sendo este identificado à supremacia pela eliminação do outro (eliminação que, se não é física, é moral e profissional). É a necessidade do espelho, isto é, das imagens. É aquele que depende do espelho dos outros para validar a sua precária ou inexistente auto-estima, ficando a sós consigo mesmo, cresce a sua insegurança, pois ele precisa de plateia e admiração. 
A sociedade narcisista desvaloriza culturalmente o passado, como se o passado fosse o mesmo que velhos estilos e velhas modas sempre repostos pelo mercado como um bem de consumo volátil. O narcisista também não se interessa pelo futuro, a velhice que, no seu entender, sempre traz tristeza e dor.
A nossa sociedade alimenta o gosto pelo efémero; passado e futuro não são referências psicológicas e sociais predominantes, mas sim o presente como instante fugaz. Ora, a sociedade do efémero, do tempo reduzido ao instante, presente fugaz, abandonou a densidade e profundidade do tempo, desencadeando a impossibilidade de simbolizar a ausência e, portanto, gerando depressão, isto é, a melancolia.

sexta-feira, março 18

Vivemos aquilo que ajudamos a construir, partindo da tradição daquilo que os outros nos deixaram. Ao morrermos como indivíduo, nos incorporamos ao espírito da humanidade de nossa época.
A consciência de humanidade pressupõe o reconhecimento da  fraqueza do indivíduo e seu caráter transitório e, ao mesmo tempo, a aceitação da possibilidade de continuação de nós mesmos no outro, como parte integrante da construção coletiva da história. Como humanidade não morremos, pois ela é um processo que não termina e nossa participação consciente nele é a parcela de vida temporalmente definida que nos permite vivenciá-la. 
Parece que a idéia de finitude é que nos impõe essa exigência. Se não fossemos finitos e se não soubéssemos da nossa própria finitude, encararíamos a vida de outra forma e não atribuiríamos sentido à temporalidade. A noção de indivíduo, por sua vez, é construída a partir da relação com os outros. Só conhecemos a nós mesmos através da forma como os outros nos concebem. A partir do confronto com o outro identificamo-nos a nós mesmos e tomamos consciência de nossa relação estreitamente intricada. Se, por um lado, somos condenados a ser livres, como dizia Jean-Paul Sartre, por outro, não temos como não interferir na liberdade do outro. Os limites entre o “eu” e o outro estão entrelaçados, pois ambos são sujeitos que se definem mutuamente. Assim, a morte de um outro significa também a perda de parte do “eu” que se constituiu na relação com aquele. A nossa vivência fica marcada naqueles com quem nos relacionamos e em tudo aquilo que, com os outros, construímos para a humanidade.